Portugal, Espanha e França chegam a acordo para Corredor de Energia Verde

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Gasoduto permitirá a interconexão da Península Ibérico com o resto da Europa.

Portugal, Espanha e França chegaram a um acordo para a criação de um Corredor de Energia Verde, ultrapassando assim um dos bloqueios mais antigos em torno do tema das interconexões da Península Ibérica com o conjunto da Europa.

O Presidente da República de França, Emmanuel Macron; o Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, e o Primeiro-Ministro de Portugal; António Costa, concordaram que acelerar o desenvolvimento das interligações energéticas contribuirá para a conclusão do mercado energético da UE e reforçará a transição energética no âmbito do Green Deal, nomeadamente facilitando o acesso a fontes e rotas alternativas de energia para a Europa.

Neste contexto, os três líderes chegaram a acordo sobre quatro pontos relativos às interligações energéticas entre Portugal, Espanha e França:

  • Decidiram abandonar o projeto Midcat e, em vez disso, criar, de forma prioritária, um Corredor de Energia Verde ligando Portugal, Espanha e França à rede energética da UE.
  • A este respeito, concordaram: a. concluir as futuras interligações de gás renovável “future-proof” entre Portugal e Espanha, nomeadamente ligando Celorico da Beira e Zamora (CelZa); b. desenvolver um gasoduto marítimo ligando Barcelona e Marselha (BarMar) como a opção mais direta e eficiente de ligar a Península Ibérica à Europa Central; c. estas infraestruturas de hidrogénio devem ser tecnicamente adaptadas ao transporte de outros gases renováveis, bem como de uma proporção limitada de gás natural como fonte temporária e transitória de energia.
  • No que diz respeito à eletricidade, manifestaram todo o seu apoio a que se acelerem os esforços para finalizar a nova ligação elétrica através do Golfo da Biscaia. Concordaram em identificar, avaliar e implementar novos projetos de interligação de eletricidade que liguem França e Espanha, a fim de alcançar uma Europa eletricamente conectada.
  • Os três líderes concordaram em reunir-se novamente em Alicante no dia 9 de dezembro, para decidir sobre o calendário, fontes de financiamento e questões de custos relacionados com a implementação da componente BarMar do Corredor de Energia Verde entre Portugal, Espanha e França. Os respetivos Ministros da Energia iniciarão imediatamente os trabalhos preparatórios sobre estas questões, bem como sobre o reforço das interligações elétricas entre Espanha e França. Trabalharão em estreita colaboração com a Comissão Europeia.

Na parte que diz respeito a Portugal, o Primeiro-Ministro disse que a ligação de 162 km, entre Celorico de Basto e Vale do Prado, já estava prevista para o hidrogénio verde. Para o Primeiro-Ministro, o facto deste gasoduto chegar à fronteira com Espanha já é, para Portugal, uma enorme mais valia, porque permite o aumento da “nossa capacidade de estarmos conectados com o mercado, onde não somos só os dez milhões” mas “sessenta milhões, no conjunto da Península Ibérica”.

António Costa disse também que, paralelamente a este gasoduto, está a ser desenvolvido um projeto de armazenamento do conjunto de energia com Espanha, o que constitui um “grande desafio da transição energética”.

Um projeto que, acrescenta, ajudaria a valorizar, na Península Ibérica, os seus recursos de lítio, para a construção de “baterias que possam ajudar a armazenar em grande escala de energia para responder a situações de crise como estas em que estamos a viver em que com a seca temos que, uns e outros, manter capacidade de produção de eletricidade hídrica”.

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