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O adaptador para PC do PlayStation VR2 não vem revolucionar as capacidades do headset VR da PlayStation, mas pode dar-lhe, definitivamente, uma segunda vida.

Eu adoro o meu PlayStation VR2, o caro mas tecnicamente impressionante headset de realidade virtual da PlayStation 5. Na altura em que o analisei, fui privilegiado por receber uma unidade diretamente da PlayStation, para me ajudar na cobertura de novos jogos e do dispositivo, mas, apesar das suas mais valias e da minha adoração pessoal pelo equipamento, há que reconhecer as suas desvantagens, nomeadamente o custo e, na altura, a sua utilização limitada, que fiz questão de apontar na minha análise.

O meu descontentamento com PlayStation VR2 não começou com o equipamento em si, mas com o suporte do mesmo. Desde a falta de atualizações de firmware com novas funcionalidades, à inexistência de novas experiências verdadeiramente exclusivas, passando pela qualidade do catálogo de jogos existente, limitada a jogos convertidos para a PlayStation 5. É caso para dizer que o meu tempo com o PlayStation VR2 foi ficando cada vez mais reduzido, com exceção de um ou outro jogo novo para análise ou umas sessões em Beat Saber e Gran Turismo 7.

Com isto em mente, a revelação do PlayStation VR2 PC Adapter (ou Adaptador para PC do PlayStation VR2, como surge nas nossas lojas), deixou-me com um enorme sorriso na cara. Pois com ele seria a oportunidade perfeita não só de explorar um catálogo mais vasto de experiências, como a oportunidade de usar o PlayStation VR2 com maior regularidade.

O adaptador para PC do PlayStation VR2 foi lançado no passado dia 7 de agosto por 59,99€, um valor bastante sensível para esta finalidade, considerando o público a quem o mesmo se destina. No entanto, um valor também “complicado” tendo em conta duas grandes falhas que poderão encarecer este processo de utilização do PlayStation VR2 no PC.

A pequena caixinha quadrada de 8 cm x 8 cm, que cabe num bolso, é bem discreta. E com ela tem um cabo USB fixo, para ligar ao PC, um cabo destacável de alimentação… e é só. Lamentavelmente, o equipamento não inclui um cabo DisplayPort 1.4 essencial para experiência, pois é a partir dele que o sinal vídeo sai da placa gráfica em direção ao headset.

Outra falha é a não inclusão de uma ligação Bluetooth extra. Apesar de não ter sido afetado por este problema, são vários os relatos de utilizadores com problemas de ligação dos comandos do PSVR2, ou uma ligação instável, tendo que recorrer à compra de adaptadores USB dedicados para o efeito compatíveis que, de acordo com a PlayStation, são apenas dois neste momento.

Para tornar tudo ainda mais estranho, após o lançamento das aplicações para o uso do PlayStation VR2, nomeadamente a PlayStation VR2 App, surgiram relatos de que utilizadores de algumas placas gráficas mais recentes com ligações USB-C com suporte VirtualLink poderiam ligar o headset diretamente ao mesmo para começar logo a usá-lo, sem necessidade de terem o adaptador. Na minha configuração atual, a minha Gigabyte GeForce RTX 4090 GAMING OC 24G infelizmente não dispõe de uma porta dessas, pelo que não posso confirmar. Porém, o adaptador para PC do PlayStation VR2 faz todo o sentido para as minhas necessidades. Por isso, se tiverem um PlayStation VR2 e estão a pensar arranjar o adaptador, verifiquem se realmente necessitam dele.

Antes de continuar com a partilha da minha experiência, também é importante referir que o PlayStation VR2 conta com algumas limitações técnicas que permanecem exclusivas à PlayStation 5, nomeadamente o HDR, funcionalidades de eye-tracking, gatilhos adaptativos e feedback háptico dos comandos. Por isso, a grande questão que se coloca é: até que ponto é que senti a necessidade destas funcionalidades? A resposta mais curta é: não senti absolutamente nada a falta das mesmas.

A instalação do PlayStation VR2 foi, na minha experiência, bastante simples. Bastou-me ligar um cabo DisplayPort, que tinha para ali guardado, ao adaptador. Ligar o headset à USB frontal, os comandos ao Bluetooth do PC (que no meu caso é o Bluetooth da motherboard) e voilá. Zero complicações e pronto a usar. Mas esta foi a minha experiência, e pelos vistos tive sorte. De acordo com outros colegas, do The Verge ou da Eurogamer Internacional, podem surgir problemas pelo caminho, nomeadamente por causa da instabilidade do Bluetooth.

A sua configuração foi, para mim, igualmente simples, através da já falada PlayStation VR2, com uma calibração de espaço virtual familiar a quem já usou o headset na PlayStation 5. Muito simples. Já a restante utilização é um mundo à espera de ser descoberto. O PlayStation VR2 é usado em ambiente virtual com recurso ao Steam VR, tal como se fosse qualquer outro headset VR existente para PC. Nele podemos escolher o nosso ambiente de eleição e aceder à nossa biblioteca de jogos num layout da Steam adaptado, ou até explorar o nosso ambiente de trabalho num ecrã flutuante.

Graças à incrível resolução do PlayStation VR2 e dos seus ecrãs OLED, a imagem é extremamente definida e rica em cores vibrantes, acompanhada de ótimos contrastes, graças à tecnologia OLED e ao suporte de 120Hz, o que torna o PlayStation VR2 não só um bom headset para jogar, como até para trabalhar ou assistir a conteúdo multimédia. É verdadeiramente uma alternativa ao monitor tradicional – isto é, se não se importarem de usar o peso do headset horas a fio (que não é recomendado).

Com uma biblioteca de jogos bem extensa, a minha atenção focou-se nas experiências que mais antecipava, nomeadamente a oportunidade de jogar Half-Life: Alyx – exclusivo PC – para conhecer finalmente esta porção do universo da Valve que não avança para uma terceira parte. A oportunidade de pilotar X-Wings e Tie-Fighters em Star Wars: Squadron, um jogo que só recebeu suporte VR na PlayStation 4 e com o qual não é compatível com o PlayStation VR2 na PlayStation 5 (o que é incompreensível, porque seria uma verdadeira killer-app). E a oportunidade de injetar mods em jogos que nativamente não foram feitos para VR, como Cyberpunk 2077 ou Ace Combat 7.

No que toca a experiências nativas, o PlayStation VR2 simplesmente funciona como esperava e como estava habituado na PlayStation 5. Uma vez lançados, os jogos correm na perfeição (tendo em conta que tenho hardware para o efeito) e todas as funções básicas do headset correspondem às expectativas. Tirando o longo cabo USB ligado ao headset, temos liberdade de movimento total a 360 graus e os comandos respondem com uma incrível fidelidade e tiram partido até dos sensores hápticos dos botões – simulando o aperto da mão e dos dedos -, no fundo, é possível obter o mesmo nível de imersão total que na PlayStation 5.

Quanto às capacidades em falta, que não foram sentidas, embora o HDR possa mudar por completo uma experiência, sem base de comparação com jogos que tirem completamente partido desse efeito, não me fez qualquer falta. O mesmo se aplica ao feedback háptico ou gatilhos adaptativos, dado que as experiências para PC que joguei, por defeito, não as utilizam. Assim como o eyetracking, que até na consola é mais comum ser usado de forma “invisível” para a consola recorrer ao foveated rendering. Neste último ponto, seria, de facto, interessante ter esta função no PC, para aliviar o desempenho de alguns jogos, já que a imagem passaria a ser produzida com maior definição apenas para onde os nossos olhos apontam.

Outro aspeto digno de mencionar nesta experiência tem a ver com a duração da bateria dos comandos do PlayStation VR2. Tradicionalmente, na PlayStation 5 a duração da bateria dos seus comandos não ia para lá de uma sessão de jogo ao longo de uma tarde. Já no PC, esta parece estender-se até, digamos, duas sessões. Ao contrário de, na PlayStation 5, sentir a necessidade de ir logo carregar os dois comandos após uma sessão – passando pela chatice de usar dois cabos e duas portas disponíveis para o efeito -, no PC senti-me mais relaxado, continuando a usar os comandos de um dia para o outro sem pensar no seu carregamento. O que é particularmente impressionante, tendo em conta o uso mais intensivo nestes dias de teste. A explicação para isto, especulo eu, pode estar relacionada com uma das limitações impostas no PC. Dado que alguns sensores hápticos e os gatilhos adaptativos não são usados, os comandos apenas tiram partido da vibração tradicional, logo a bateria acaba por durar mais.

Usar o PlayStation VR2 no PC não foi propriamente revelador ou demonstrativo de um salto espetacular no que toca a novas experiências. Nem teve o mesmo impacto comparado com a primeira vez que o usei na PlayStation 5. Mas acontece que, nessa altura, essa foi a minha primeira vez com VR. No PC, no entanto, as portas abrem-se agora a novos mundos, literalmente novas experiências que vão dar, garantidamente, uma nova vida ao adaptador da PlayStation que estava ali no limite do “apanhar pó”.

A existência deste adaptador, ou até da aplicação para PC, é extremamente bem-vinda para quem já tem um PlayStation VR2 e um PC capaz. Nesta altura, ainda não torna a aquisição do PlayStation VR2 uma alternativa ao que já existe no PC. Mas uma descida de preço ou promoção face aos 599,99€ a que ainda se encontra pode mudar tudo. A bola está no lado da PlayStation.

Este produto foi adquirido pela equipa do Echo Boomer para análise.

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