Palácio Chiado – Uma autêntica experiência gastronómica

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Quando abriu em 2016, depressa o Palácio Chiado, edifício da Rua do Alecrim, se transformou numa das sensações da cidade. Um espaço lindíssimo com diferentes conceitos gastronómicos que funcionavam de forma independente entre si. Era possível experimentar sushi, carne wagyu, petiscos, entre outras coisas. Mas isso mudou há uns meses.

É desde outubro do ano passado que o Palácio Chiado funciona de forma diferente. Assim, passou a existir a parte gastronómica no seu todo, isto é, um total de 180 lugares nas diferentes salas, em que, qualquer que seja a sala escolhida pelo cliente, este recebe logo uma carta com as opções dos conceitos em funcionamento – Barra, Farrobodó, Rosmarino, Seed, Cutelo, Azimuth e Confeitaria do Palácio. Assim, todos os “restaurantes” – chamemos assim – transformaram-se em apenas um, gigante, com uma carta elaborada pelo chef Manuel Bóia.

Claro, além desta mudança na parte gastronómica, o próprio local em si foi renovado. Como esteve fechado em setembro do ano passado, o hall de entrada foi remodelado, tendo ficado mais acolhedor, mais requintado e com mais sofás (por sinal bastante confortáveis).

Mas vamos ao que interessa e ao que leva realmente as pessoas a visitar um restaurante: a comida.

Não começámos pelo Barra, uma vez que é inspirado no convívio ao balcão, mas sim pelo Farrobodó, que reúne tapas, entradas, petiscos e iguarias, tudo com um aspeto incrível.

Assim, e como os pratos já estavam definidos para a nossa experiência, começou por chegar-nos um Queijo Biológico de Cabra em cura de carvão vegetal, acompanhando de pêra bêbeda em vinho doce e especiarias (12,5€). Estão a ver quando começam por provar um queijo e lembram-se que não comem algo assim há algum tempo? É precisamente essa a sensação que terão ao provar esta fabulosa entrada.

É que não só os amantes de queijo, como aqueles que não apreciam tanto, irão delirar com esta opção. Como podem ver na imagem deste prato, o mesmo vinha com dois queijos biológicos de cabra. Na verdade, até podiam vir mais dois ou três que não nos importaríamos nada.

De seguida, um prato do Rosmarino, em que se promete o melhor de Itália com um toque português. Desta cozinha italiana, o chef brindou-nos com um Risotto de abóbora manteiga com filete de peixe galo. Resultado? Um risotto perfeito. E quem cozinha sabe que elaborar um bom risotto não é tarefa fácil, pois existe alguma complexidade à mistura.

Não estaríamos a mentir se disséssemos que foi o melhor risotto que já experimentámos até então. Até nós, que não somos particularmente apreciadores do sabor da abóbora normal, ficámos fãs do sabor incrível da abóbora manteiga, um alimento bem nutritivo. Um prato com muita classe e muitíssimo bem servido. Quanto ao peixe galo, agradou-nos qb, mas por nós até o dispensávamos, já que a nossa atenção ficou toda concentrada no risotto.

O próximo prato chegou-nos do Seed, este sim uma novidade no Palácio Chiado. O Seed explora uma das novas tendências em crescimento da restauração lisboeta: a comida saudável. Há pratos de carne, peixe, vegetarianos ou vegan, ou seja, opções para todos os gostos.

A nós chegou-nos um Ramen de Frango com pak choi, massa de arroz, cogumelos e cebolo (não confundir com cebola), com o plus de trazer um ovo. Massa excelentemente cozinhada, um caldo que deu gosto e um frango que nos fazia lembrar um delicioso frango assado, embora não tenha o aspeto, claro. Um prato que devorámos num ápice.

O estômago já começava a ficar cheio, mas ainda havia muito por provar. O prato seguinte chegava-nos do Azimuth, outra das novidades desde o conceito renovado do Palácio Chiado. O Azimuth promete o melhor peixe e marisco da costa portuguesa, transformando-os em pratos da cozinha típica portuguesa, mas com a reinterpretação do chef Manuel Bóia.

Aqui houve uma mudança de planos. Estava inicialmente definido o clássico Polvo à Lagareiro, mas, como não somos apreciadores, pedimos um substituto à altura. E eis que fomos surpreendidos com um Lombo de Bacalhau meia-cura, acompanhado de puré de batata e salsa, ovo escalfado e farinheira.

A verdade é que o ovo escalfado e a farinheira dão outro valor ao prato, com a quantidade certa de bacalhau. Uma dose generosa, bem servida e bem empratada, capaz de conquistar logo só de olhar.

Ainda antes das sobremesas, terminámos a ronda de pratos principais com o Cutelo, onde as carnes portuguesas maturadas são rainhas. Para nos contrariar (e nós gostamos disso), mão nos calhou nenhum Tomahawk nem um Entrecôte maturado, mas sim algo mais clássico e elegante: Magret de Pato curado com citrinos, acompanhado de batata doce, laranja e pak choi.

Já comemos pratos de pato realmente fenomenais, mas este conseguiu exceder-se. Não só o pato estava no ponto – bem cru, como assim deve ser, quase se desfazendo na boca – como os restantes alimentos elevaram a qualidade geral do prato, em especial a batata doce.

Estávamos, finalmente, a chegar ao fim da experiência, e eis que nos chegam duas sobremesas diferentes: cheesecake de caramelo e Bolo de chocolate brigadeiro com bola de gelado. O que dizer? Bem, acerca do cheesecake, é perfeito para quem não passa sem caramelo, e não só. Fantástico, tanto na cobertura como na bolacha, e só pecou mesmo pelo tamanho. Podia, e devia, ser o dobro. Quanto ao brigadeiro, bem mole como se quer, com um chocolate intenso, mas muito equilibrado em sabor. Nada amargo.

Terminava, assim, uma refeição que se estendeu para lá de duas horas de refeição, mas onde tudo funcionou de forma perfeita. O Palácio Chiado não só é o local indicado para encontros românticos, mas também para famílias ou almoços/jantares de amigos. Com a parafernália de opções que existem no local, ninguém ficará desiludido. E os preços são justos, bem justos tendo em conta o local onde se encontra. De repetir, sem dúvida alguma.

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