Ao todo, há mais de 40 jogos para jogarem nas próximas semanas, mas estas são as experiências que destacamos.
A nova geração de realidade virtual para a PlayStation 5, o PlayStation VR2, já chegou e impressionou. Não só a nível de qualidade e na entrega de uma experiência mesmo imersiva, mas também pela tecnologia de ponta e pelo conjunto de softwares disponíveis logo no dia de lançamento.
Para a cobertura de pré-lançamento, tivemos a oportunidade de experimentar uma quantidade significativa de jogos interessantes e, já no pós-lançamento, as coisas ficaram ainda mais interessantes, com alguns jogos a destacarem-se por se tornarem essenciais para qualquer novo jogador de realidade virtual na PlayStation 5 com o PlayStation VR2.
De jogos corridas a estratégia, de shooters a platformers, os títulos disponíveis para o novo equipamento de realidade virtual da PlayStation são variados e para todos os gostos. E ao contrário do que se possa pensar, não são meras demonstrações tecnológicas – são jogos completos que vão absorver a nossa atenção durante muitas horas.
Por isso, decidi tentar fazer um apanhado de todos os melhores jogos que experimentei até agora e porque é que devem considerar juntá-los à vossa nova ludoteca.
Demeo
Demeo é para os fãs de jogos de tabuleiro. Um jogo de aventuras entre masmorras, com mecânicas por turnos sustentadas pelo uso de cartas para ações especiais ofensivas, defensivas e passivas.
Inicialmente lançado para o PC, e posteriormente para o Meta Quest, Demeo chega à PlayStation 5 com dois modos, o tradicional 2D e o VR para o PlayStation VR2, onde a magia realmente acontece.
Demeo atira-nos para uma nostálgica sala com uma mesa, que é uma espécie de janela para a nossa imaginação em jogos de papel e caneta, onde os heróis se materializam em figuras e as salas das masmorras com os seus inimigos escondidos ocupam a totalidade da mesa. É, no fundo, um diorama interativo extremamente detalhado.
A imersão do VR e a forma como interagimos com o jogo nestas sessões, a solo ou em sessões cooperativas em diferentes modos disponíveis, é o que torna a experiência de Demeo tão especial, até para os jogadores que não apreciam muito o género do jogo ou que nunca tiveram contacto com algo semelhante. Pressionando o R1 e L1 dos Sense Controllers, podemos aproximar-nos de forma muito íntima às personagens ou afastar-nos para ter uma visão geral do ambiente. Podemos também rodar e navegar pelo espaço como se estivéssemos dentro daquela sala, pegar nas nossas personagens para as movimentar e através dos nossos pulsos aceder às cartas de habilidades.
Tudo é muito intuitivo de se jogar e o breve tutorial inicial serve apenas para aprendermos as regras do jogo, uma vez que o jogar e interagir é tão natural como se fosse um jogo de tabuleiro com um diorama à nossa frente, onde se destaca o excelente efeito tridimensional do jogo, que acrescenta um excelente sentimento de escala.
Gran Turismo 7
A mais recente atualização para Gran Turismo 7 trouxe consigo o suporte para realidade virtual e, muito rapidamente, tornou-se numa das melhores experiências VR que poderão ter na PlayStation 5. É certo que a minha opinião é torcida pelo meu gosto do género de corridas, mas é com uma enorme satisfação que digo que este é o modo que faltava para voltar a tornar os jogos de corridas, e particularmente Gran Turismo 7, outra vez divertido.
Mas antes dos destaques, não se iludam com a ideia de que “todo o jogo está disponível em VR”. A PlayStation e a Polyphony Digital venderam esta ideia apenas com o asterisco em “sessões de jogo de ecrã dividido”, mas a realidade é um pouco diferente. O jogo só opera em VR em corridas após as vinhetas iniciais da contagem decrescente inicial; no muito específico modo de replay VR, que desaponta um pouco ao colocar-nos em pontos específicos da pista; e no modo Showroom, que faz justiça ao conceito do ForzaVista, introduzido em Forza Motorsport 4 com recurso ao Kinect, e apesar de mais limitado, este modo até é giro. Já o resto do jogo, navegações em menus, replays, até o modo de fotografia, tudo é apresentado no Modo Cinema do PlayStation VR2, ou seja, através da projeção de uma imagem gigante à nossa frente.
Contudo, conduzir em VR, mesmo com o DualSense (e não com os comandos Sense, que por alguma razão são incompatíveis), é absolutamente incrível! Gran Turismo 7 em VR coloca-nos mesmo no lugar do condutor com uma precisão incrível e uma sensação de escala, para mim, sem precedentes. Tudo no interior dos carros parece estar ali, à nossa frente, bem detalhado e com uma excelente sensação espacial e de profundidade. Podemos espreitar todos os detalhes, ver o corpo do piloto e até pormenores como o reflexo do nosso avatar em superfícies refletoras.
A sensação de estar dentro do carro traduz-se numa fantástica sensação de velocidade e de noção de espaço em nosso redor, que nos permite, de alguma forma, conduzir melhor neste simulador.
Estar na primeira pessoa e ter controlo total da nossa visão é uma sensação muito gratificante porque podemos olhar para os ápices das curvas e definir melhor o traçado a fazer, assim como controlar melhor as acelerações e travagens. É uma autêntica revolução.
Em cima de tudo temos a excelente apresentação do jogo neste modo. De notar que a fidelidade visual é ligeiramente inferior à do jogo em formato tradicional, com elementos à distância que desaparecem e uma iluminação um pouco diferente, mas, ainda assim, aguenta-se com muito detalhe e com uma imagem de excelente resolução, conseguida com a renderização de imagem com recurso ao rastreamento ocular. É pura magia e não sei mesmo se vou voltar a jogar Gran Turismo 7 de outra forma senão com VR.
Horizon Call of the Mountain
Horizon Call of the Mountain é, como comentava já na análise de lançamento, o produto rainha do PlayStation VR2 e, até à altura, a sua killer app. Uma semana depois, continua a ser. Afinal de contas, é o primeiro grande lançamento e exclusivo da nova plataforma, desenhado para tirar partido de todas as suas capacidades. E o resultado final é basicamente isso!
Horizon Call of the Mountain é uma espécie de climbing simulator, onde vamos passar uma boa parte do tempo a bracejar em busca do percurso correto, com recurso aos nossos controlos Sense. Nesses momentos, Horizon Call of the Mountain faz um excelente trabalho a criar a ilusão de escalada e até de vertigens, especialmente se estivermos a jogar de pé.
A outra parte do jogo é a resolução de puzzles ambientais e combate com recurso a várias ferramentas e ao nosso arco e flecha, com os quais temos que emular o movimento de ir buscar flechas e puxá-las no arco para atirar. O sistema de tiro ao alvo é extremamente bem afinado (mesmo que com ajudas do software) fazendo-nos sentir num verdadeiro Hawkeye, algo muito útil quando combatemos as incríveis máquinas do mundo de Horizon.
Visualmente é de fazer cair o queixo e não faltam paisagens incríveis para admirar ou um “safari” narrativo para experiência. É um jogo completamente obrigatório de ter para o PlayStation VR2, mesmo que a sua história não seja nada de especial.
Jurassic World Aftermath
Esta aposta VR no mundo do Jurassic Park foi a minha menos favorita desta lista, apesar de ser um enorme fã dos primeiros filmes da saga. E há coisas bastante boas a destacar desta experiência, sendo, talvez, a mais interessante: o sentimento de escala perto dos dinossauros.
Jurassic World Aftermath encaixa-se no género do walking simulator com uma pitada de horror à lá Alien Isolation, com fortes e claras inspirações em Firewatch. É mais uma conversão de um jogo desenvolvido para o Meta Quest que, apesar das grandes ambições, acaba por ser uma experiência de jogo deslavada, apesar do esforço na imersão da realidade virtual.
Visualmente apresenta-se em registo cell shaded e é interessante como somos transportados para um mundo deste género, onde os elementos tridimensionais ganham um relevo ainda maior graças às formas geométricas mais acentuadas e ao trabalho da iluminação dinâmica em objetos e ambientes.
Mecanicamente faz o que outras experiências VR já nos apresentaram, tirando partido dos botões capacitivos que reconhecem o toque dos dedos para gestos, e é interessante como o jogo nos coloca em momentos de tensão giros quando somos perseguidos por velociraptors do tamanho de humanos ou quando vemos um T-Rex à escala real.
Infelizmente, esta experiência foi das que me provocou mais os efeitos secundários de enjoo e a sua repetição de cenários, juntamente com uma fraca atmosfera e desafios de stealth por vezes frustrantes, fizeram-me largar o jogo mais vezes do que gostaria.
Kayak VR Mirage
Este simulador de kayak também me obrigou a parar e a respirar várias vezes, mas por muitas melhores razões. Em particular, pelo nível de autenticidade que resultava em sessões de jogo desgastantes física e mentalmente, tal e qual como na experiência de praticar esta modalidade. Kayak VR Mirage não é um jogo grande ou aparentemente complexo, mas é um dos melhores jogos para desfrutar e ir jogando quando a vontade bate.
A nível visual, é quase foto realista e a equipa da Better Than Life fez milagres ao tirar partido das capacidades do PlayStation VR2, apresentando visuais extremamente claros e um jogo fácil de jogar e difícil de dominar.
Entre uma seleção bem modesta de cenários, podemos participar em corridas, treinos ou simplesmente admirar a paisagem, e ainda com oportunidade de interação com alguns objetos do ambiente. Com diferentes níveis de interação mecânica, Kayak VR Mirage joga-se precisamente como podem imaginar ao ver vídeos e imagens. Estão sentados e simulam o movimento de remos. Parece simples, mas é mais do que isso, e cedo percebemos que é necessária coordenação motora (uma vez que não temos na realidade um remo comprido de uma ponta a outra) e algum “jeito” para replicar o ato de remar puxando a água para trás e ganhando aquele ritmo para manter o nosso kayak direito ou para fazer bem as curvas. É estranhamente divertido e viciante, ao ponto de ficarmos absorvidos na experiência o tempo suficiente para nos cansarmos.
Kayak VR Mirage é um divertido conceito inspirado na realidade que conjuga tudo o que há de melhor neste tipo de jogos: visuais incríveis, oportunidade de experimentação e imersão. Se o jogarem, tenham só atenção que não têm ninguém, objetos ou até animais à vossa volta. O remo não existe, mas o vosso punho sim.
Moss
Deste dois jogos admito que só joguei parcialmente Moss I – apesar de ter acesso aos dois jogos desta saga -, e mal posso esperar para continuar a aventura na sua sequela. Estes são dois títulos remasterizados da PlayStation 4, onde se jogava também com o PSVR1, e enquanto não posso comentar as diferenças para esta versão, posso dizer que Moss I deixou-me encantado e entusiasmado com o futuro de jogos de plataformas e de jogos narrativos em ambiente virtual.
Moss é um adorável jogo de plataformas que, em ambiente virtual, pode ser jogado de pé ou sentado, e onde controlamos um adorável rato entre diferentes níveis que se materializam à nossa frente com detalhes tridimensionais e um excelente efeito de profundidade.
Podemos espreitar por entre objetos e estruturas que, por vezes, escondem segredos e manipular certos elementos dos níveis para resolver puzzles ambientais, mas o que mais gostei deste jogo foram os pequenos momentos de interação que temos com o protagonista.
Apesar de o controlarmos tradicionalmente no espaço 3D com os nossos analógicos e botões, podemos aproximar-nos da personagem, fazendo-lhe festinhas ou dando vida. E algumas vezes o pequeno ratinho interage connosco, dando dicas ou pedido um alegre “high five” ao completar um objetivo.
Estes pequenos momentos, juntamente com a intimidade que a realidade virtual propõe, tornam estas personagens tão reais que causam uma ressonância emocional que pode transformar a forma como interagimos com personagens virtuais. Em Moss, passei-me a importar com o seu protagonista como acontece muito raramente e agora só consigo imaginar o quão mais catártico seria se The Last Guardian pudesse ser jogado assim, em VR.
No Man’s Sky
Com mais uma das dezenas de atualizações com novos conteúdos para No Man’s Sky, a versão já da atual geração para a PlayStation 5 recebeu também suporte para o PlayStation VR2. A realidade virtual no jogo já existia, já tinha visto vídeos e, por isso, sentia algumas expectativas daquele que, com o tempo, se tornou num dos meus jogos favoritos das últimas duas gerações.
Admito que o primeiro contacto com No Man’s Sky VR, no PlayStation VR2, não foi propriamente o mais convincente, até porque o regresso ao jogo foi feito com a bagagem de todas as novidades mais recentes. Por isso, resolvi começar de novo e tive uma melhor impressão, até porque fui guiado pelos tutoriais iniciais.
É quase tudo o que esperava do jogo em VR, com a possibilidade de explorar os planetas na primeira pessoa, usar a multi-tool como uma arma ou aceder aos menus diegéticos através dos pulsos, mas o melhor de tudo é explorar o espaço na nossa nave.
Em VR, sentarmo-nos no cockpit das nossas naves é um pouco como entrar numa X-Wing de Star Wars. Há uma tremenda tridimensionalidade e efeitos de profundidade e a interação com a nave está ali entre o arcade e a simulação, onde temos que agarrar nos manípulos da nave e gentilmente movê-los como joysticks para as comandar.
Não é fácil e requer alguma habituação inicial, mas, felizmente, No Man’s Sky vem apetrechado de opções de acessibilidade que permitem afinar os controlos ou a forma como queremos jogar em VR. Em cima disso, também as opções de dificuldade do jogo estão muito diferentes do que me lembrava há uns anos, o que ajudou a reentrar nesta aventura espacial.
O único senão de tudo é que, com este modo imersivo, a qualidade de imagem e desempenho do jogo parece ter sofrido um downgrade face à versão nativa tradicional da PlayStation, com a resolução da imagem mais baixa, resultando num aspeto mais desfocado e imensos problemas de pop-in com elementos à distância. Mas não deixa de ser uma incrível experiência imersiva, sobretudo com a escala dos planetas em nosso redor.
Resident Evil Village
A conversão de Resident Evil Village para a realidade virtual consegue ser uma das melhores e uma das “piores” experiências que tive com o novo headset da PlayStation 5. A filosofia de design nipónica é evidente e admirável pela forma como transforma Resident Evil Village numa experiência VR tão clara e sólida.
Em VR, o simples reload de uma arma pode ser complexo e assustador, ao ponto de tornar o jogo um pouco mais difícil com a sua combinação de gestos que imita o movimento real de carregamento de uma arma, que é diferente para cada uma! A gestão de inventário e o manuseamento de itens e do arsenal é tão complexo quanto realista, mas, felizmente, Resident Evil Village conta com um muito completo menu de modos de acessibilidade que permitem ajustar o jogo à nossa maneira de jogar, como, por exemplo, a forma como queremos recarregar armas – se com gestos ou só um botão –; a forma como queremos segurar em objetos – mantendo premido no R1/L1 ou não –, sendo que aqui transforma a forma como podemos manipular objetos arremessando-os.
Em VR temos também a opção de assistir a cinemáticas em 360 graus em 3D ou através de projeção, ao estilo do cinema mode, e são várias as formas como nos podemos mover.
O nível de imersão é extraordinário, mas muito graças ao trabalho da versão original do jogo, onde os NPCs reagem e falam diretamente na cara de Ethan, ao ponto de ocuparem o seu espaço pessoal. Em VR, esse efeito chega a ser desconcertante e é algo que afeta a nossa perceção do restante jogo, tornando-o ainda mais horripilante.
Ainda só joguei a primeira hora e já estou nervoso por saber como é que algumas sequências do jogo podem ser adaptadas neste formato. Espero que façam justiça ao deixarem-me traumatizado.
O que não é tão bom nesta conversão gratuita, que está disponível para todos os jogadores que já tiverem Resident Evil Village original, é que se trata de uma nova campanha, o que significa que não temos acesso às armas desbloqueadas, a saves ou aos troféus.
Rez Infinite
Já aqui partilhei o quão incrível Rez Infinite pode ser em VR, por isso, não me vou alongar muito na menção honrosa desta fantástica experiência. A versão nativa da PlayStation 5 pode ser jogada de forma normal ou com o VR e conta com o suporte de todas as vantagens da nova consola da Sony. 4K, HDR e altas taxas de frames, mas é em ambiente VR onde encontrei todo o incentivo para me perder num satisfatório assalto aos meus sentidos.
Um dos grandes destaques desta aposta da Enhance Experience (que lançou recentemente a demonstração do seu novo jogo Humanity, também com suporte do PlayStation VR2), é a utilização do rastreamento ocular para fazer lock-on nos alvos.
Em Rez Infinite, que se joga num formato on-rails, o jogador tem que apontar para os alvos e clicar no X posteriormente para os destruir. E o que era feito com o analógico, passando-o por cima dos alvos, é agora tão simples e intuitivo como simplesmente olhar para eles, resultando num beat incrível ao ritmo das músicas eletrónicas da banda sonora do jogo e em pontuações bem mais altas. Joga-se mesmo muito melhor.
O modo Arena X é ainda melhor, dando-nos liberdade em 360 graus de movimentação em pequenas arenas, para além de se apresentar com incríveis visuais modernos e uma banda sonora extremamente emotiva.
Star Wars Tales from the Galaxy’s Edge
Se sempre quiseram ser um herói relutante de blaster nas mãos e numa galáxia muito distante, Star Wars Tales from the Galaxy’s Edge é imperdível. Não só por isso, mas por ser também um dos melhores FPSs de estreia no PlayStation VR2.
Apesar de uma campanha que podia ser mais bem aproveitada, o tempo passado em Star Wars Tales from the Galaxy’s Edge – depois de alguns ajustes nos menus de acessibilidade para diminuir o enjoo –, é dos jogos mais divertidos que experimentei, que faz justiça às capacidades da realidade virtual da PlayStation 5 ao tirar partido de praticamente todas as suas capacidades imersivas.
Entre interações com personagens extremamente bem modeladas e animadas, passando por um sistema de tiro extremamente satisfatório e uma interação física com uma grande quantidade de objetos e itens, Star Wars Tales from the Galaxy’s Edge rendeu-me ao VR.
Claro que ajuda ser passado no universo de Star Wars, onde encontramos o C-3PO e o R2-D2, mas é, sem dúvida, um título que merece a vossa atenção durante as suas 10 horas de aventuras. Podem ler mais sobre o jogo na sua análise.
Thumper
Depois de jogar Thumper de forma tradicional e de não me dar nada bem com os simples controlos dependentes de timings, admito que a passagem para VR não foi a “trip” de que estava à espera. Por um lado, não me deixou maldisposto, tão pouco amedrontado com os seus visuais de horror cósmico psicadélico. Por outro, fez-me jogar melhor.
A adaptação VR de Thumper não faz nada de particularmente incrível, mas faz o suficiente para nos tornar melhores no jogo. Basicamente apresenta-nos o jogo em 3D e coloca-nos na pista infinita atrás do escaravelho. A perspetiva de jogo é a mesma e temos a possibilidade de olhar em todo o lado.
A sensação de escala com as figuras e efeitos ao longe é incrível, como se planetas e galáxias explodissem perante os nosso olhos, e o efeito de velocidade é absolutamente incrível. Com o PlayStation VR2, o headset dá uso da vibração háptica a cada impacto e batida do som, o que é bem mais agradável do que desconcertante, mas o melhor mesmo é a forma como este novo formato nos abstrai do mundo real, deixando-nos 100% concentrados no jogo.
Claro que, com concentração máxima, a alta resolução e tempos de resposta do headset, o jogo corre extremamente bem e os nossos tempos de reação são muito maiores, diminuindo frustrações e aumentado os scores. E, claro, a vontade de fazer mais níveis. É incrível.
Townsmen VR
Apesar de não ser propriamente um jogo novo, Townsmen VR lembrou-me de outro clássico perdido no tempo, Black and White da Lionhead Studios, um jogo cuja premissa colocava-nos no papel de uma entidade divina, controlando todos os aspetos naturais e sociais de uma região e da sua população. Townsmen VR remove os aspetos divinos e sobrenaturais e somos apenas um planeador, que tem que ajudar populações a crescer e a florescer em diferentes cenários.
É um jogo de estratégia e gestão que coloca-nos nos “céus” a observar o comportamento dos habitantes de pequenas vilas, atribuindo-lhes ações, construindo estruturas e cumprindo outros objetivos.
A forma de jogar é muito natural e muito “hands-on”. Podemos navegar pelo mapa com as nossas mãos, quase a simular o ato de gatinhar, fazer zoom in e zoom out como se estivéssemos no Minority Report, e interagir com os habitantes em diferentes escalas. Podemos aproximar-nos de pequenos animais como coelhos, ou até observar a população como se fossem formigas, e é muito divertido.
O jogo destaca-se pela incrível apresentação tridimensional, que, mais uma vez, transforma o jogo num incrível diorama interativo, e pela satisfatória progressão feita através de tutoriais simples durante as primeiras horas, que fazem-se sentir como parte integral da campanha.
Se gostam de jogos de gestão e estratégia, este é um excelente exemplo do que a realidade virtual pode fazer de interessante no género.
Zombieland Headshot Fever Reloaded
Quando liguei Zombieland Headshot Fever Reloaded, admito que já ia de nariz torcido. Afinal de contas, evocava todo aquele estilo de jogo tie-in barato. E acontece que estava enganado, porque não só é um jogo decente, como é um ótimo shooter, que nos leva até à era de ouro dos jogos de arcadas.
O jogo é, como o nome indica, inspirado nos filmes Zombieland, e somos guiados pelos quatro membros do gangue, cada um com diferentes papeis no hub principal do jogo, onde podemos treinar a pontaria e bater pontuações numa sala de tiros, ou atualizar o nosso arsenal com habilidades especiais, antes de partirmos para o elemento central do jogo.
Zombieland Headshot Fever Reloaded é, basicamente, um jogo de tiros à antiga, que nos coloca em ambientes fixos com inimigos que aparecem de diferentes zonas do ecrã. O objetivo é eliminá-los o mais rapidamente possível, antes que cheguem até nós. Passamos para a sala seguinte, repetimos e chegamos à meta, onde nos é atribuída a pontuação e tempos.
O que torna o jogo fantástico são as oportunidades do VR ao simular que temos até duas armas nas mãos, que contam com um satisfatório sistema de reload para nos manter mais ativos, e a presença de um sistema de tiro super divertido, que nos recompensa quando fazemos headshots e combinações.
É uma ótima aposta para desanuviar, com um sistema de tiros muito preciso que entra no campo do “fácil de jogar, difícil de dominar”, e é um daqueles títulos perfeitos para mostrar a amigos e, até, fazer sessões para ver quem é que consegue as pontuações mais altas. Arcade sem compromissos, no seu melhor.
Para além deste conjunto de títulos, o PlayStation VR2 tem muitos mais à espera de serem explorados e, a julgar pelo mais recente State of Play, os novos jogadores de VR vão ficar bem tratados ao longo dos próximos meses.
Para ficarem a conhecer mais sobre o PlayStation VR2, podem ler aqui a nossa análise e continuar a seguir a nossa cobertura com futuras análises e artigos.