“Para mim este é o cabeça de cartaz. O resto é bónus”. Isto foi o que ouvi de alguém que estava ao meu lado. Contudo, para ser sincero, não acredito que muitos tenham olhado para este senhor como tal.
Estreando-se em Portugal em 2007 na edição inaugural deste mesmo festival, Jack White vinha com a sua baterista da altura, Meg White, e que, em conjunto, formavam os magníficos The White Stripes. Mas com o término da banda, White só voltaria, desta vez em nome próprio, ao Coliseu de Lisboa em 2012, na altura para apresentar o seu disco de estreia a solo. Seis anos volvidos, está de regresso. Porquê tanto tempo de espera? Esta é a questão que paira na cabeça de muita gente, mas que poderá ser respondida, certamente, por White não ser um artista propriamente fácil para as promotoras.
Com novo álbum na bagagem, Boarding House Reach, lançado em março passado, o concerto do NOS Alive não foi propriamente focado num álbum em específico, mas sim na sua carreira, ora a solo, ora com outros projetos.
Apesar de parco em palavras com o público – e nem era isso que se pedia, de todo – White foi desfilando os sucessos, sempre com a energia no máximo. Começou com a excelente “Over and Over and Over”, do novo disco, mas passou, também, por “Corporation”, “I Cut Like a Buffalo”, “We’re Going to Be Friends” – quem é que não quer ser amigo dele? – “Icky Thump” e uma versão mais direta ao assunto de “Steady, As She Goes”, dos seus Raconteurs.
Apesar da pujança sonora, apenas os mais fãs aderiram ao espetáculo, com os restantes a limitarem-se a observar e a aguardar os Pearl Jam. Curiosamente, nem mesmo a “Seven Nation Army” gerou grande alarido. Será que muitos dos que ali estavam não sabiam que foi White quem criou o hino?