Análise – NBA 2K21

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Desde que a EA Sports deixou de lançar o jogo próprio de basquetebol, a 2K capitalizou o mercado e tem mostrado que não anda a dormir. No entanto, NBA 2K21 é apenas uma aposta segura, enquanto a nova geração de jogos não chega.

NBA 2K21

Em todos os desportos que a Electronic Arts tem a sua pegada bem vincada, o basquetebol é, sem dúvida, aquele que tem a concorrência mais forte. Na verdade, depois de alguns anos a ser sovada pela 2K, a EA decidiu que 2019 seria o seu último jogo até ao lançamento da próxima geração de consolas. Assim, a 2K aproveitou para fazer o oposto e desenvolver o seu título ao máximo a nível de funcionalidades e aperfeiçoar detalhes gráficos e jogabilidade a um nível muito superior ao que o seu rival alguma vez ofereceu.

Com esta edição NBA 2K21, pouco foi feito, pois notam-se escassas diferenças face a 2K20. Acaba por ser agridoce, porque enquanto os jogadores estão à espera da PlayStation 5 e da Xbox Series X e S para comprar o jogo – que promete muito -, acabam por receber um género de season update (à semelhança de PES), sendo que, neste caso, houve coisas que mudaram para pior.

Um dos pontos mais fortes de NBA 2K tem sido, e continua a ser, a diversidade de modos de jogo e a sua complexidade, que mais uma vez não desilude. Ainda que a nível de estrutura pouco tenha mudado, isso não é necessariamente mau.

Em Play Now há uma panóplia de opções. No jogo rápido foram adicionadas as Team USA que participaram nos Jogos Olímpicos em 2012 e 2016, a Team Giannis e Team Lebron do All Star Weekend, bem com a USA e World Rising Stars. Se preferirem, podem optar por jogar com equipas da WNBA que, apesar dos rumores, ainda não tem modo de carreira próprio. Depois têm os modos online contra amigos ou pessoal de todo o mundo.

Se forem fãs de NBA Street com regras mais permissivas, podem optar pelo Blacktop e jogar na rua. Caso sejam novos no jogo, aconselho a passarem pelo 2KU, visto que mudaram algumas mecânicas.

O MyTeam continua a ser o ganha pão do jogo, mas, apesar de ter muito onde gastar tempo, os menus são uma confusão de cores e informação e de intuitivo têm pouco. Transmite a sensação de casino, que vai trazer mais frustrações do que alegrias. Isto porque, à semelhança do Ultimate Team, acaba por ser uma competição entre quem mete mais dinheiro no jogo. Há modos bem mais divertidos no jogo do que este.

O MyCareer é, sem dúvida, o modo mais espetacular de NBA 2K21, estando cada vez mais desenvolvido e completo. Aqui, podem criar o vosso avatar e, com a ajuda da app MyNBA2K21 (que tem scanner facial), é possível tornar o vosso avatar mais parecido convosco sem precisarem de estar a perder tempo em edições faciais. Aparte disso, só precisam mesmo de definir que tipo de jogador querem criar, a nível de características de jogo.

Agora começam a vossa carreira na escola secundária, de onde são recrutados por universidades, e o percurso que lá fizerem vai definir em que fase do Draft irão ser selecionados. Este percurso pré-NBA é acompanhado de história cinemática, que torna a experiência mais imersiva. Peca por faltar uma maior diversidade de universidades e um campeonato estruturado. Fora isso, a ideia está excelente e, agora, é só continuar a desenvolver a partir daqui.

Chegando à NBA, começa o desafio a sério e as prestações vão definir o futuro do vosso jogador na liga, as equipas que apostam em vocês, o tempo de jogo que terão e, por sua vez, os fãs que conquistam e patrocínios assinados com grandes marcas. Tudo isto gera VC (virtual coins) que servem para melhorar os stats de jogador ou investir em acessórios.

À primeira vista, os acessórios parecem fúteis, não fosse o The Neighborhood estar agora associado ao MyCareer, que é um autêntico Sandbox para diversão entre jogadores de todo o mundo. É lá que estão os campos de rua, os desafios entre comunidades, lojas de roupa e acessórios, ginásio, campos de treinos com jogadores da NBA convidados por vocês, entre muitas outras coisas.

NBA 2K21

A ideia é boa, mas tem falhas… A primeira é a necessidade de Internet com alguma qualidade para jogar no The Neighborhood, pois se não for boa, a experiência vai ser péssima. A segunda é o facto da introdução do The Neighborhood na MyCareer bloquear o modo à necessidade de Internet, debilitando o uso do jogo offline. A terceira é que o The Neighborhood, para a área que tem, ainda está numa fase de desenvolvimento muito rudimentar. Falta mais desafios e opções de interatividade.

Posto isto, fica a sugestão de reformular o The Neighborhood de forma a dar para usá-lo offline, bem como o MyCareer. Mesmo que seja mais básico a nível de estrutura, é uma ideia que deve ser tida em conta, pois a obrigatoriedade de ter net para jogar este modo acaba por ser um ponto negativo muito grande.

Para uma experiência mais autêntica, têm o MyLeague, onde podem fazer de tudo. Quando digo tudo, é no real sentido da palavra! De passar por todas as etapas de início de época com controlo total, a participar no draft com comentários personalizados sobre cada jogador, a mudar os franchises de cidade, a alargar a liga até mais seis equipas, a reformular toda a imagem da vossa equipa… É fantástico o quão complexo é.

O modo MyGM é igualmente completo e complexo (com muitas semelhanças com o MyLeague), no entanto, já não é para todos, dado que tem muito trabalho de bastidores que, apesar de ter influência nos resultados do franchise, envolve ações mais técnicas (mais do que o MyLeague, que já tem bastantes). Considero que iria gostar se investisse mais tempo neste modo, mas identifico-me mais com o MyCareer ou MyLeague, de longe.

No que toca a gráficos, NBA 2K21 tem features onde é mais forte que outras. Os estádios estão brutais, com muito detalhe (em particular nos reflexos no piso espelhado pelo verniz) e os jogadores estão muito fiéis à realidade, apesar de a nível de cor e contraste ainda parecerem um bocado bonecos. A ideia de passar vídeos reais das cidades onde os jogos ocorrem é deveras interessante e criar mais autenticidade. A história cinemática no MyCareer também está relativamente bem desenhada, contudo, o The Neighborhood está um bocado aquém e precisa de ser trabalhado. Fica a confiança de que todas estas falhas serão retificadas com o lançamento da versão deste jogo para a próxima geração de consolas.

NBA 2K21

Ainda falando de gráficos, em conjunção com a mecânica dos jogadores, há algumas falhas notórias, tais como o jogador a driblar ou a transportar a bola e a bola a um metro de distância a acompanhar essa ação. A rede do cesto continua a ter falhas na interação com a direção da bola. A movimentação dos jogadores continua a não ser tão natural quanto devia por esta altura, principalmente na forma como pousam os pés no chão.

Atualmente, é também mais fácil sair de campo, o que é bom e mau. Bom por ser mais realista, mas mau porque a movimentação em velocidade nas laterais para tentar um triplo fadeaway acaba muitas vezes por ser só um lançamento de dois pontos, ou pior, saindo do campo sem querer antes de lançar. Esta mudança veio debilitar muito o jogo ofensivo nas laterais.

A jogabilidade é uma espada com dois gumes. Está mais complexa, o que ajuda a diferenciar os bons jogadores dos razoáveis ou dos mais fracos, sendo a reestruturação da forma de lançar a bola a grande responsável por isso. É consideravelmente mais difícil lançar agora, dado que os lançamentos perfeitos não são tão recorrentes e a barra de lançamento está diferente, menos user friendly.

Por um lado é bom, porque à semelhança da facilidade em sair do campo, torna o jogo mais fiel à realidade e acredito piamente que esta alteração se deve à transição para os comandos das novas consolas. Por outro é mau, porque torna a experiência de lançamento mais frustrante para novos jogadores. Apesar de ser a favor desta mudança, a possibilidade de usar a mecânica antiga para novos jogadores não era uma ideia descabida.

No fim de contas, NBA 2K21 está um jogo bastante completo, mas com algumas falhas notórias a nível de mecânica e mudanças de jogabilidade que vão decerto gerar muita polémica. O facto de estarem a tornar o MyCareer online também não ajuda ao caso.

É por estas e por outras que, apesar de ser um jogo bastante bom, não consigo recomendar a investirem nele se tiverem comprado NBA 2K20 ou se planearem comprar para as novas consolas em breve. A não ser que optem por comprar a versão Premium do jogo, que vos permite depois fazer o upgrade para a PlayStation 5 e Xbox Series S e X de forma gratuita. Se ficarem pela versão para as consolas atuais mais um ano e fizerem mesmo questão, não é um mau investimento, atenção. Todavia, preparem-se para enfrentarem frustrações com a nova mecânica de lançamento até se habituarem.

Nós por cá, ficaremos à espera da versão da nova geração de NBA 2K21 para testar e dar o nosso veredicto ao que nos reserva no futuro de jogos de basquetebol da 2K. Expectativas em alta!

Nota: Muito Bom

Plataforma: PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch
Este jogo (versão PlayStation 4) foi cedido para análise pela CapitalGames.

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