Análise – Mr. Driller DrillLand

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Uma remasterização do clássico de 2002 que pouco adiciona ao original no que toca a conteúdos.

Mr. Driller DrillLand

Peguem nas vossas brocas e deem as boas-vindas a Mr. Driller. A icónica personagem da Bandai Namco, que marca presença nas consolas há mais de 20 anos, estreia-se na Nintendo Switch com uma remasterização de DrillLand, uma coletânea de minijogos lançada originalmente para a GameCube em 2002. Como um pacote de níveis apetecível e variações à tradicional fórmula da série, esta remasterização irá deliciar os fãs, mas, para os jogadores casuais, que procuram uma experiência mais profunda e menos assente na dificuldade, DrillLand cai como uma pedrinha no lago, incapaz de surpreender ou de justificar a sua longevidade.

Mr. Driller DrillLand é, de facto, um jogo para os fãs, que irão apreciar este regresso ao passado. Apesar da sua remasterização, que nos traz cenários, modelos e vídeos em alta definição – tudo com um design limpo, muito estilizado e nostálgico, relembrando perfeitamente as sensibilidades visuais da Namco no final do século XX –, o clássico da Bandai Namco foca-se unicamente na rotatividade entre cinco minijogos que procuram exponenciar a fórmula e a jogabilidade da série.

No que toca a mecânicas, tudo permanece intocado, com DrillLand a trazer-nos vários níveis e cenários onde o objetivo continua a ser perfurar o chão, evitar obstáculos, combinar cores e encontrar ar num sistema de puzzles acessível, mas difícil de dominar.

A coleção de minijogos assume a forma de parque de diversões, com os cinco níveis a ficarem disponíveis desde o início. O objetivo principal é terminar cada um dos níveis e colecionar cartões estampados que dão acesso ao confronto final com Dr. Manhole. Uma vez terminada, a campanha – que se foca na família titular e nos traz uma narrativa muito simples, mas divertida – não nos dá grandes motivos para voltarmos, a não ser que sejamos fãs da série. Os níveis não mudam, mas temos acesso a novos modos de dificuldade, com os objetivos a ficarem mais desafiantes e o puzzles mais exigentes.

Na verdade, podem dividir DrillLand em dois modos: Casual e Classic, de acordo com o tipo de dificuldade que procuram retirar do jogo.

Mr. Driller DrillLand

Os minijogos são o grande destaque de DrillLand e aprecio, ao só ter jogado o original, a tentativa em melhorar e injetar uma maior variedade a uma jogabilidade tão clássica e simples. Na sua génese, Mr. Driller é um jogo de puzzles onde temos de perfurar níveis enormes à medida que conciliamos blocos de várias cores. Estes blocos são o nosso maior inimigo e podem roubar-nos uma vida com um só toque.

No entanto, se jogarem com cuidado, conseguirão combinar cores, eliminar blocos mais facilmente e até parar a sua descida. É, num primeiro contato, muito divertido e uma fórmula que encaixa perfeitamente, por exemplo, num ambiente de festa entre amigos.

Em DrillLand, a Bandai Namco não procurou fraturar a jogabilidade da série, mas sim combiná-la com novos objetivos e géneros. Os cinco minijogos temáticos incluem alterações à fórmula, como a descoberta de itens, pequenos trechos de combate – muito simplificado – e ainda uma aventura RPG, com caminhos alternativos e um boss no final do nível. Não são alterações profundas, mas, num primeiro contato, é interessante ver e analisar a forma como a equipa se esforçou para injetar alguma variedade à série. Infelizmente, saí com a sensação que Mr. Driller merecia algo mais arrojado, tal como aconteceu com Bomberman e as suas aventuras RPG.

A aposta no público casual transparece não só na estrutura do jogo, mas também por algumas adições que procuram moldar a dificuldade da série. No parque de diversões, temos acesso não só aos cinco minijogos, mas também a uma zona de lojas, onde podemos comprar, para além de colecionáveis e outros bónus, itens que melhoram e auxiliam o nosso desempenho nos vários níveis. Estes itens permitem aumentar o número de vidas, a presença de um escudo e outras vantagens que facilitam – e muito – o início de cada partida.

Os jogadores veteranos poderão ignorá-los facilmente e comprar apenas os colecionáveis, existindo ainda uma zona focada na história de cada minijogo e das suas inspirações em séries da Namco, como Tower of Druaga.

O grande problema de Mr. Driller DrillLand, para além da sua idade, é a falta de conteúdos que justifiquem esta nova versão. Mesmo com modos cooperativos e competitivos, onde podem jogar até quatro jogadores, e com cinco minijogos, cada um com vários níveis de dificuldade, este regresso de Mr. Driller é vazio e pouco ou nada diferente do que vimos anteriormente na série. Apesar do seu charme, sendo impossível não destacar os fantásticos menus e banda sonora, é um jogo perfeito para uma promoção e para os amantes deste clássico.

No entanto, é impossível ignorar a jogabilidade clássica, os puzzles meticulosos e a aposta em desafios que obrigam ao pensamento e reflexos rápidos. É difícil quantificar a qualidade desta coletânea para quem não é, como eu, fã da série, mas acredito que os amantes de puzzles estejam completamente em casa.

Desta forma, experimentem se adoram o género ou a série em si. Se não têm qualquer contacto com Mr. Driller antes desta estreia na Switch, mantenho o que disse anteriormente: esperem por uma promoção.

Nota: Satisfatorio

Plataformas: Nintendo Switch
Este jogo foi cedido para análise pela Bandai Namco.

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