Montijo, Campo de tiro de Alcochete ou perto de Santarém. O novo aeroporto do país irá nascer numa destas localizações

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Parece cair por terra a hipótese Beja.

O Conselho de Ministros aprovou uma resolução que promove a análise estratégica e multidisciplinar do aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa. Esta abordagem envolve, para além do aeroporto Humberto Delgado, a análise das localizações do Montijo, do Campo de Tiro de Alcochete e da nova localização perto de Santarém. Ou seja, todas as outras hipóteses já faladas, como Beja, Tancos e outras, ficam de fora.

Neste âmbito será também criada uma comissão técnica independente para avaliar as opções estratégicas e coordenar e realizar a avaliação ambiental estratégica.

Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, o Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou que esta comissão técnica independente “terá um coordenador geral que será designado pelo Primeiro-Ministro sobre proposta do presidente do Conselho Superior de Obras Públicas, do presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável e do presidente dos Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP)”.

Este coordenador geral por sua vez – e sobre proposta do CRUP – vai indicar seis coordenadores de equipas de projetos que vão trabalhar ou estudar seis áreas temáticas diferentes, a saber: estudos de procura aeroportuários e de acessibilidades de infraestruturas e transportes; planificação aeroportuária, incluindo análise de capacidade e planos de desenvolvimento aeroportuário; acessibilidades rodoviárias e ferroviárias; ambiente e avaliação ambiental estratégica; análise e modelagem económica e financeira; e, finalmente, área jurídica.

O Ministro disse também que esta comissão independente deverá, até ao final de 2023, apresentar a sua avaliação ambiental estratégica e “os seus trabalhos serão acompanhados por uma comissão de acompanhamento que será presidida pelo Conselho Superior de Obras Públicas”, integrando ainda os presidentes das camaras municipais “de Alcochete, Benavente, Lisboa, Loures, Montijo e Santarém e outras que «entender acrescentar”.

Há cinco hipóteses para fazer nascer um novo aeroporto

Já sabemos, portanto, que um novo aeroporto irá, à partida (uma vez que este é um assunto debatido há anos), nascer ou no Montijo, ou no Campo de Tiro de Alcochete ou, então, perto de Santarém. Assim sendo, existem cinco hipóteses:

  • Um aeroporto complementar no Montijo, ficando o Aeroporto Humberto Delgado como principal;
  • O aeroporto no Montijo tornar-se-à, gradualmente, o aeroporto principal da região de Lisboa, ficando o Aeroporto Humberto Delgado como complementar;
  • Aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete para substituir integralmente o Aeroporto Humberto Delgado;
  • Aeroporto complementar/regional em Santarém, ficando o Aeroporto Humberto Delgado como principal;
  • Aeroporto internacional nasce em Santarém e substituirá totalmente o Aeroporto Humberto Delgado.

Uma decisão será conhecida até ao final de 2023. Pelo menos é essa a promessa. Por um lado, há quem defenda que o Aeroporto Humberto Delgado deva continuar como principal. Afinal, está de facto situado em Lisboa e tem um estação de metro de serviço, e com a capital portuguesa tão em voga para os estrangeiros, é uma forma de garantir que o turismo continua a bater recordes.

Por outro lado, há quem defenda que o principal aeroporto não devia ser em Lisboa, mas sim algo afastado, à semelhança do que acontece com outras capitais europeias. E é por isso que, por estes dias, a opção de Santarém tem vindo a ganhar força.

Se se optar pela versão de aeroporto regional, prevê-se um investimento de mil milhões de euros com uma pista de 3300 metros e capacidade para receber 10 milhões de passageiros por ano. Se a hipótese escolhida for de um novo aeroporto para dar vazão ao de Lisboa, então aí este projeto considera até três pistas paralelas (há espaço na lezíria para isso), o que permitirá receber 100 milhões de passageiros por ano – o que parece uma brutalidade para um país como Portugal. E neste caso, também o investimento é muito superior: algo na ordem dos 4,5 mil milhões de euros.

O Grupo Barraqueiro, inserido neste projeto, está convencido que, se se optar pela versão de aeroporto regional, então a infraestrutura estará pronta num prazo entre três a seis anos.

Para o grupo, esta localização adequa-se perfeitamente graças à facilidade das acessibilidades, que podem eventualmente ser resolvidas com um simples acesso rodoviário à A1 e a construção de um ramal ferroviário de três quilómetros à linha do Norte. A partir daí, era fácil realizar-se um serviço que levasse os passageiros de Santarém até Lisboa, ainda que, com um novo aeroporto na zona centro, tal poderia traduzir-se num aumento brutal de turistas.

Do ponto de vista legal, a concessão do Aeroporto Humberto Delgado à francesa Vinci inclui um raio de 75 quilómetros em torno do qual não pode haver concorrência. Esta solução fica a 80 quilómetros.

Não deixa de ser caricato, no entanto, Santarém ser considerado como possível localização do novo aeroporto e, ainda assim, não ser contemplado com a linha de alta velocidade, anunciada publicamente esta semana.

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