Normalmente preparo este tipo de artigo perto do final de cada ano, com mini-críticas que fui guardando de alguns filmes para os quais não tive tempo de escrever uma opinião mais extensa.
Porém, e tal como no passado, também 2023 será um bocado diferente, de forma a que consiga publicar as minhas críticas sobre todos os filmes que assistir durante este ano sem perder nenhum.
Sendo assim, este artigo contém as mesmas opiniões concisas que já leram em outros artigos semelhantes. Pequenas críticas de alguns filmes aos quais não posso oferecer 800 palavras ou mais devido a situações externas que podem ocorrer na minha vida. Na maioria dos casos, estes serão filmes que não terão impacto na minha reflexão de fim de ano dos melhores/piores filmes que vi em 2023.
Esta secção será atualizada sempre que adicionar uma nova mini-crítica, para que essas opiniões compactas possam ser vistas por todos a qualquer momento.
The Boogeyman
The Boogeyman torna-se rapidamente num dos meus filmes de horror favoritos deste ano! Não vai surpreender nenhum espetador habituado a estas histórias formulaicas, mas o realizador Rob Savage eleva tremendamente uma obra que facilmente cairia no esquecimento mal os créditos começassem a rolar.
Build-ups creativos e inteligentes para sequências repletas de verdadeiro suspense, assim como jumpscares bastante eficientes como já não experienciava há muito tempo. Mas o elenco é essencial para o sucesso deste filme. Não tenho palavras para descrever o quão impressionantes são as prestações de Sophie Thatcher, Chris Messina e Vivien Lyra Blair (11 anos!). Absolutamente incríveis!
Para fãs do género e para ver no cinema.
Nota: ★★★½
Fast X
Fast X surpreende e consegue trazer-me de volta para uma saga da qual já tinha praticamente desistido. Jason Momoa é, de longe, o MVP ao transformar um vilão facilmente esquecível numa explosão de charme e *camp* verdadeiramente hilariante. O elenco mantém uma química invejável, sendo que Daniela Melchior e Portugal mereciam mais tempo de ecrã.
Tendo em conta os filmes anteriores, a ação energética até acaba por ser bastante tolerável no que toca à insanidade ilógica esperada da franchise – o que agradará aos espetadores com menos paciência para o absurdo. Apesar de um abuso de panos de fundo falsos e uma montagem demasiado irrequieta, os níveis de entretenimento encontram-se bem dentro do espetro aceitável.
De forma clara, é o primeiro filme de uma trilogia final. Interpretem esta última frase como bem entendam.
Nota: ★★★
Hypnotic
Hypnotic carrega o potencial narrativo para se tornar numa obra alucinante cheia de twists chocantes e uma história incrivelmente cativante. Infelizmente, apesar de alguns momentos interessantes e de um elenco excelente, Robert Rodriguez e Max Borenstein entregam uma autêntica confusão atrapalhadamente montada de uma mescla de ideias não tão inteligentes como os cineastas tentam fazer parecer.
Não me recordo da última obra com tanta, tanta exposição preguiçosa para explicar todos os pontos de enredo ou desenvolvimentos de personagem. Desilusão.
Nota: ★★½
The Mother
The Mother é daquelas obras instantaneamente esquecíveis sobre uma mãe espiã que tem de proteger a sua filha há muito afastada devido a “maus da fita do passado”. Jennifer Lopez entrega uma boa prestação, Lucy Paez é ainda melhor, mas nem uma nem outra salvam o filme da sua história aborrecidamente genérica.
Esperava mais de Niki Caro, que nem nas sequências de ação consegue impressionar…
Nota: ★½
Chevalier
Chevalier conta com um argumento de Stefani Robinson que não escapa à previsibilidade da estrutura habitual de biopics deste tipo, mas Stephen Williams oferece uma visão cuidada e surpreendentemente cativante da história de vida do compositor Joseph Bologne. Uma narrativa tematicamente sensível, mas tremendamente inspiradora, e com música incrivelmente catártica que permite um clímax poderoso.
O elenco é maravilhoso, sendo que Kelvin Harrison Jr. entrega uma das melhores prestações de 2023 até à data. Guarda-roupa e maquilhagem receberão, com certeza, nomeações na próxima temporada de prémios.
Nota: ★★★½
The Pope’s Exorcist
The Pope’s Exorcist atira-se de cabeça com sequências de horror belissimamente filmadas por Julius Avery e sem medo de utilizar a sua classificação etária para oferecer uma quantidade de gore substancial. Infelizmente, não consegue fugir às fórmulas narrativas de “humanos possuídos por demónios” repetidas ao longo de várias décadas neste “subgénero” de exorcismos.
Russell Crowe eleva bastante a obra com uma prestação completa, misturando os momentos dramáticos com a personalidade cómica do seu personagem sem problemas. Já as constantes mudanças tonais criam uma incerteza sobre o tipo de filme que é suposto estarmos a assistir.
Pessoalmente, fica muito ao meio…
Nota: ★★½
Rye Lane
Rye Lane oferece mais autenticidade e emoção genuína nos seus 82 minutos incrivelmente envolventes, espirituosos e divertidos do que muitas comédias românticas com o dobro do tempo de execução. Um exemplo perfeito de como uma história deve durar o tempo que for necessário, nada mais, nada menos.
Vivian Oparah e David Jonsson possuem uma química palpável que transforma uma rom-com formulaica numa história cativante de se seguir pelas ruas de Londres. Para fãs do género, não há razões para perderem esta obra.
Nota: ★★★½
Champions
Champions é um filme de desporto para deixar os espetadores a sentirem-se bem com eles próprios e com o mundo que os rodeia. Um exemplo bonito e comovente de como histórias formulaicas podem ser elevadas pelos cineastas e atores envolvidos. Bobby Farrelly foca-se no elenco inclusivo e permite a todos momentos para brilharem, aproveitando-se do carisma infindável de Woody Harrelson e Kaitlin Olson para ajudar com os diálogos mais complexos.
Uma obra essencial, educativa e informativa sobre pessoas com deficiências intelectuais que todos deviam gastar um bocadinho do seu tempo para assistir.
Nota: ★★★
Plane
Plane supera as baixas expetativas pessoais. Originalidade, criatividade e desenvolvimento profundo de temas ou arcos de personagem não fazem propriamente parte do argumento, mas Jean-François Richet executa todas as suas ideias de tal maneira eficiente que justifica inteiramente o lançamento em cinemas em vez de ir direto para VOD.
Gerard Butler oferece o seu carisma para liderar uma missão-padrão de sobrevivência que, surpreendentemente, possui sequências de ação belissimamente filmadas e níveis de entretenimento bastante elevados. Um filme que entrega aquilo que promete… e um bocadinho mais.
Nota: ★★★½