Minecraft Legends

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Minecraft surge com mais um spin-off num novo formato de jogo, mantendo o charme e algumas mecânicas familiares do original, até para quem não o jogou.

Não sou um tipo de Minecraft. Conheço o jogo, reconheço a sua importância, sei mais ou menos do que se trata, mas sempre me passou ao lado. Esta posição mudou um pouco com o lançamento de Minecraft Dungeons, que adotou o formato de RPG de ação em perspetiva isométrica, focando-se mais na progressão de personagem e ação. Com Minecraft Legends, que chega agora ao PC e consolas, a Mojang vira-se para outro estilo de jogo, o RTS (Real Time Strategy), trazendo de volta alguns elementos estratégicos num jogo que, honestamente, já voltou a perder um bocado a minha atenção.

Não quero usar a carta do “não é um jogo para todos”, porque vezes e vezes sem conta, por recomendação, oportunidade ou curiosidade, descobri jogos fantásticos em estilos de jogo que não eram da minha preferência. Mas Minecraft Legends pouco fez para manter-me motivado.

Minecraft Legends é um jogo de estratégia em tempo real com elementos convidativos para quem gosta de liberdade, escolha e de ação. Conta com componentes cooperativas e PVP, e um dos aspetos mais interessantes é que o mapa em que somos largados é diferente para cada campanha pessoal dos jogadores.

Porém, sinto que foi com este grau de liberdade de exploração e de experimentação que Minecraft Legends se revelou, para mim, um pouco sem rumo e até aborrecido. Apesar da sua introdução narrativa e de um tutorial das mecânicas base – sobre controlo de personagens e de construção de pequenas estruturas que vamos somando à medida que fazemos tarefas no mundo e apanhamos recursos -, quando o jogo realmente se abriu, senti-me perdido.

Rapidamente estamos perante um título de escolhas para onde queremos ir e o que queremos fazer, onde os objetivos principais são criar campanhas de ataque às bases dos Piglins ou criar estratégias de defesa dos habitantes e das suas aldeias, que se transformam em pequenos segmentos de tower defense, onde a gestão estratégica de recursos pode ser a chave.


Minecraft Legends não é propriamente um jogo muito profundo mecanicamente, o que é excelente para quem não está familiarizado com o género, pois afinal de contas é um jogo dirigido a um público mais jovem. Mas ao fim de algumas sessões em que vagueava pelo meu mapa, que para ser franco era gigante e diversificado, senti que pouco tinha progredido e que certos recursos que procurava colecionar simplesmente eram escassos. Algo que ajudou a minha frustração foi a facilidade com que alguns minions que nos acompanham se perdem facilmente nas aventuras, ou as barreiras ao chegar a uma base longínqua de Piglins e descobrir que, afinal, não tenho nível ou recursos suficientes para cumprir a missão.

A história minimalista e reduzida a “os Piglins estão aqui para dominar o mundo e temos que os travar” não foi, para mim, um incentivo suficiente para entrar no loop dos seus objetivos, e é pena, porque apesar de tudo, a jogabilidade até é um pouco viciante e brainless. Os menus são acessíveis e não se sobrepõem às nossas ações, e o controlo da personagem e do nosso exército é extremamente satisfatório, quer em combate, quem na exploração do mundo aos cubinhos do jogo.

Admito que, ao fim de algumas horas, Minecraft Legends não me satisfez o suficiente para querer voltar a jogar com regularidade, quanto muito a repetir a sua campanha num novo mapa. E isto mesmo tendo em conta o facto de o jogo estar cheio de qualidades, como os seus adoráveis visuais e animações, grande variedade de ambientes e inimigos, ou pela componente estratégica e de escolhas. Mas tenho a certeza que fãs de jogos RTS e fãs de Minecraft serão bem mais tolerantes e sentir-se-ão bem mais confortáveis a cavalgar e a explorar este mundo colorido aos cubinhos.

Minecraft Legends tem lançamento no PC, consolas Xbox, PlayStation e Nintendo Switch, já no dia 18 de abril, data em que fica também disponível no Xbox Game Pass.

Cópia para análise (versão Xbox/PC) cedida pela Xbox Portugal.

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