Análise – Minecraft Dungeons

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Mais ação e menos construção.

Há um novo Minecraft no PC e consolas, mas este é bem diferente do que possam pensar. Fora com sistemas de sobrevivência, elementos criativos e uma gestão de recursos profunda, Minecraft Dungeons convida-nos para uma aventura por masmorras, desertos, montanhas e muito mais, num formato bem old-school.

Tal como Gears of War trocou a imersão do combate na terceira pessoa por um sistema mais cerebral e estratégico em Gears Tactics, neste caso a Microsoft remistura as suas propriedades e Minecraft abraça um novo e inesperado género, prometendo agradar, de alguma forma, aos fãs e a novos jogadores.

Após algum tempo com Minecraft Dungeons, apercebi-me que este jogo podia ser qualquer outra coisa que não um Minecraft. Porém, sem o nome associado ou a sua estética adorável de um mundo construído com base em blocos, talvez não fosse interessante o suficiente para investir tanto tempo nele. A verdade é que Minecraft é uma marca forte que atrai jogadores e cuja identidade visual e familiaridade com alguns dos elementos mais tradicionais do jogo original dão todo o charme a esta aventura.

Inspirado em clássicos de RPGs de ação dos anos 90 e 2000, com perspetiva isométrica, como por exemplo a série Diablo, Minecraft Dungeons oferece uma experiência base muito simplificada, perfeita para os mais novos e para os mais velhos que os queiram acompanhar em aventuras cooperativas.

Simples é a melhor maneira de descrever Minecraft Dungeons. Mas esta é uma descrição que acarreta tanto coisas boas como coisas menos boas. No PC, jogar Minecraft Dungeons pode ser feito quase apenas com o rato, clicando para onde ir e atacar apenas com uma dúzia de teclas de atalho para habilidades passivas e ferramentas, que podem ser usadas infinitamente (exceto as flechas) desde que a sua energia recarregue. Já nas consolas, ou com comando, em particular na Xbox One, os controlos são mais tradicionais, sendo possível usar o stick esquerdo para movimentar, o direito para desvios e os restantes botões para a ações disponíveis. Um aspeto que me deixou um pouco de nariz torcido foi a incapacidade de editar os controlos no PC, trocando o sistema de clique na navegação para o movimento por setas do teclado ou WASD, já que, para mim, seria mais intuitivo.

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As habilidades passivas podem ser trocadas a meio das missões, assim como as armas e armaduras, que podem (e devem) ser constantemente evoluídas com características novas para o sucesso das nossas aventuras. A jogabilidade não é muito profunda, mas é extremamente intuitiva, fácil de aprender e revela claramente para quem se destina esta experiência: os mais novos. Mas atenção, isto não quer dizer que não existam mais camadas na experiência.

Há muito para misturar e experimentar no que toca a armas, armaduras e habilidades, que vão sendo desbloqueadas de forma aleatória ao longo da exploração dos níveis, ou através de recompensa e baús comprados no nosso acampamento. Com cerca de uma dúzia de níveis, ou áreas, para explorar, Minecraft Dungeons não é um título longo e usa algumas estratégias para nos convencer a ficar mais tempo com o jogo do que se calhar aquele que merece. Não será, certamente, do agrado de todos, mas percebe-se o que é que Minecraft Dungeons quer fazer e que portas é que abre para o futuro, especialmente no que toca à receção de novos conteúdos e até de eventos sociais. Este é um jogo que, após 3-4 horas, pode tornar-se repetitivo para muitos jogadores.

Cada área é dedicada a um tema, seja um deserto, um pântano, uma montanha, uma caverna, entre outros, e são relativamente longas, cheias de inimigos para combater. Quase todas contam com um boss final para derrotar e os seus mapas são criados aleatoriamente, para dar um pouco mais de variedade às nossas aventuras. A nível de dificuldade, há um certo desequilíbrio que revela que este é um jogo para passar com companhia. Com três níveis distintos, cada área está preparada para desafiar os jogadores com seis subníveis de dificuldade associados à progressão das nossas personagens.

Quando estamos preparados e com uma personagem relativamente evoluída, jogar a solo é divertido e desafiante, caso contrário as coisas tornam-se caóticas e frustrantes. Isto é especialmente notório quando, no final dos níveis, os bosses, além de nos atacarem com as suas habilidades, ainda nos lançam todos os capangas. Há claramente uma filosofia de jogo que obriga à cooperação entre jogadores, com uns a fazerem de isco e outros a atacarem, algo que, a solo, é virtualmente impossível, a menos que apostemos na evolução através da repetição.

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Minecraft Dungeons cai infelizmente no território dos jogos de loot. Entramos num nível, limpamos o nível e evoluímos. Este é o seu endgame, suportado por uma história do bem contra as forças do mal que pouco mais é explorada além do setup inicial do jogo. Contudo, é de estranhar que, para um jogo tão focado no loot e gestão de armas, armaduras e habilidades, os níveis contenham tão poucos baús e itens para apanhar, algo que torna a exploração das áreas menos urgente.

Ainda assim, apesar dos seus problemas e limitações, percebo que Minecraft Dungeons não é dirigido a todos os jogadores mais hardcore. É uma aposta simplificada e divertida o quanto basta para juntar amigos, sem o stress e o caos de jogos mais modernos, realistas e violentos. É, especialmente, uma excelente porta de entrada para os jogadores mais pequenos, ainda que esse sentimento evapore nos níveis de dificuldade mais elevados.

A verdade é que me diverti com o tempo passado em Minecraft Dungeons. É um ótimo jogo para jogar quase em piloto automático, sem grandes riscos e com recompensas moderadas, que funciona como pano de fundo para conversas com amigos ao fim do dia ou para sessões mais casuais de streaming.

Se será divertido para os restantes jogadores? Só experimentando. A boa notícia é que podem fazê-lo amanhã, dia 26 de maio, através da subscrição Xbox Game Pass, no PC e na consola, dia de lançamento do jogo. Além do PC e Xbox One, Minecraft Dungeons chega também à PlayStation 4 e Nintendo Switch.

Nota: Bom

Plataforma: Windows 10 PC, Xbox One, PlayStation 4, Nintendo Switch
Este jogo (versão PC e Xbox One) foi cedido para análise pela Xbox Portugal.

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