Lisboa-Madrid de comboio em três horas? Só mesmo em 2030

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Vai demorar.

Desde março de 2020 que deixou de existir o comboio noturno que ligava Lisboa e Madrid. Tudo porque esta ligação gerava prejuízos anuais de dois milhões de euros, daí a Renfe ter decidido suspender a circulação do Lusitânia.

Não deixa de ser algo absurdo não existir uma ligação de alta velocidade entre as duas cidades. Afinal de contas, falamos de duas capitais europeias, mas quando os respetivos governos não se entendem, quem acaba por sofrer as consequências são mesmo os utentes.

Para já, e desde outubro do ano passado, que a viagem entre Lisboa e Madrid pode agora ser feita num total de oito horas e 48 minutos. Tudo porque serão necessários três, em vez de quatro, comboios para ir de um país ao outro. Basicamente, a oferta na Linha do Leste foi reforçada, neste caso no trajeto Entroncamento-Badajoz, em que passaram a realizar-se, diariamente, dois comboios em cada sentido.

Neste caso, a viagem começa no Intercidades a partir de Santa Apolónia, que leva os passageiros até ao Entroncamento. Da cidade dos fenómenos, é necessário apanhar o comboio regional até Badajoz, sendo que têm comboio às 9h28 e às 13h26. Já em território espanhol, há que seguir viagem no Intercity da Renfe, até chegar à estação de Madrid-Chamartín.

Porém, são demasiadas horas de viagem para um transporte que se quer rápido, e não é assim que conseguirá competir com o avião, cuja viagem entre Lisboa e Madrid demora somente 1h15, excluindo toda a parte logística do antes e após viagem, é claro. A situação na ferrovia promete mudar, é certo, mas somente a partir de 2024, uma vez que o regresso do comboio direto entre Portugal e Espanha está dependente da conclusão do troço Évora-Elvas, que permitirá que os comboios circulem a 250 km/h.

O problema? É que é apenas esse troço, de 90 quilómetros, que conseguirá acomodar, para já, um comboio a alta velocidade. Até chegar a Évora, diz o ECO, esse comboio não poderá superar os 220 km/h. Muito pior, ainda assim, é o caminho entre Lisboa e o Pragal, no qual não é possível passar além dos 60 km/h devido à travessia da Ponte 25 de Abril.

Do lado espanhol, ficará concluída, ainda no primeiro semestre deste ano, ou seja, até junho, a eletrificação de um troço de 150 quilómetros entre Badajoz e Plasencia. Depois disso, é necessário o país avançar com a ligação entre Plasencia e Oropesa, e de Oropesa a Madrid. Ou seja, vai mesmo demorar anos.

Também para 2030 está previsto que a viagem entre Porto e Vigo passe a durar apenas uma hora. Por outro lado, fora da equação está, pelo menos para os próximos anos, o regresso dos comboios noturnos que ligavam Lisboa e Madrid.

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