IPTV. É possível ver vários canais portugueses de forma completamente legal

Tudo com recurso a streams públicos e oficiais. Ou seja, esqueçam canais que requerem uma subscrição mensal.

Há umas semanas, destacámos aqui no Echo Boomer uma nova operadora que promete mudar o panorama do acesso à fibra ótica em Portugal. Trata-se da LigaT, que tem o objetivo de “democratizar o acesso à Internet, sem barreiras ou limites, sem mais tretas”.

Ora, a LigaT promete tudo isso graças a três aspetos:

• A LigaT implementa e usa a sua própria rede de fibra ótica e não depende de terceiros. Na camada de serviço, criou-se uma rede única em Portugal, que pretende ser a melhor e mais rápida, sem pontos de estrangulamento, shapers ou outro tipo de dispositivos para gerir “a distribuição do mal pelas aldeias”, a chamada contenção;

• Usam as mais modernas tecnologias com automação extensiva. É na sua “fábrica” que a LigaT usa as mais modernas tecnologias da computação (softwarização das redes), com automação extensiva e que, com isso, consegue ser mais eficiente, assegurar a competitividade, sem compromissos em performance e qualidade;

• Criaram uma rede simples para resolver os nossos problemas. Essencialmente, a rede da LigaT não tem que suportar milhentos serviços, alguns “do século passado”, que acabam por virar um enorme dinossauro que os clientes têm de pagar.

No fundo, a empresa promete um “acesso à Internet rápido, fiável e, sobretudo, a um preço acessível”. E uma das diferenças em relação às restantes operadoras está logo no facto de LigaT prometer não só um acesso sem fidelização, “sem mais tretas”, mas também porque irá dispensar, pelo menos por agora, o serviço de televisão.

Ou seja, e por outras palavras, quem ficar com a Internet da LigaT terá somente isso: Internet. Não há serviço de telefone nem serviço de TV, somente Internet.

Então, como fazer para ver televisão?

A LigaT, se se confirmar o seu crescimento a nível nacional, promete causar mossa nas restantes operadoras. Na verdade, e pelo menos a população mais jovem, tende-se a descartar cada vez mais os típicos canais do cabo, preferindo focar as suas atenções em serviços de streaming, podcasts e afins.

A chamada geração Z, por exemplo, que considera pessoas nascidas a partir de 1997 (e que terão por esta altura 25 anos de idade), passa cada vez menos tempo com os típicos canais, logo um serviço de Internet sem TV associada não será um problema. O mesmo acontece com a geração Millennial, que compreende pessoas nascidas entre 1981 e 1996. Ou seja: o futuro dos canais está cada vez mais dependente das populações mais idosas.

Porém, há sempre quem goste de ficar minimamente informado sobre o que passa no país e no mundo sem ser através das redes sociais. E aí, para aceder aos canais televisivos (alguns, pelo menos) também existe solução.

Por exemplo, quem tiver uma Smart TV ou box Android facilmente conseguirá instalar as aplicações RTP Play, TVI Player ou OPTO (SIC), ficando com acesso aos principais noticiários televisivos portugueses. Basta abrir a respetiva aplicação e ver, em direto, o que está a acontecer nesse canal.

Porém, há uma forma mais interessante de ter acesso a mais canais sem que tenham de andar a instalar várias aplicações: IPTV.

Não, a IPTV não é somente focada em pirataria

Certamente já viram no Facebook ou em grupos de Telegram várias pessoas a venderem serviços de IPTV, que dão acesso a muitos canais pagos, por determinado valor mensal, muitíssimo mais acessível que os cobrados pelas operadoras. Embora pareça apetecível, tem um grande problema: é ilegal.

E a venda deste tipo de serviços faz com que toda a gente ache que a IPTV é totalmente ilegal… mas não é bem assim.

O IPTV (Internet Protocol Television) é, como o nome sugere, um método de transmissão de sinais televisivos através de redes IP. Basicamente, trata-se de um protocolo de rede responsável por transmitir sinais de televisão via Internet. Trocado por miúdos, é a forma moderna de ver televisão nos dias de hoje.

E se isto acaba por ser uma mina para vender o acesso a canais normalmente bloqueados pela operadora mediante pagamento (algo que os piratas conseguem facilmente contornar, colocando até servidores alojados no estrangeiro para que não sejam facilmente detetados, e recomendando até o uso de VPNs), a verdade é que há também quem olhe para isto como uma forma facilitada de ver televisão, mas sem ir contra a lei.

Tudo isto para chegarmos ao projeto M3UPT, que apresenta uma lista de IPTV com canais de TV e estações de rádio. O melhor de tudo? São streams públicos e oficiais, logo totalmente legais.

Que canais posso ver?

A lista é bastante interessante. Ora reparem:

Principais canais de TV portugueses

• RTP 1
• RTP 2
• SIC
• TVI
• RTP 3
• SIC Notícias
• CNN Portugal
• Euronews PT
• ARTV
• RTP Memória
• RTP Açores
• RTP Madeira
• RTP África
• RTP Internacional
• TVI Internacional
• Porto Canal

Principais canais de TV internacionais

• Euronews EN
• Euronews ES
• Euronews IT
• Euronews FR
• Euronews DE
• teleSUR
• teleSUR English
• RT News
• RT America
• RT UK
• RT Español
• RT France
• RT Documentary
• CGTN
• CGTN Español
• CGTN Français
• Al Jazeera English
• France 24 English
• France 24 Español
• France 24 Français
• CNN International
• Reuters TV
• NASA TV
• NHK World
• Deutsche Welle Español
• Deutsche Welle Deutsch
• Deutsche Welle Arabic
• TV5 Monde Info
• TVE 24h
• La 1
• La 2
• Gulli
• Trace Urban
• Fuel TV
• Red Bull TV
• Fashion TV

Têm ainda acesso a várias estações de rádio portuguesas, como a Antena 3, Rádio Comercial, M80, Rádio Renascença e TSF, além do acesso às câmaras da Beachcam colocadas em várias praias portuguesas.

Como ter acesso aos canais?

É simples. Basta pegarem nestes links (M3U e EPG) preparados pelo projeto M3UPT e colocarem em programas que consigam ler este tipo de links, como é o caso do VLC.

Se estiverem num PC Windows ou Mac, é muito simples. Abrem o VLC, clicam em Ficheiro e, depois, em “Abrir rede”. Aí basta colarem o link M3U, por exemplo, e ficam logo com acesso imediato às streams dos canais anteriormente mencionados.

Atenção: os canais da RTP não abrem em alguns leitores e os canais da SIC somente funcionam com IP português, pelo que, quem vive fora de Portugal, terá de usar uma VPN e ligar-se a um IP português. Além disso, alguns streams somente funcionam se utilizarem o Kodi e tiverem o addon YouTube instalado.

Caso optem por utilizar esta lista IPTV numa box Android, é recomendado que o vosso aparelho tenha um dos seguintes processadores – Amlogic S905W2, S905Y4 ou S905X4 – e 4GB de RAM. Caso necessitem de algum aparelho, aqui têm uma série de sugestões.