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House of Spoils tenta equilibrar a tensão do horror sobrenatural com o drama interno de uma protagonista num ambiente culinário de alta pressão, mas acaba por não ir além do previsível.

Uma chef ambiciosa (Ariana DeBose) abre o seu primeiro restaurante num local remoto e enfrenta o caos da cozinha, imensas dúvidas pessoais e uma presença sobrenatural que tenta sabotar o sucesso da protagonista a todo o custo. Premissa simples e direta do duo responsável pela realização e argumento de House of Spoils, Bridget Savage Cole e Danielle Krudy (Blow the Man Down), cuja atriz principal foi o principal elemento atrativo para mim. Considero DeBose (West Side Story) uma artista versátil e sem medo de arriscar papéis em novos géneros como demonstra a sua carreira até então.

E é precisamente a DeBose que House of Spoils se agarra para se manter cativante. Existe um estudo de personagem intrigante sobre auto-estima, confiança e capacidade pessoal de ultrapassar obstáculos impostos por nós próprios e por outros, assim como lutar contra normas discriminatórias dentro de determinadas indústrias, bem no centro desta obra, mas nunca chega a ser totalmente desenvolvido devido a desvios constantes e mais seguros por caminhos formulaicos do género de horror sobrenatural. Mais uma história sobre uma casa assombrada por uma bruxa de tempos passados já não é propriamente único e, sem criatividade técnica para criar sequências de suspense assustadoramente imersivas, rapidamente se perde a atenção dos espetadores.

House of Spoils contém um elemento de entretenimento extra com o foco na área da culinária gourmet, algo que satisfará fãs de competições televisivas como MasterChef e afins. Com tantos pratos visualmente tão bem confecionados e belissimamente empratados, é difícil não sentir fome durante a visualização da obra – mérito para Cole e Krudy que conseguem transportar essa sensação para a audiência através dos seus visuais. Ao longo do filme, é notável o tema positivo sobre uma dieta natural baseada em plantas e o que seja proveniente do solo de cultivo, mas os últimos minutos da narrativa acabam por contrariar esta mensagem, deixando um sabor final amargo e confuso.

Esta contradição resume bem House of Spoils. O potencial é visível a olho nu, mas quando se chega a um momento de maior risco criativo e narrativo, a escolha cai sempre na decisão mais segura. Se é errado? Não. Não existe nada de errado em jogar pelo seguro. Mas ao seguir este rumo, é necessário contar com outros atributos técnicos ou caraterísticas especiais que façam os clichés e fórmulas repetitivas serem problemas menores. DeBose dá o seu melhor, assim como os departamentos de maquilhagem e catering, mas não o suficiente para fazer da obra memorável.

VEREDITO

House of Spoils tenta equilibrar a tensão do horror sobrenatural com o drama interno de uma protagonista num ambiente culinário de alta pressão, mas acaba por não ir além do previsível. Ariana DeBose é claramente o aspeto mais forte desta produção, mas o argumento e realização optam demasiadas vezes por escolhas pouco ousadas, limitando o impacto emocional e a originalidade da narrativa. O resultado é um filme com elementos temáticos interessantes, mas que, no final, deixa a sensação de que poderia ter sido muito mais.

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