Fórmula 1 – A chuva do Grande Prémio da Rússia deu a vitória nº 100 a Lewis Hamilton

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O Grande Prémio da Rússia esteve sempre ameaçado pela chuva, desde os dias que antecederam o fim de semana de Fórmula 1, até ao sábado que viu a sessão 3 de treinos livres ser cancelada. No domingo, depois de um sábado com uma qualificação surpreendente, a chuva parecia estar a dar tréguas, até que… choveu. Choveu muito mais do que o esperado e Lewis Hamilton subiu ao pódio, de intermédios calçados, para festejar a vitória nº 100 na sua carreira depois de não ter acabado o Grande Prémio de Itália.

Depois de um sábado com a sessão de treinos livres a ser cancelada e uma qualificação surpreendente que levou o McLaren Mercedes de Lando Norris à Pole Position, seguido de Carlos Sainz Jr. e de George Russell e o seu Williams Mercedes em P3 na grelha de partida, a corrida de domingo não podia ter sido mais emotiva. Foram 53 voltas de trocas de posição, estratégias diferentes, bluffs, alguma sorte e azar à mistura. Foram 53 voltas que acabaram com os dois lugares mais altos do pódio ocupados pelos suspeitos do costume, mas até isso acontecer muito se passou.

Depois de um arranque fantástico por parte de Sainz, que contrastou com o arranque menos bom de Lewis Hamilton, estavam dadas as primeiras curvas e era o piloto rspanhol da Ferrari que liderava o Grande Prémio da Rússia. Logo atrás seguiam Lando Norris e, ainda para surpresa de todos, o Williams de George Russell. O outro espanhol na grid, Fernando Alonso, que até já tinha estado em P4 durante a primeira volta, estava agora em P7 depois de ter sido passado por Lance Stroll, Daniel Ricciardo e Lewis Hamilton.

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Crédito: Formula1.com

Estamos na volta 7 de 53 e, lá na frente, Sainz e Norris continuavam a ganhar tempo ao resto da competição. Em terceiro lugar seguia George Russell, que embora não tivesse o mesmo ritmo que alguma da sua competição, estava a fazer um ótimo trabalho para conseguir manter tal posição, mesmo com a pressão de ver o Aston Martin de Lance Stroll a aproximar-se. Na mesma volta, mas mais para trás, estavam Valtteri Bottas (P14) e Max Verstappen (P15), já que ambos tiveram penalizações devido a trocas da Power Unit (ou partes da mesma) nos seus carros. Enquanto Bottas parecia não conseguir ganhar terreno e ultrapassar os carros à sua frente, Max seguia acelerado e, após começar em P20, estava agora em P15, mesmo atrás do finlandês da Mercedes. Quando a altura chegou, Bottas acenou, fez a vénia e deixou Max passar como se nada se passasse, como se um título de construtores não estivesse em jogo… talvez seja por esta falta de garra (vou dizer que é falta de garra, apenas falta de garra, nada mais) que o piloto com o carro 77 vai conduzir um Alfa Romeo em 2022.

Ao saltar para a volta 13, Verstappen já está em P13, Russel continua em P3, mas Lando Norris conseguiu o ritmo que precisava e passou o seu antigo colega de equipa, estando agora na liderança da corrida e com vontade de ganhar. Segundo atrás de segundo, ia conseguindo construir uma boa vantagem face ao Ferrari que seguia em P2. Entretanto, foi altura de Carlos Sainz Jr. trocar de pneus e voltamos a ter um 1-2 da McLaren, mas por pouco tempo, já que o australiano que ganhou o Grande Prémio de Itália teve a sua paragem e acabou por sair três posições abaixo de Sainz, em P13.

O primeiro momento de emoção na corrida foi quando, na volta 25, Hamilton fez a sua paragem e os homens da Red Bull não quiseram ficar atrás e pararam Max Verstappen logo de seguida, na esperança de conseguir ganhar algum tempo e, quem sabe, poder lutar pela posição em pista. Não aconteceu. Lewis saiu para a pista em P9 e Max em P12, sendo que, entre eles, estavam Ricciardo e George Russell.

E se Norris continuava na liderança, ainda sem paragens, Hamilton depressa começou a subir posições, ao passo que Max estava com alguma dificuldade em conseguir ultrapassar. Norris lá parou e saiu para a pista em P4, seguido de Lewis Hamilton, que assim já estava cinco posições à frente de Max. Já com todas as paragens feitas e a faltarem apenas 12 voltas para o fim, Norris continuava na frente e a fazer um excelente trabalho para se defender, ao mesmo tempo que mantinha uma distância saudável de Lewis Hamilton.

Foi aproximadamente por esta altura que se começaram a ouvir as primeiras indicações da possibilidade de chuva, embora ligeira, para as últimas voltas do Grande Prémio da Rússia. A chuva apareceu mesmo, faltavam seis voltas para o fim e Norris começava a sentir alguma dificuldade em controlar o carro, saindo mesmo em frente numa das curvas, mas conseguindo manter o primeiro lugar e até ganhar algum tempo numa altura em que Hamilton já estava mais preocupado em manter o carro em pista que em conseguir ultrapassar o piloto da McLaren.

A McLaren diz que a chuva deve continuar ao mesmo ritmo e Norris vai ficando em pista. Alguns pilotos começam a parar para intermédios. Norris e Hamilton ficam mais uma volta. Hamilton parou e Norris fica a mais de 30 segundos do piloto da Mercedes… é parar agora ou nem vale a pena. A chuva vai continuar assim, diz a McLaren. Norris escolhe continuar. A chuva continua também e cada vez mais forte. Lando, ainda de pneus duros, não consegue controlar o carro. É uma festa, os pilotos que não trocaram de pneus andam a dançar de um lado para o outro. É impossível conduzir naquelas condições, com aqueles pneus.

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Crédito: Formula1.com

Três voltas para o fim e tudo foi por água abaixo. A chuva, em partes da pista, é muito forte e Norris, ainda sem parar, perde a P1 para Lewis Hamilton. Ouve-se no rádio: “vou ter que parar, não consigo assim”. Norris pára, a duas voltas do fim, tarde demais… todo o tempo que conseguiu ganhar durante 51 voltas perdeu em pouco mais de um volta. Saiu para a pista em P8 a saber que o pódio tinha passado à história. Lando Norris acabou em P7, numa corrida que merecia ganhar, mas a estratégia, as más previsões meteorológicas ou a sua vontade de arriscar fez com que perdesse.

No fim, foram os pilotos e as equipas que trocaram para intermédios na altura certa que saíram beneficiados. Lewis Hamilton teve a sua vitória nº 100 e Max Verstappen, após sair de último, consegue acabar em P2, não perdendo tantos pontos na luta pelo campeonato quantos espera perder. Carlos Sainz Jr. fechou os lugares do pódio, seguido de Ricciardo e de Valtteri Bottas. O finlandês, mesmo sem mãos para defender de Max, lá conseguiu um top 5, provavelmente graças à chuva, já que trocou para intermédios bem antes que o seu colega de equipa, por exemplo.

Dar ainda destaque ao 6º lugar de Alonso, que na alucinação que foram as últimas voltas, chegou a estar em P3. E claro, destacar mais uma corrida nos pontos para George Russell (P10) e a volta mais rápida de Lando Norris (1:37.423), feita quando andava na frente com Lewis Hamilton a um ritmo que geralmente só é conseguido por Mercedes e Red Bull.

Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Top 10 por pilotos

PosiçãoPilotoEquipaPontos
1Lewis HamiltonMercedes246.5
2Max VerstappenRed Bull Racing Honda244.5
3Valtteri BottasMercedes151
4Lando NorrisMcLaren Mercedes139
5Sergio PerezRed Bull Racing Honda120
6Carlos Sainz Jr.Ferrari112.5
7Charles LeclercFerrari104
8Daniel RicciardoMcLaren Mercedes95
9Pierre GaslyAlphaTauri Honda66
10Fernando AlonsoAlpine Renault 58

Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Top 5 por equipas

PosiçãoEquipaPontos
1Mercedes397.5
2Red Bull Racing Honda364.5
3Mclaren Mercedes234
4Ferrari216.5
5Alpine Renault103

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