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God of War Ragnarök para PC é, definitivamente, uma versão melhorada e otimizada do aclamado jogo, mas o excelente trabalho da Santa Monica Studio na versão original torna difícil perceber o que é que realmente melhora. E isso é fantástico.

Mesmo que ainda falte algum tempo para a chegada da PlayStation 5 Pro, pegar agora em God of War Ragnarök para PC parece que muda um pouco a forma como admiramos o excelente jogo da Santa Monica Studio, naquela que podíamos já afirmar ser mais uma versão definitiva de um exclusivo PlayStation. Levantando até a questão se God of War Ragnarök poderá ficar ainda melhor na PlayStation 5 Pro e ao nível do que o jogo é capaz de apresentar num computador de alto desempenho.

God of War Ragnarök para PC é convertido pela Jetpack Interactive, um estúdio interno da PlayStation Studios e que foi responsável também pela versão para PC de God of War de 2018 (que surgiu nesta plataforma apenas em 2022). Em termos de conteúdo e de história, é exatamente o mesmo que a versão da PlayStation oferece, já com a adição do modo de Novo Jogo, o modo de fotografia e da expansão gratuita Valhalla, lançada no final de 2023, que deve ser acedida depois da conclusão da história principal, com mais algumas horas de divertimento num registo mais roguelite. Todo este conjunto está disponível na Steam Store e na Epic Games Store por 59,99€, ou por 69,99€, pela versão Digital Deluxe, que inclui extras como a banda sonora digital, artbook digital e alguns elementos cosméticos extra.

Assim, toda a experiência emocional e narrativa de God of War Ragnarök para PC é exatamente a mesma que a da versão da PlayStation (podem ficar a saber mais sobre ela na nossa análise original, onde o recomendamos com todas as nossas forças). O que realmente importa agora perceber é como é que esta versão se comporta nos PC e que melhorias inclui.

A nível de opções, God of War Ragnarök para PC oferece praticamente todas as devidas vantagens de um jogo de PC atual, e é ótimo encontrá-las disponíveis logo no seu lançamento. Refiro-me, claro, a tecnologias de reconstrução de imagem que permitem o recurso a altas resoluções sem perder desempenho, como o DLSS da NVIDIA, o FSR da AMD e o Intel XeSS, sendo que as soluções da AMD e da NVIDIA suportam geração de frames; contamos ainda com suporte de taxas de frames desbloqueáveis; suporte de diferentes aspect ratios e formatos de monitor ultra-widescreen, com a possibilidade de jogar, por exemplo, em modo cinemático 21:9 em monitores 16:9 convencionais; e claro, melhorias subtis na qualidade da apresentação a nível de sombras, texturas, etc.

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God of War Ragnarök (Santa Monica Studio/Jetpack Interactive)

God of War Ragnarök foi lançado originalmente não apenas para a PlayStation 5, mas também para a PlayStation 4, podendo-se considerar um jogo cross-generation e do qual podemos concluir que, à partida, até um computador para jogos já com alguns anos conseguirá suportar este jogo sem grande esforço. God of War Ragnarök, apesar de extremamente belo, não recorre a tecnologias como ray-tracing visual, sendo que é a sua direção de arte e mestria técnica a carregar aos ombros a excelente apresentação clara do jogo nas suas versões originais.

No PC, God of War Ragnarök mantém-se fiel neste sentido, com um jogo bastante sólido até nas suas definições mais baixas, e até jogável em máquinas mais modestas, algo que pude comprovar sem grandes problemas na Steam Deck da Valve, onde God of War Ragnarök corre na perfeição, com a sua resolução de 800p em Low e com taxas de frames que ultrapassam com frequência os 30FPS, um aspeto importante pois permite-me trancar o jogo nos 30FPS e ter um experiência “cinemática”, sólida e visualmente cativante em qualquer lado. No entanto, esse desempenho pode ser drasticamente melhorado, sacrificando alguma clareza visual, com recurso ao FSR para a resolução dinâmica e até com geração de frames desta proposta da AMD. Mesmo não sendo a minha maneira ideal de experienciar o jogo, reconheço o quão ótimo é ver estas opções disponíveis.

Já no outro lado do espetro, num computador de alto desempenho como o que uso, composto por um processador Intel Core i9-10900X; 32GB de memória RAM DDR4 a 3200Mhz e uma GeForce RTX 4090 GAMING OC 24GB, foi-me possível testemunhar o “poder” de Kratos em todo o seu esplendor. E não podia ficar mais encantado com os visuais e o desempenho do jogo.

Esta conversão acaba por ser uma daquelas que “simplesmente funciona”. Ao entrar no jogo, tal como na versão de consola, foram-me dadas várias opções de acessibilidade, antes de entrar logo em ação. Algo que podia ir mais a fundo ao apresentar as configurações gráficas, coisa que não o fez. Felizmente, o jogo permite logo essa configuração no menu de pausa da primeira cinemática, onde automaticamente se ajustou na predefinição Ultra, em 4K, com DLSS em resolução nativa, ou seja, o DLAA. A única opção visual que não surgiu automaticamente ativa foi o HDR.

Sem grandes surpresas, o jogo voa. Com taxas de frames bastante elevadas, ultrapassando os 120FPS e com esse alvo até desbloqueado, e tempos de resposta mínimos. Ainda assim, para obter um desempenho mais afinado, tranquei o jogo a 60FPS, onde pude assistir a um extremo decréscimo do uso do GPU e do CPU que, ao longo das primeiras horas mais intensas de jogo, rondava os 40%-50% de utilização, aliado a uma extrema estabilização na fluidez de jogo.

Graças a esse folgo no desempenho, experimentei brincar com resoluções mais elevadas, nomeadamente a 8K (7680 x 3292 pixeis) durante um combate intenso e o resultado foi surpreendente, com o jogo a correr em Ultra, com resolução nativa, confortavelmente acima dos 30FPS, um valor que é facilmente trancado, tornado realidade a impressionante capacidade de jogar God of War Ragnarök em 8K num computador atual.

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God of War Ragnarök (Santa Monica Studio/Jetpack Interactive)

Para esta nova viagem voltei a pegar no DualSense Edge, ligado ao PC via USB, de forma a tirar partido das capacidades hápticas e exclusivas dos comandos da PlayStation e, claro, de forma a perceber o quanto muda a experiência nesta nova versão. E a verdade é que não muda assim muito.

E não o digo de forma negativa, antes pelo contrário. A versão da PlayStation 5 já era visualmente excelente e os seus modos de desempenho ofereciam uma experiência de jogo sublime. No PC, no entanto, com uma máquina à altura, God of War Ragnarök faz aquilo que agora imagino que seja a promessa da PlayStation 5 Pro, ou seja, a capacidade de jogar um jogo com a melhor fidelidade possível e com a fluidez dos modos de desempenho. E é este o ponto que me leva a levantar algumas questões, sendo a principal: como é que este jogo se irá apresentar na futura consola da Sony comparativamente àquela que é, atualmente, a sua versão derradeira, a de PC? Teremos que esperar para ver.

Efetivamente não há muito a dizer sobre esta versão, para além de que funciona perfeitamente e vem extremamente completa com o pacote cheio de opções visuais para otimizar a experiência, e até de acessibilidade, para tornar o jogo jogável por mais jogadores. No entanto, convém realçar que nem tudo foi perfeito. A certa altura no jogo deparei-me com um problema que me atirava para o ambiente de trabalho. Era uma pequena ação que repeti várias vezes e que me impossibilitava de avançar. Confrontado com isto, tive que reduzir os visuais para Low e resolveu. De seguida voltei a colocar em Ultra e o jogo continuou. Um entrave menor, que facilmente a produtora arranja com uma atualização.

Também digno de mencionar é a suposta obrigação de ter uma conta da PSN e fazer o login no jogo, algo que tem sido bastante contestado pela comunidade de jogadores de PC. Sim, é verdade que o jogo surge com essa indicação e que existe uma opção de login com a conta da PSN. No entanto, não é uma obrigação fazê-lo. O jogo pode ser experienciado na sua totalidade sem aceder a esta função que é, no fundo, dirigida apenas a jogadores já da PlayStation que pretendem, por exemplo, acumular os troféus desta versão do jogo. Por isso, se não têm uma conta da PSN, não necessitam dela para jogar God of War Ragnarök no PC.

A conversão de God of War Ragnarök para PC pela Jetpack Interactive aproxima-se ao trabalho da Nixxes Software, responsável pela maioria destes trabalhos, com um jogo extremamente sólido, tecnicamente impressionante e pronto a jogar numa vasta gama de dispositivos, onde o excelente trabalho da Santa Monica Studio também brilha, pelas bases já criadas na versão original, pelo suporte através de atualizações e pelo seu trabalho artístico que permite que, mesmo em definições mais baixas, o jogo se mantenha deslumbrante.

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Cópia para análise cedida pela PlayStation Portugal.

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