Estreou mundialmente ontem à noite no canal oficial do YouTube e, hoje, 4 de outubro, ficou disponível nas demais plataformas de streaming, como o Spotify, Apple Music, entre tantos outros. Ghosteen é o 16º álbum de estúdio de Nick Cave e sucede ao brilhante Skeleton Tree (2016), que surgiu na altura após a trágica morte de Arthur, filho adolescente do músico.
Ghosteen é, à semelhança de Abbattoir Blues / The Lyre of Orpheus (2004), um álbum duplo. Temos, no primeiro disco, oito temas descritos como “crianças“, ao passo que um segundo disco contém somente duas canções e uma faixa de spoken word, descritos como “os pais”.
O nome deste novo álbum está, de alguma forma, relacionado com esse trágico acontecimento que abalou a vida do australiano. E quem já o ouviu definiu, desde logo, duas coisas: é um trabalho que merece ser escutado várias vezes, mas não é tão visceral e não contém tanta raiva como o anterior. Isso sente-se nas palavras de Nick Cave, que, ao que tudo indica, parece mais contido e à procura dessa paz.
Em Ghosteen, Nick Cave é novamente pela sua banda de sempre, os Bad Seeds, que, de momento, são constituídos pelo teclista e violinista Warren Ellis, pelo baterista Thomas Wydler, pelo baixista Martyn Casey, pelo percussionista e vibrafonista Jim Sclavunos e pelo guitarrista George Vjestica.
Resta agora esperar que o músico australiano regresse novamente ao nosso país. A passagem mais atual do artista data do ano passado, quando encabeçou um dos dias do NOS Primavera Sound, numa noite onde a chuva ia caindo a potes. Mas não foi a água que caiu dos céus que demoveu os milhares de festivaleiros de assistirem ao magnífico concerto.
Ao olharmos para o calendário de Nick Cave, percebemos que ainda tem 2020 praticamente livre, à exceção de umas quantas datas em janeiro do próximo ano. Esperemos que não demore muito a visitar-nos novamente.
