Dão Capital – Encruzado e Touriga Nacional brilharam no Mercado da Ribeira

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A sexta edição do Dão Capital, evento organizado pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão e pela revista Grandes Escolhas, teve casa cheia, com o piso de cima do Time Out Market, em Lisboa, a apresentar uma grande moldura humana pela altura da nossa visita.

Estiveram, assim, durante dois dias em Lisboa, 33 produtores de vinhos desta região icónica, por alguns chamada a Borgonha de Portugal, bem como diversas iguarias para acompanhar as provas, com enchidos e queijo da Serra da Estrela. Realizaram-se ainda provas especiais focadas na casta Touriga Nacional no primeiro dia, e Encruzado, no segundo.

Assim, apresentam-se de seguida os nossos destaques em relação ao que se provou no certame, separados por brancos e tintos:

Brancos

Ao falar de brancos do Dão não dá para fugir a um nome: Encruzado. Esta casta de excelência tem aqui o seu habitat natural e a Casa da Passarella é um dos seus produtores mais relevantes. O Abanico Reserva 2018 é um belo exemplar do que se faz por aquelas vinhas. Com um ano de estágio, e na casa dos 9€/10€, temos aqui uma relação qualidade/preço assinalável. O Enólogo, monocasta Encruzado com 25% com dois anos de barrica está ainda jovem, e os 14€/15€ a gastar por uma garrafa deverão ser acompanhados por alguma paciência, pois toda a fineza da sua acidez só tem ganhar com mais tempo em garrafa.

Para finalizar, Villa Oliveira 2016, o rótulo bandeira da Passarella. Na casa dos 35€/40€, temos aqui um expoente do Encruzado em vinhas velhas. Bem polido, para beber já numa ocasião especial ou para guardar. Daqueles casos que, estivesse o produtor localizado uns quilómetros mais a Norte, e o preço seria algumas vezes maior.

Quinta do Carvalhão Torto: Desta quinta em Nelas, no coração do Dão, e com o mesmo nome em rótulo, o Quinta do Carvalhão Torto 2018 tem PVP recomendado de 15€/16€ e produção limitada, na casa das 2.500 garrafas. É outro grande Encruzado, bastante mineral e com algumas notas de cítrico num conjunto delicado.

Uma surpresa veio com o Barão de Nelas 2014, da família Barahona Paes de Brito. Um encruzado genuinamente diferente, com um ano de barrica e bom tempo de estágio em garrafa o que se saúda nestes tempos de pressão para a saída rápida. Bem gastronómico, com o natural crescimento e suavidade que lhe está associado aos anos de guarda, pelos 9€ recomendados, é de aproveitar sem hesitações para os apreciadores da casta.

O Dão Capital recebeu dois mil visitantes durante os dois dias do evento, que decorreu no Estúdio da Time Out, no Mercado da Ribeira em Lisboa. Partilhamos alguns momentos:

Publicado por Vinhos do Dão em Quarta-feira, 27 de novembro de 2019

A Adega de Vila Nova de Tázem tinha em mostra o Pedra d’Orca 2018, blend de Bical, Malvasia Fina e Encruzado, um entrada de gama guloso que, na casa 5€/6€, é uma boa opção para entrar neste mundo, com a sua acidez vibrante e bom final, sem perder delicadeza.

Carlos Lucas continua a ser uma presença marcante na região com o seu trabalho na Quinta do Ribeiro Santo. O Ribeiro Santo 2016, com PVP (9€) e seis meses de barrica de pouca tosta em segunda mão, continua não obstante a presença da madeira mostrar as características de frescura do Encruzado, e muita fruta. A beber ou guardar. Em alternativa, e sem passar por madeira, o Automático 2018 (11€/12€). Mais fechado, mais ácido mas mais natural também, quem o gostar mais suave pode bem ganhar com a guarda. Mas nós gostámos assim.

Tintos

Para começar, referência a um projeto ainda recente e que, para já, apenas se dedica aos tintos: A Quinta de Silvares, onde o rei dos Verdes, Anselmo Mendes, procura explorar novos terroirs. Desta forma, o lote de Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e Jaen que dá corpo ao Quinta de Silvares 2015 (PVP 9€) apresenta-se bem acabado, suave, com muita fruta silvestre resultante do Touriga Nacional equilibrado pelas restantes castas.

De volta à Casa Passarella, e O Enólogo Vinhas Velhas 2016 (PVP 15€/18€), de vinhas com 85 anos, está um verdadeiro mimo. Com a fruta silvestre sempre presente, mas envolvido em elegância sem perder o volume. A pedir comida e boa companhia. Rumo aos topos de gama, o Villa Oliveira 2015, de preço alinhado com o branco, é um Touriga Nacional de grande pureza mas forte complexidade, fruta e especiarias, cheio de vida e pronto para guardar durante largos anos, de final longo.

Atenção especial para o Villa Oliveira Vinhas das Pedras Altas 2014 (PVP 35€/40€), um vinho de parcela única de vinhas com bastante Alfrocheiro, de carácter mais seco, com toque de alguma mineralidade. Caso muito sério.

Por último, a Quinta dos Carvalhais apresentou diversas opções no Dão Capital, e em particular, o Quinta dos Carvalhais Reserva 2016, com preço de recomendado na casa dos 25€/27€, é um vinho de qualidade superior no lote dominado pela Touriga Nacional mas também com alguma Tinta Roriz, e lançamento apenas em anos que cumpram com os critérios de exigência. Denso, grande mistura de especiarias, fruta silvestre e mineralidade.

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