Afinal, o que é a alopécia?

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Não elaborámos um artigo de propósito para falar do mais recente “escândalo” que tem dado que falar por estes dias, mas importa dar contexto para o assunto deste texto.

Houve uma agressão nos Óscares 2022. Ao subir ao palco para anunciar o Óscar de Melhor Documentário na 94.ª edição dos Óscares, o humorista Chris Rock fez uma piada sobre Jada Pinkett-Smith, mulher de Will Smith, que, por sofrer de alopécia, doença que causa a perda total ou parcial dos cabelos, tomou a decisão de rapar o cabelo. A atriz estava lindíssima.

Mas Will Smith não gostou do que Chris Rock disse e, num momento totalmente inesperado, subiu ao palco e deu uma bofetada no humorista. Já sentado, disse: “Mantém o nome da minha mulher longe da tua boca!” Com um palavrão à mistura, rapidamente o público que assistia à cerimónia percebeu que não se tratava de uma encenação, mas, sim, de algo real.

Por agora, foquemo-nos na doença de alopécia. Hoje em dia, são muitas as mulheres que sofrem de alopécia, embora sempre se tenha pensado que esta doença afetava apenas os homens. Cerca de 30% das mulheres em todo o mundo sofrem desta doença e, na Península Ibérica, estima-se que cerca de 20% das mulheres entre os 30 e os 40 anos sofram de algum grau de alopécia. Se falarmos de alopécia areata, estes números reduzem para 2-3% da população.

Por esta razão, são cada vez mais as mulheres que recorrem a soluções de tratamento capilar.

Existem diferentes tipos de alopécia?

No caso da alopécia feminina, podemos distinguir dois tipos principais, facilmente diferenciados pela forma como se manifestam.

Em primeiro lugar, a alopécia androgénica é a mais comum em mulheres e os sintomas são queda de cabelo e a perda de volume na parte superior da cabeça. Este tipo de alopécia deve-se principalmente a problemas hormonais que, ao enfraquecer os folículos capilares, leva a que produzam cabelos miniaturizados até que deixam de os produzir definitivamente. Esta diminuição na produção faz com que o cabelo que cai não se renove rapidamente, dando origem a pequenas áreas sem cabelo que, se não forem tratadas corretamente, podem levar à calvície.

Este tipo de alopécia costuma estar diretamente relacionado com três causas principais de agravamento: a renovação sazonal do cabelo, a herança genética ou fatores hormonais, como os produzidos durante a gravidez, amamentação ou menopausa. Embora também existam fatores externos, comuns a homens e mulheres que podem afetar a queda de cabelo, como o stress e uma dieta alimentar desequilibrada.

Em segundo lugar, a alopécia areata é aquela que afeta o couro cabeludo, mas apenas em algumas zonas localizadas. É uma doença autoimune que pode ter diferentes condições (incluindo genética) e certos gatilhos, principalmente o stress, alterações de estilo de vida e infeções, sobretudo orais. Na verdade, a causa exata da alopécia areata ainda não é conhecida. Caracteriza-se pelo aparecimento de áreas circulares, maiores ou menores, nas quais todas as unidades foliculares (órgão produtor de cabelo) daquela área específica param de produzir cabelo. A doença pode limitar-se a pequenas “falhas” ou essas áreas podem convergir, dando origem a áreas maiores de alopécia e, nos casos mais graves, causando a perda total de cabelo e até mesmo de todos os pelos do corpo.

Como se podem solucionar os problemas de alopécia?

Antes de tudo, deve-se analisar o tipo de alopécia que cada paciente apresenta, sendo os médicos especialistas em Tricologia os mais indicados para realizar essa avaliação. Um aspeto importante para saber se um paciente pode ser submetido a um transplante capilar é saber se a alopécia está estabilizada ou não. Também será necessário ter em conta se é difusa ou se, pelo contrário, é localizada. Em determinadas ocasiões, um tratamento médico seguido por um profissional clínico pode ajudar a atrasar o transplante capilar, embora isso dependa da situação particular do paciente.

“Para a alopécia comum (androgénica), uma das técnicas mais utilizadas no Grupo Insparya é o transplante de cabelo cm tricotomia parcial. Graças a esta metodologia, um transplante capilar pode ser realizado sem a necessidade de rapar toda a cabeça, mas apenas uma pequena zona na região da nuca, que pode ser coberta com o restante cabelo. Esta é uma ótima solução, pois muitas mulheres não estão dispostas a passar por um período de cabelo rapado”, afirma o Dr. Carlos Portinha, Diretor Coordenador Clínico do Grupo Insparya.

“No caso das mulheres, nem sempre o transplante é a única opção, ou seja, às vezes existem tratamentos médicos (mesoterapia capilar ou Plasma Rico em Plaquetas) ou tratamentos específicos para alguma patologia como distúrbios da tiróide ou deficiência de ferro, vitaminais e outros elementos que é essencial tratar e regular para obviar os efeitos da queda de cabelo. Por isso, é essencial um bom acompanhamento clínico”, acrescenta. “Quanto à alopécia areata, o tratamento é totalmente diferente. Entre os mais utilizados estão os corticoides (tópicos, infiltrados, sistémicos), imunossupressores, imunoterapia de contato, ou tratamentos biológicos, bem como o tratamento coadjuvante com PRP e Mesotrrapia MesoHAir”, conclui.

Estigma e consequências emocionais

A alopécia (em qualquer uma das suas variantes) tem habitualmente um maior efeito na auto-estima das mulheres do que na dos homens. Isto porque o cabelo esteve sempre associado à feminilidade e identidade e perdê-lo pode ter um efeito muito nefasto na mulher. Se para os homens este problema pode ser encarado como um “complexo”, para as mulheres vai muito mais além. A aceitação geralmente tem várias fases, desde a negação até a raiva e tristeza. Na fase seguinte, de aceitação do problema, começam a procurar-se soluções para ajudar a que a mulher se sinta novamente bem e sem complexos.

Foto: Evan Agostini/Invision/AP

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