Elden Ring: Nightreign – Review: O reino da noite (e do desespero online)

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O primeiro título assumidamente online da From Software joga pelo seguro ao aproveitar a fórmula de sucesso de Elden Ring e ao combiná-la com a popularidade crescente dos roguelikes numa experiência que não deixará ninguém indiferente.

Ainda é cedo para determinar qual será o impacto de Elden Ring: Nightreign nos próximos projetos da From Software, se será uma influência positiva ou então o seu oposto, um desvio arriscado (e até arrojado) a evitar no futuro. É a primeira vez que a produtora japonesa se atira totalmente para a experiência online, depois de tantos anos a mover-se nas suas margens. Se Demon’s Souls e Dark Souls introduziram a cooperação temporária nas suas campanhas, através da ajuda direita e até indireta entre jogadores – representadas pelas mensagens que podemos deixar em campo e os fantasmas das suas tentativas anteriores -, Nightreign assume um papel menos híbrido e apresenta-se como um jogo puramente online, também cooperativo, mas sem a tradicional campanha a solo que popularizou a From Software.

O facto de Nightreign se construir sobre os alicerces de Elden Rign não é de estranhar. Não só Elden Ring foi o primeiro título da From Software a apostar em mapas mais abertos e com maiores opções de mobilidade, como goza atualmente de uma popularidade invejável, ao ponto de suplantar outros clássicos da produtora japonesa. O que é de estranhar é a sua combinação entre a jogabilidade soulslike, representada por classes fechadas e por um sistema de evolução simplificado, com as mecânicas roguelike e até uma pitada de battle royale através da aposta em mapas que vão constrangendo a ação em círculos mais curtos. Uma partida de Nightreign divide-se por três dias, com o último dia dedicado ao confronto com o Nightlord, e requer a cooperação entre jogadores através da exploração de Limveld – cujo layout varia entre partidas – e da combinação entre as classes pré-definidas.

O ritmo da campanha é frenético, mas não demoramos a compreender os pontos de interesse e a rota mais eficaz para prepararmos a nossa equipa. A longevidade de Nightreign dependerá do apoio que a From Software estará disposta a propiciar porque o cansaço da comunidade já é visível e a novidade perde o seu impacto rapidamente, apesar da qualidade da jogabilidade. A falta de melhores opções de qualidade de vida e de funcionalidades básicas para jogos online – como game chat interno e uma forma mais acessível de procurarmos jogadores –, tal como diferentes modos de jogos que não restringem a ação a equipas de três jogadores (ou a solo), ainda revelam que a From Software ainda tem muito para aprender com o género.

Apesar dos seus problemas, a minha experiência com Elden Ring: Nightreign foi muito positiva, enervante, entusiasmante, absolutamente deprimente e desesperante: exatamente como a From Software nos habituou.

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Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela Bandai Namco.

João Canelo
João Canelo
Crítico de videojogos, Guionista, Professor e o responsável pelo melhor mortal nas aulas de Educação Física em 2002. Um aficionado por jogos peculiares.
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