Do iMac para o Mac Mini M1. O melhor e o pior da minha atualização

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Com vários prós e contras, a Apple conseguiu aqui um belo equipamento.

Tenho um iMac praticamente desde que comecei a trabalhar no Echo Boomer. O meu antigo portátil, da Lenovo, tinha um ecrã demasiado pequeno que, confesso, atrofiava-me um bocado para conseguir trabalhar em condições, devido à minha necessidade de ter várias janelas e abas abertas para a produção dos artigos.

Daí, encontrei uma oportunidade fabulosa na Showroomprive, conhecido site que vende um pouco de tudo, sejam produtos novos ou recondicionados (no caso de produtos eletrónicos), em 2017. Já não me recordo ao certo de quando foi, – creio ter sido algures antes da passagem de ano -, mas lembro-me, sim, de reparar na venda de um iMac recondicionado e ainda com um ano de garantia.

Custava 1.000€, as características agradaram-me (embora não soubesse ao certo que disco tinha, mas felizmente foi um Fusion Drive, pois os HDD são tremendamente lentos), mas tornou-se um negócio ainda melhor uma vez que tinha um desconto extra de 20% numa compra de qualquer valor na Showroomprive. No final, aquele modelo de iMac de 27”, que vim depois a descobrir que era um equipamento de finais de 2014, e que se vendia na altura por cerca de 1.600€, ficou-me apenas por 800€. Um belo negócio.

Não foi a minha estreia no mundo Apple. Nunca tive um Mac antes, mas trabalhei com um iMac numa empresa pela qual passei antes de apostar no Echo Boomer – e curiosamente não fiquei encantado na altura -, pelo que decidi arriscar na mesma, principalmente por considerar que tinha feito um excelente negócio.

Não tenho fotos a documentar o processo da altura, mas lembro-me de ter chegado a casa uma grande caixa, cujo interior estava muitíssimo bem acondicionado. Tirado o iMac, foi ligá-lo à corrente e começar a trabalhar. Senti que tinha dado um salto qualitativo, embora com um modelo que não fosse propriamente muito recente.

O computador sempre se portou maravilhosamente bem. Nunca deu quaisquer tipo de problemas, incompatibilidades, nada. Estão a ver os bluescreens do Windows que surgem do nada, apps que deixam de funcionar sabe-se lá porquê, ou outro tipo de erros? Nunca passei por nada disso no mundo Apple.

Não estou a dizer que é um sistema perfeito – há sempre softwares que não estão disponíveis para o macOS e não é, de todo, pensado para gamers, a não ser que queiram jogar com recurso a serviços de streaming, tipo Xbox Game Pass -, mas para quem quer fazer trabalhos de edição, bater texto ou começar a ter noção de como funciona o ecossistema da marca da maçã, ter um PC com macOS é um mimo.

Porém, confesso que há já algum tempo pensava em trocar o meu iMac. Por dois motivos: como o macOS vai recebendo atualizações para um novo sistema operativo todos os anos, os requisitos mínimos estão pensados cada vez mais para produtos atuais. Logo, eventualmente – estimo um ou dois anos -, este meu iMac deixaria de poder ser atualizado para um novo sistema operativo, o que poderia ser chato para receber updates de aplicações que, ao ficarem atualizadas, e eu não tendo a versão mais recente do macOS, deixaria de as conseguir utilizar. Sim, podemos fazer download de uma versão mais antiga da app, mas não só tal pode não ser possível, como não é propriamente boa ideia, uma vez que os updates servem para melhorar o desempenho, solucionar eventuais falhas de segurança, etc.

O outro motivo, e pessoalmente o que acho mais chato: o ecrã. Não me interpretem mal: o painel é bastante bom, ainda para os dias de hoje, mas tem um problema: retenção de imagem/burn in, que é comum neste tipo de painéis LCD utilizados (creio que este ecrã seja da fabricante LG). Basicamente, este problema surge quando se têm imagens estáticas de alto-contraste durante longos períodos no ecrã (por exemplo, uma página branca com texto a preto); sendo que depois de se mudar para outra imagem, nota-se um “fantasma” da imagem anterior.

Existem “soluções” na Internet, como a app LCD Scrub, e a própria Apple dá uma série de sugestões, alegando que essas “imagens remanescentes desaparecem com o tempo”, mas acabam por ser somente soluções temporárias, o que significa que o problema vai persistindo e só tende a piorar com o tempo.

A verdade é que este problema surgiu quando o iMac ainda estava dentro da garantia. O problema é que, sendo recondicionado, tinha de o enviar novamente de volta para França, para que a Showroomprive pudesse dar seguimento à respetiva reparação. Optei por não fazer nada disso, até porque já tive problemas com devoluções com essa plataforma, e sendo um equipamento caro e de grandes dimensões, corria o risco de enviar o computador e não o receber de volta (aconteceu-me já algo semelhante, como podem ler aqui).

Convém salientar que, apesar dessa chatice, sempre trabalhei sem problemas com o iMac, pelo que a decisão de adquirir um novo computador foi mais de jogar pelo seguro do que outra coisa.

Desde que a Apple apresentou o processador M1 que o meu objetivo passava, então, por arranjar um dos novos Macs, fosse o Mac Mini ou o iMac. Infelizmente, optar pelo novo iMac, pelo menos na versão inicial, é um péssimo negócio.

Se formos ao site da Apple, podemos adquirir o mais recente iMac de 24” (logo aqui teria um ecrã menor) a partir de 1.499€. Estamos a falar de uma versão que somente tem duas portas Thunderbolt/USB 4 (o que me iria obrigar a arranjar adaptadores) e que nem sequer tem porta Ethernet Gigabit. Para termos a versão com duas portas USB 3 adicionais e a tal entrada para cabo de rede, é necessário desembolsar 1.719€. Honestamente, é um preço absurdo. Sim, é sempre possível arranjar mais barato noutras lojas, como é o caso da Amazon, mas continua a ser demasiado caro, tendo em conta os 800€ que desembolsei pelo meu iMac na altura.

A solução? Optar por um Mac Mini. As vantagens pareciam-me óbvias: era bem mais barato, portátil (basta levar um cabo HDMI e ligá-lo a um monitor e TV e posso começar a trabalhar facilmente) e a versão inicial possui todas as características que essa versão de 1.719€ do iMac de 24”. No site oficial, os preços do Mac Mini M1 começam nos 819€.

Mas eu sabia que podia fazer um melhor negócio… graças à Amazon. Se já leram este meu artigo, decerto saberão por esta altura as vantagens de adquirir um produto recondicionado, basta lerem com atenção os detalhes do respetivo estado.

Recentemente, descobri na Amazon alemã um Mac Mini M1 recondicionado, em que dizia que tinha “uns riscos”. E podem ver aqui em baixo esses riscos, que são meramente estéticos.

O computador ficou-me em 550€. Sim, leram bem: 550€. Um preço verdadeiramente imperdível, principalmente quando estamos a falar de um equipamento Apple com o recente e primeiro processador próprio da empresa.

Com computador novo, teclado e rato, só me faltava mesmo um novo monitor. A AOC foi simpática o suficiente em ceder-me o modelo U28P2A para poder trabalhar (análise em breve). E assim se fez uma nova estação de trabalho.

O que mais gostei no Mac Mini M1

Como já referi, uma das maiores vantagens é a sua portabilidade. Embora sendo um “All In One”, é difícil de transportar um iMac, a não ser que tenham um mala desenhada para o seu formato ou o levem na caixa original, num chato processo de colocar/retirar da caixa. O caso do Mac Mini é diferente. Ao ser uma pequena caixa, consigo transportá-lo para qualquer lado. E embora necessite sempre de um ecrã, a verdade é que encontramos um monitor/TV aqui e ali, pelo que consigo desenrascar-me facilmente.

Algo que também me surpreendeu foi o facto de ser extremamente silencioso. Posso estar a utilizar programas pesados, com muitas abas abertas nos browsers, ou a fazer cast do Mac Mini M1 para uma televisão que não oiço absolutamente nada. Com o meu iMac de 2014 isso já não acontecia, com o barulho das ventoinhas a ser bastante audível nessas situações.

Outro ponto positivo é a disponibilidade de diversas apps concebidas para os sistemas operativos móveis da Apple. Graças ao M1, a Apple conseguiu unificar os seus sistemas, ao fazer com que seja possível correr, no macOS, aplicações que foram desenhadas para o iOS/iPadOS. Contudo, nem todas as apps funcionarão, sendo algo que depende dos programadores.

E claro, o desempenho. Não se pode dizer que o processador do iMac seja fraco – afinal de contas, tem um Intel Core i7 quad-core -, mas com o processador próprio M1, a Apple consegue otimizar o desempenho das aplicações, fazendo com que fiquem mais rápidas, o que para mim é fundamental, principalmente na questão de uso de browsers com múltiplas abas abertas. Esta versão que adquiri do Mac Mini M1 tem também apenas 8GB de RAM, mas é um módulo de RAM mais atual, logo mais capaz, e graças ao novo processador, o desempenho da RAM acaba por ser otimizado. De resto, todas as tarefas de execução básicas no sistema macOS são mais imediatas, o que me permite poupar tempo. E lá está, mais ano menos ano, o meu “velhinho” iMac ia deixar de poder ser atualizado.

O que não gostei assim tanto no Mac Mini M1

Bugs em aplicações. Ainda não o notei muitas vezes e não consigo perceber o porquê de acontecer, mas já dei conta de um bug no Safari que faz o browser encerrar do nada com o simples movimento de mover uma aba de uma janela para a outra.

O som: não tinha noção, mas o som debitado pelas colunas do iMac é do melhor que já apanhei num computador. Sim, estamos a falar de um All in One, eu sei, mas o iMac é um modelo já datado de 2014. Confesso que não esperava que a diferença da qualidade do som fosse tão notória. Só para terem noção, nem sequer utilizava colunas de outra marca com o meu iMac. Não achava que fosse necessário, pois sempre ouvi perfeitamente e com qualidade com as colunas embutidas no computador. Pois bem, ao ter mudado para o Mac Mini M1, fez-me ver que não posso passar sem colunas.

O som debitado pelo monitor da AOC é… mau. E estou a ser simpático. Na verdade, o som proveniente do próprio Mac Mini consegue ser superior às colunas deste monitor, o que me deixou chocado.

Baixo desempenho do Wi-Fi em zonas mais perto do chão. Por questões estéticas, comecei por colocar o Mac Mini M1 junto à tomada de alimentação. E embora esteja a poucos metros do meu router, na mesma divisão, o facto de estar colocado numa zona mais baixa fez perder muita velocidade no Wi-Fi (de referir que utilizo a banda de 5GHz). Resultado? Tive de abdicar um pouco da questão estética e colocar o Mac na secretária, logo ao lado do monitor. Escusado será dizer que a ligação estabilizou e ficou muito mais rápida. Há relatos na Internet que indicam que o historial do Mac Mini no que toca à ligação Wi-Fi e Bluetooth não é famoso, mas, até ver, ainda não tive quaisquer problemas.

E para terminar, a impossibilidade de fazer upgrades. Enquanto naquela versão do iMac era possível aumentar a RAM até 32GB, no Mac Mini M1 essa opção não existe. Somente é possível personalizar quantos GBs de RAM necessitamos no momento da compra.

No final de tudo, com todos os prós e contras, não posso deixar de ficar satisfeito com a compra que fiz. Estou equipado para o futuro, para todas atualizações que estejam para chegar, e posso trabalhar, praticamente, a partir de qualquer lado. Mas claro, a cereja no topo do bolo foi mesmo o preço por algo que está como novo. Era impossível recusar.

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