Análise – Desperados III

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O regresso da série traz-nos algumas novidades, mas mantém a aposta na furtividade clássica e estratégia que popularizaram todo um género.

Desperados III

O regresso ao faroeste foi uma surpresa. 14 anos depois de Desperados II: Cooper’s Revenge, reencontramos John Cooper numa prequela que reconta a sua origem e busca por redenção, naquela que é a revitalização de uma franquia mais inesperada de 2020. Felizmente, Desperados III recupera a qualidade da série e dá aos fãs – e unicamente aos fãs do género – uma experiência variada e muito desafiante.

Não foi por acaso que sublinhei que Desperados III é um jogo para os fãs da série. A prequela, agora a mando da Mimimi Games – que nos trouxe anteriormente Shadow Tactics: Blades of the Shogun –, é um jogo tático e furtivo com uma visão isométrica, funcionando quase como point and click. Dividido por zonas, o jogo coloca-nos sob o controlo de Cooper e do seu grupo de forasteiros, como Doc McCoy e Kate, em cenários que poderão ser vistos como enormes puzzles que terão de resolver para chegar ao fim.

O confronto direto é quase uma impossibilidade em Desperados III e é necessário não só ler os níveis e o posicionamento dos inimigos, como ser o mais furtivo e silencioso possível, encontrando caminhos alternativos, evitando o cone de visão dos adversários e escondendo a equipa em arbustos e outras partes dos cenários. À primeira vista, poderá ser idêntico a qualquer outro jogo furtivo, mas Desperados III é muito mais tático e relembra a era de jogos como Commandos, onde podemos controlar individualmente cada membro da nossa equipa e conciliar as suas habilidades únicas para chegarmos ao fim de cada desafio.

Os níveis têm uma certa verticalidade e profundidade, sendo necessário rodar constantemente a câmara para descobrir locais e inimigos neste jogo isométrico. Apesar de existir alguma linearidade na progressão das zonas, as abordagens são mais variadas e podem encontrar táticas aplicáveis a qualquer situação. Desde que combinem as habilidades únicas, como a faca de Cooper ou o saco de McCoy, que deixa os inimigos atordoados, irão conseguir enfrentar qualquer desafio.

No entanto, fica o aviso que Desperados III não é um jogo fácil ou acessível para quem não conhece o género, apresentando um ritmo muito mais lento e ponderado do que o normal. É necessário encontrar o posicionamento correto das personagens, calcular os seus ataques e ter em conta tudo o que está à sua volta. Basta um cálculo mal feito para perderem o progresso; por isso, usem e abusem do sistema de quick-save.

Apesar de ser em tempo real, Desperados III é um jogo ponderado e pede aos jogadores para que pensem constantemente nas suas jogadas. Esta aposta de design é refletida pela presença de um modo de pausa, intitulado Showdown, que permite delinear as ações das personagens com antecedência. Com a pausa, podem escolher onde querem Cooper, qual a sua ação e como posicionar os restantes foras-da-lei no mapa, criando assim a sensação de que estão a ver uma equipa organizada a resolver os problemas de uma só vez. Depois de escolherem as ações, podem ver as personagens a agir automaticamente e a dar vida ao vosso plano.

Esta é uma forma de exponenciar a estratégia de Desperados III, mas se acharem que é uma adição que compromete a ação tática da jogabilidade, podem desativá-la ou jogar nas dificuldades mais complexas.

Desperados III é um jogo perfeito para os fãs do género, mas para quem não seguiu a série ou está familiarizado com a ação tática, como eu, poderá ser um título complexo e até intimidante de enfrentar. No entanto, há muito para descobrir neste Oeste Selvagem, seja pelas mecânicas, pela aposta na estratégia, pelos cenários empolgantes – que combinam zonas povoadas e selvagens – ou pela estória simples, mas suficientemente intrigante para nos agarrar, que nos leva ao longo de várias zonas e localidades clássicas dos Westerns.

Se lhe derem uma oportunidade e forem pacientes, Desperados III é um bom regresso ao passado.

Nota: Bom

Plataformas: PC, PlayStation 4 e Xbox One
Este jogo (versão PlayStation 4) foi cedido para análise pela Dead Good Media.

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