Análise – Darius Cozmic Collection

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Duas coleções que prometem satisfazer os fãs da série e deixar os mais curiosos pouco satisfeitos com a sua seleção de jogos.

Darius Cozmic Collection

2020 tem sido um ano de emoções fortes, de grandes lançamentos e de algumas surpresas, especialmente no campo dos indies, compondo seis meses intensos, mas muito recompensantes. E depois de experimentar um pouco de tudo, de dungeon crawlers a jogos de sobrevivência, vejo-me a regressar ao passado e a redescobrir uma série que havia esquecido através de duas coleções que irão, certamente, deliciar os fãs. Darius é uma série que poderá não ser tão sonante como R-Type ou Gradius, mas é uma das mais antigas e duradouras do género shoot’em up e, agora, temos duas coleções que resumem um pouco da sua história. Infelizmente, e apesar da sua qualidade, só faltou alguma variedade, com as coleções a serem apenas indicadas para os fãs.

Mas comecemos pelo positivo. Darius Cozmic Collection divide-se em dois pacotes: Arcade e Console. O primeiro, e o grande destaque dos dois, foca-se nos lançamentos originais da série, que originou em 1987, levando-nos numa viagem temporal desde o primeiro título até a Darius Gaiden, de 1994, passando por variações e relançamentos de Darius II.

Estas estrelas dos salões de arcade, agora esquecidos, representam uma parte da história do género, demonstrando uma evolução de mecânicas e de inovações de design que exponenciaram a jogabilidade clássica destes shoot’em ups. Em Darius, e semelhante a outros dos seus contemporâneos, podemos evoluir a nossa nave e melhorar os seus tiros, mísseis e escudo. Estas melhorias são importantes e determinam a nossa prestação em combate, mas influenciam igualmente – só em determinados jogos da série – a dificuldade da campanha, com a IA a demonstrar-se mais agressiva de acordo com a vossa prestação.

Esta ideia de progressão é novamente desafiada, ainda mais quando pensamos no ano de lançamento, pela campanha ramificada por níveis, onde, no final de cada área, temos a possibilidade de escolher o nosso caminho. Algumas alterações entre níveis são puramente cosméticas, mas podemos encontrar novos inimigos, bosses e até um final diferente, de acordo com o nosso progresso. Este é um elemento que sempre me atraiu na série, mas que descobri apenas com G-Darius, lançado na PlayStation, e é interessante ver como fez sempre parte da sua estrutura.

Tenho ainda de sublinhar o destaque dos bosses, que são gigantescos, e a sua presença em campo, juntamente com os seus designs marítimos. Darius é diferente de tudo o resto e acaba por adicionar alguma variedade ao género. É importante ainda referir que a maioria dos jogos da série foram concebidos para cabines com múltiplos ecrãs, existindo uma aposta que, nesta coleção, se faz sentir especialmente no primeiro jogo, na expansividade e profundidade dos níveis. A visualização e leitura dos cenários e das naves inimigas são muito mais acessíveis quando a câmara está tão recuada.

A transição para a atualidade foi suave. Os ports são, diria, perfeitos e, apesar da jogabilidade ser um pouco limitada – seja pelos controlos, design dos níveis (que são muito simples) e padrões dos inimigos –, nunca deixa de ser desafiante. Para os fãs, é indispensável e destaco a representação visual das antigas cabines através da sua UI, onde podemos ver detalhes sobre a nossa nave, a pontuação e até a energia dos bosses. São pormenores que dão vida à experiência.

A segunda coleção, e aquela que menos aprecio, é focada nos lançamentos nas consolas, nomeadamente na Mega Drive, Master System, TurboGrafx-16 e Super Nintendo. Isto significa que esta coleção é um port dentro de um port, duas gerações de jogos que chocam numa coletânea que é mais composta por revisões e melhorias dos primeiros títulos da série do que em experiências novas. Podem jogar Darius II na Mega Drive, mas também a sua versão na Master System, algo que considero ser descartável. Mais uma vez, talvez seja uma adição importante para os fãs, mas a verdade é que fiquei a sentir que faltava variedade nas duas coleções, algo que se torna ainda mais visível quando temos em conta o valor de ambas.

Num mundo perfeito, as duas coleções estariam juntas, afirmando-se como a coletânea definitiva para os fãs da série. Infelizmente, não é isso que temos, mas sim dois conjuntos de jogos que nunca são totalmente satisfatórios. Gostei da jogabilidade deste regresso ao passado, da sua apresentação visual – dentro e fora dos ecrãs – e foi interessante redescobrir uma série pouco conhecida para quem não acompanha o género de perto, mas faltou algo. Ambas as coleções têm vantagens e uma longevidade aceitável, especialmente se decidirem conquistar todos os troféus, mas é difícil ficar satisfeito quando pensamos constantemente que “falta algo”. E falta. Chama-se variedade.

Nota: Satisfatorio

Plataformas: PlayStation 4 e Nintendo Switch
Este jogo (versão PlayStation 4) foi cedido para análise pela PR Hound.

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