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Wild Indian é uma estreia forte de Lyle Mitchell Corbine Jr., mas é Chaske Spencer quem rouba as atenções.

Wild Indian
Foto: Sundance Institute | Eli Born

Sinopse: “Makwa, um jovem garoto Anishinaabe, tem uma vida difícil. Aparece frequentemente na escola com hematomas a dizer que caiu, mas ninguém acredita nele. Ele e o seu único amigo, Ted-O, gostam de fugir para ir brincar na floresta, até que chega o dia em que Makwa mata um colega de escola. Depois de encobrirem o crime, os dois miúdos passam a viver vidas muito diferentes. Agora, como homens adultos, devem enfrentar a verdade do que fizeram e do que se tornaram.”

Sendo este um filme indígena e uma estreia numa longa-metragem para Lyle Mitchell Corbine Jr., não sabia bem o que esperar. Talvez seja por isso mesmo que gostei mais do que previa. Wild Indian agarra num momento trágico e sombrio numa fase inicial da vida de dois personagens e segue um caminho não convencional para demonstrar o quão surpreendente o futuro de alguém pode ser, especialmente considerando a personalidade mais jovem. A verdade é que todos mudam partes de si mesmos ao longo da vida, ainda mais durante a infância e a adolescência.

Apesar do ritmo lento geral – mais lento do que o que eu acredito ser necessário – uma “reviravolta” na história eleva num ápice o nível de interesse na narrativa principal, que ainda leva algum tempo até superar a necessária, mas formulaica, construção de personagens. É aí que Michael Greyeyes e Chaske Spencer entram realmente em cena, dando performances envolventes que me mantiveram investido na história. Greyeyes pode retratar o protagonista e ter mais tempo de ecrã, mas Spencer rouba os holofotes com um atuação emocionalmente devastadora.

Contudo, e apesar de ser estreia sólida de um realizador-argumentista ao qual devemos prestar atenção durante o próximo ano, não posso escapar ao meu principal problema com a personagem central. Embora entenda totalmente o comentário que Lyle Mitchell Corbine Jr. transmite com sucesso aos telespectadores sobre tantos assuntos importantes, não consegui nutrir qualquer sentimento pelo protagonista, muito pelo contrário. É uma sensação frustrante esta, mas acho o personagem de Greyeyes extremamente difícil de se gostar, não só devido às suas ações no passado, mas principalmente graças à sua atitude no presente. Além disso, a escolha de elenco de Jesse Eisenberg parece fora de lugar e estranha… e estou a ser simpático.

Não posso terminar esta crítica sem realçar o trabalho do cinematógrafo Eli Born, que fez um belíssimo trabalho a filmar esta longa-metragem.

Wild Indian é uma estreia forte na realização de Lyle Mitchell Corbine Jr., que recomendo acompanhar de perto nos próximos anos. Com uma narrativa convincente, Michael Greyeyes e Chaske Spencer levam os espectadores através de uma jornada sombria e emocional com o objetivo de compreender que a vida nem sempre é justa e que corrigir erros do passado só funciona para pessoas que realmente sentem culpa ou remorsos. Ambos os atores oferecem prestações notáveis, mas é Spencer quem realmente consegue causar impacto a nível emocional, elevando a única personagem com a qual me importei verdadeiramente.

Por outro lado, o protagonista é uma pessoa incrivelmente difícil de se gostar, pois esforça-se ao máximo para esquecer o passado trágico através de ações deploráveis. Jesse Eisenberg, infelizmente, destaca-se pela negativa devido à estranha escolha de casting estranha. A curta duração compensa parcialmente o ritmo lento, mas, no geral, desfrutei bastante.

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