Crítica – Slender Man

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Nota: Echo Boomer 2 Estrelas


Slender Man é uma personagem fictícia que não será desconhecida para quem consome muita Internet. Tudo começou em 2009 quando Eric Knudsen, sob o pseudónimo de Victor Surge, criou uma imagem de um homem anormalmente alto, magro e sem rosto para participar num concurso de Photoshop no fórum Something Awful, cujo objetivo passava por debater temas paranormais.

Agora, em 2018, numa tentativa de assustar a malta nova, temos um filme que trata este mito urbano como um monstro de histórias de fantasmas tradicionais.

Antes de chegar ao grande ecrã, Slender Man tornou-se popular noutros meios, como web-séries, um videojogo bastante popular e até um documentário baseado numa tragédia que foi quase fatal para uma rapariga do estado de Wisconsin, nos Estados unidos, depois de ter sido esfaqueada por duas colegas de escola a “mando de Slender Man”.

O filme Slender Man é realizador por Sylvain White e conta com o argumento de David Birke. Esta adaptação cinematográfica conta a história de quatro jovens adolescentes – Wren (Joey King), Katie (Annalise Basso), Hallie (Julia Goldani Telles) e Chloe (Jaz Sinclair)-, que, ao ouvirem falar da lenda do Slender Man, resolvem invocá-lo através de um vídeo da Internet. Tudo contado de uma forma muito formulaica à la Hollywood.

Pouco depois, as quatro amigas começam a ter pesadelos e alucinações até que uma delas desaparece. E é a partir daqui que o filme se desenrola, de forma lenta e aborrecida.

Slender Man é um filme chato. Os diálogos são pouco relevantes, chegando a reduzirem-se em clichés, está cheio de cenas de suspense desnecessárias e conta com um tom muito escuro. Nada no filme assusta. Na verdade, a tentativa de assustar o público com jump-scares ou de tentar enganar ao pensarmos que vai haver um, é executado de uma forma tão embaraçosa que é impossível não largar uma gargalhada.

É fácil perceber que o filme está composto por partes desconexas como um puzzle onde alguém tenta enfiar peças que não lhe pertencem, no que é um reflexo dos problemas de produção e de exibição que atrasaram a chegada de Slender Man. Consta que, para o filme poder ser exibido no cinema, a Sony teve, por exemplo, que cortar umas quantas cenas violentas para garantir que o público mais novo podia assistir ao seu filme.

Com uma história banal dentro do género e que nunca consegue surpreender o espectador, Slender Man é também uma estranha representação da realidade, apresentando um mundo onde parece que só as crianças deste filme é que existem, uma vez que a quase ausência de figuras adultas no filme nos faz pensar que as jovens vivem sozinhas e isoladas nas suas casas. Pelo meio temos ainda outras personagens, igualmente jovens, que desaparecem da história sem qualquer tipo de razão aparente ou um ponto final no seu papel.

A única coisa menos negativa em Slender Man será a prestação do elenco, que, apesar do trabalho que lhes foi dado, conseguem dar corpo às suas personagens de uma forma algo credível. Contudo, quando o texto é fraco, não há nada que se possa fazer.

Slender Man não é um bom filme de terror e nem sequer se esforça para ser um filme de todo. É um cliché que tenta explorar um fenómeno da Internet com quase 10 anos. E como qualquer tendência da Internet, Slender Man já surge tão tarde que qualquer mistério em torno da personagem é apenas uma piada. E das fraquinhas.


 

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