Crítica – “Perdidos no Espaço” – Os primeiros cinco episódios

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Perdidos nos Espaço (Lost in Space), da Netflix, é uma revisão atualizada da série original do mesmo nome, que terminou ao fim de três temporadas em 1968, ou seja, há meio-século. Tal como a sua versão original, aqui vamos acompanhar as aventuras de uma família de investigadores, a família Robinson, que luta pela sobrevivência ao despenhar-se num planeta desconhecido durante uma viagem para Alpha Centuri, depois do planeta Terra começar a dar indícios de excesso de população.

A nova versão é altamente modernizada. Produzida pela Legendary Television e distribuída pela Netflix, pega no material original de uma forma mais séria e apresenta uma estética mais familiar e atualizada ao que estamos habituados a ver em filme e séries de ficção científica. E claro, tenta adaptar-se ao novo formato de televisão, com excelentes valores de produção, mas com temporadas mais curtas.

Nós tivemos acesso aos primeiros cinco episódios de Perdidos no Espaço e as nossas primeiras impressões são bastante positivas. Ao chegarmos a meio da temporada, ficámos com vontade de continuar a seguir as aventuras da família Robinson, como é que a sua dinâmica vai progredir e que reviravoltas nos esperam na história.

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A família Robinson não é tão perfeita como nos fazem querer no início, algo que é demonstrado logo no primeiro episódio com pequenos conflitos e inseguranças entre o casal e os três filhos. A série conta com interpretações bastante convincentes do elenco composto por John (Toby Stephens) e Maureen (Molly Parker), no papel dos pais, e os filhos Will (Maxwell Jenkins), Penny (Mina Sundwall) e Judy (Taylor Russel).

Perdidos no Espaço conta ainda com a personagem de um robô alienígena que se torna um pilar central para a trama da série com a sua relação relação com o jovem Will, restante família e elenco secundário e, também, pelo modo como afeta as motivações das personagens, que se encontram em modo “sobrevivência”.

Menos boa é a participação da antagonista principal, Dr. Smith (Parker Posey), que parece a representação de desenho animado, com uma atuação muito exagerada e demasiado teatral. Há uma tentativa de termos aqui uma personagem de personalidade perigosa e mentalmente perturbada, mas que, de intimidante, pouco tem.

De louvar está a apresentação de Perdidos no Espaço. A estética modernizada dos fatos, das naves e veículos e até do nosso robô não surgem só autênticos pelo grau de realismo estético, mas também pelo recurso a imensos efeitos especiais práticos e filmagens em localizações reais. Mesmos as cenas geradas por computador conjugam na perfeição com os elementos reais e, graças a uma boa cinematografia, Perdidos no Espaço é uma delícia de se ver numa boa televisão.

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Estes primeiros episódios servem para estabelecer o tom da série e posicionar as ambições de todas as personagens. A série parece ter pouco a esconder sobre as personagens e as suas motivações, quase tudo é-nos dado e dito de modo a estarmos sempre a par do que está a acontecer sem fazer grande ginástica à cabeça. E isto faz sentido quando pensamos que Perdidos no Espaço é um drama familiar dirigido, passe a redundância, a toda a família.

Ainda que haja um ou outro momento mais tenso ou arrepiante, são os momentos familiares e o modo como as personagens interagem umas com as outras que nos fazem querer sentir investidos na série.

Semelhante à série Perdidos (Lost) e outras apostas televisivas que surgiram há cerca de 10 anos, Perdidos no Espaço recorre a imensos flashbacks para contextualizar o perfil das personagens. O problema aqui é que é um elemento usado com alguma irregularidade, e apenas quando convém à narrativa, quebrando o ritmo de alguns episódios que estão constantemente a saltar de personagem em personagem.

Perdidos no Espaço também se desenvolve de forma relativamente lenta, com imensos momentos que dão a ilusão de esticarem a corda para ocupar a totalidade dos 50 minutos por episódio. Este conteúdo a mais, se fosse retirado, tornava a primeira metade da temporada numa longa metragem.

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O ritmo e progressão são os aspetos mais negativos para esta aposta da Netflix, que usa as maratonas e o “binge-watching” como argumentos interessantes para aderir ao serviço. Perdidos nos Espaço tem todos os ingredientes para nos deixar com vontade para ver os episódios seguintes, mas não o suficiente para ser feito de imediato. Cada episódio acaba deixar-nos de barriga cheia, sendo mais fácil de dirigir um episódio por dia, se houver vontade, ou por semana.

Perdidos no Espaço é intrigante, conta com alguns momentos bem emocionais, tem um elenco forte e visuais belíssimos com uma boa banda sonora a acompanhar.

Para ver sozinho ou com a família, Perdidos no Espaço estreia na Netflix com 10 episódios no dia 13 de abril.

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