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In the Earth tem uma banda sonora impactante, mas contém daquelas narrativas ambíguas que fará a grande maioria do público questionar o tempo despendido.

In The Earth
Foto: Sundance Institute | Neon

Sinopse: “Enquanto o mundo procura uma cura para um vírus desastroso, um cientista e um segurança de parque aventuram-se nas profundezas da floresta para uma verificação de equipamento de rotina. Ao longo da noite, a sua jornada transformar-se numa viagem aterrorizante através do coração das trevas, com a floresta a ganhar vida em seu redor.”

Um festival com tanto conteúdo deve ter filmes ambíguos, sombrios e perturbadores. In the Earth é um desses filmes, pelo que não tenho dúvidas que será incrivelmente divisivo. Infelizmente, não funcionou para mim.

Passa de ter um lunático excessivamente obcecado com algum tipo de entidade espiritual a misturar ciência real, recorrendo a imagens assustadoras e confusas durante todo o tempo de execução. Ben Wheatley não é exatamente um estranho quando se trata de criar um filme com uma atmosfera sinistra (Rebecca), mas, sendo totalmente honesto, tive dificuldades para criar algum tipo de ligação com qualquer aspeto deste filme.

O elenco e a banda sonora impactante e inesquecível de Clint Mansell – que alguns espectadores irão recordar pelas piores razões – são os únicos pontos que posso realmente elogiar. Joel Fry tem que lidar com tanta dor física, assim como Martin Lowery, que senti cada grunhido e grito de socorro. No entanto, é realmente a produção sonora, pesada, de Mansell, que afeta profundamente a visualização em geral. Os níveis extremos de baixo e sons assustadores prejudicarão severamente as habilidades auditivas de algumas pessoas, mas desempenha um papel inegavelmente importante na narrativa e nos sentimentos do espectador.

Infelizmente, a narrativa é mais confusa do que intrigante. Não só se torna cada vez mais complicado seguir e compreender o que está a acontecer, como o final está longe de ser satisfatório. Há uma evidente tentativa de uma conclusão filosófica baseada em crenças espirituais e autoconsciência, mas não me levou a descobrir nada de significativo. No geral, é apenas uma história oca e vazia.

In the Earth é um daqueles filmes em que a maioria dos espectadores se sentirá desconfortável durante a visualização. Desde as luzes fluorescentes a piscar sem parar até às imagens extremamente confusas e estranhas, passando por alguns momentos visuais chocantes, esta obra de Ben Wheatley encontra-se rodeada por um ambiente misterioso e sinistro que acaba por não transmitir nada de minimamente cativante ou significativo para o público.

O ritmo lento e desenvolvimento ambíguo deixam imensas perguntas sem resposta, mas é a falta de investimento emocional tanto na história, como nas personagens, que acabam por prejudicar o filme. Apesar de algumas prestações notáveis (nomeadamente a de Joel Fry) e uma banda sonora inegavelmente impactante de Clint Mansell, não existem outros elementos que me pudessem convencer a apreciar mais este filme.

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