Esta foi uma grande semana para a Google. Com o seu festival para programadores, o Google I/O, a tecnológica norte-americana apresentou o futuro dos seus produtos, com destaque para o seu sistema operativo para dispositivos móveis, o Android.
Ficámos a conhecer o Android P, a próxima versão que irá chegar aos nossos futuros smartphones e que se apresenta como o maior salto geracional dos últimos anos.
A tradição da Google é de dar um nome “doce” e apetitoso aos seus sistemas operativos. O “P” é, para já, apenas conhecido pela letra, não se sabendo se será a nomenclatura oficial ou se terá um sufixo apropriado.
Mas vamos ao que interessa. Afinal, o que é que esta versão trás de novo e interessante? As novidades são muitas e ainda não há uma lista compreensiva e oficial, mas espreitando alguns canais da especialidade, podemos destacar algumas das interessantes para o utilizador.
Começando pela sua apresentação inicial, a Google parece ter desenhado este sistema operativo já a pensar nos dispositivos com ecrãs completos e sem botões.
Nos últimos anos temos visto novos dispositivos a incluírem os seus três botões de ação dentro do ecrã e, mais recentemente, a Apple impulsionou o formato ao largar por completo o botão Home. A resposta para o Android chega com o P.
Com foco numa navegação simplificada, o novo sistema de navegação é feito via gestos, com deslizes para diferentes lados do ecrã, tornando a experiência Android mais orgânica e fluida.
A barra de procura, por defeito, vem agora para baixo dos ícones de ecrã principal, abrindo ainda mais espaço para widgets, atalhos, notificações e outras ações.
Dashboard
Uma das novas funções deste sistema chama-se Dashboard e vai permitir aos utilizadores que façam uma gestão mais eficaz do seu dispositivo, sabendo quanto tempo é que passam agarrados ao ecrã, que aplicações são mais usadas, em que serviços perdemos mais tempo, entre outros.
Esta funcionalidade, na verdade, já existe de alguma forma nas versões correntes, mas está dentro das Definições. No Android P fica mais fácil de aceder e inclui funções de gestão facilitadas para poupar a bateria e combater o vício de utilização de algumas aplicações.
Modo Wind Down
Dedicado ao bem-estar, este novo modo está integrado com o Google Assistant e vai permitir que o próprio dispositivo funcione de forma autónoma de acordo com as nossas ordens, para o colocar em modo de “não incomodar” automaticamente. Este modo coloca ainda o dispositivo com um filtro em escala de cinzas para poupar energia.
Também neste campo o Android P vai ter Brilho Automático dos ecrãs, agora com recursos de inteligência artificial, de modo a fazer os ajustes necessários dependendo das condições de luz em redor do utilizador.
Notificações
Um dos aspetos mais importantes de qualquer sistema operativo é o modo como apresenta as diferentes notificações. Também aqui o Android P vem transformado.
A ideia é tornar as notificações mais úteis e informativas sem termos que abrir as aplicações na totalidade, ao ponto em que podemos criar respostas automáticas, atalhos e até anexos e emojis diretamente das notificações através de sugestões inteligentes, ao que a Google chama de “MessangingStyle”.
Slices
Os Slices são outra das grandes novidades desta versão que misturam as ações de deslize com os tradicionais Widgets.
No fundo, o nosso dispositivo transforma-se num baralho de cartas, com cada uma a dedicar-se inteiramente a uma determinada aplicação com funções fluidas e dinâmicas. Este é um elemento semelhante à linguagem utilizada nas versões anteriores chamada de Material Design, agora evoluída com sugestões contextuais e sem a necessidade de abrir aplicações na totalidade.
App Actions
Também com aposta nas sugestões inteligentes, as App Actions são sugestões contextualizadas que apresentam ícones para determinadas ações de uma determinada aplicação, dependendo da nossa utilização.
Barra de Navegação
Como foi indicado mais em cima, a barra de navegação é uma das grandes alterações. Mas não é obrigatória. O Android P vai permitir o uso dos três botões de controlo tradicionais, ou a escolha de uma barra de deslize entre aplicações, promovendo uma experiência multitasking mais orgânica.
As Bothies chegaram ao Android
O suporte para as novas tendências tecnológicas é também uma prioridade para esta nova versão do Android.
Agora vamos ter suporte multi-câmara nas aplicações nativas, que incluem até a possibilidade de utilizar diferentes lentes ao mesmo tempo, como as frontais e traseiras, algo muito semelhante ao que o Nokia 8 introduziu ao forçar os utilizadores a tirarem “bothies”. Parece que pensaram bem.
Google Maps debaixo de teto
Se o Google Maps é o nosso companheiro em viagens de rua, agora vai ser uma ajuda até dentro de edifícios. Encontrar uma sala vai tornar-se mais fácil com esta nova funcionalidade que vai utilizar redes Wi-Fi para garantir a posição mais realista possível. Uma novidade que irá certamente demorar até estar 100% funcional, mas que parece promissora.
Desempenho e bateria melhorados
A cada novo Android há uma nova tentativa de otimizar o desempenho da ampla variedade de dispositivos existentes no mercado. Mas a tarefa não é fácil e as marcas continuam a depender de sistemas autónomos e da inteligência artificial para tirar partido do melhor rendimento dos equipamentos.
No Android P, a fasquia foi novamente elevada e inclui, nativamente, melhorias de gestão de bateria com uma otimização da aplicação Battery Sacer e com ajustes de personalização para avisos e gestão de aplicações, permitindo que os nossos equipamentos sobrevivam mais umas horas sem necessidade de carregamento.
Suporte da “monocelha”
Mais virado para os programadores do que para os utilizadores, a monocelha existe e temos que a “gramar.” Diga-se o que disser é, para já, uma forma inteligente de garantir o máximo de utilização do ecrã de um smartphone, mantendo os sensores e a câmara de selfie no sítio.
Esta versão vem agora otimizada para equipamentos que utilizem esta escolha de design e permite aos programadores criarem aplicações adaptadas ao novo formato. Desta forma, os utilizadores não vão perder nenhum detalhe das fotos e dos vídeos, uma vez que serão apresentadas na totalidade sem cortes.
Outras funções
Depois temos outras funções internas que poderão melhorar a utilização do utilizador. Por exemplo, o Android P agora vem com suporte para impedir a rotação acidental do ecrã, mesmo quando esta está automática, e é possível definir manualmente que tipo de ações queremos que o nosso dispositivo tenha, de acordo com os deslizes dos dedos no ecrã.
A esta lista podemos ainda juntar novas definições de segurança e privacidade e suporte para futuros formatos de aplicações, imagens, vídeos e afins.
Com uma data de lançamento prevista mais para o final do ano para novos dispositivos e topos de gama, o Android P ainda tem muitos truques na manga e funções dependentes dos avanços dos laboratórios da Google.
Programa Beta
Enquanto uma versão oficial não é lançada e não sabemos o nome final deste sistema, já é possível experimentar algumas destas funções ao aceder à fase beta.
Para já, só uma mão cheia de dispositivos é que estão abertos a este programa, mas fica o aviso que ainda é uma versão experimental que pode danificar os equipamentos, pelo que fica por vossa conta e risco.
Para os interessados, devem seguir o link do Android Beta Program (Aqui), selecionar a atualização OTA (Over the Air) e esperar.
Esta versão ainda só está disponível para os seguintes equipamentos:
- Pixel,
- Pixel XL
- Pixel 2
- Pixel 2 XL
- Essential Phone
- Nokia 7 Plus
- Xiaomi Mi Mix 2
- Oppo R15 Pro
Fonte: Digital Trends