Mas afinal, como é um evento da WWE ao vivo?

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Há uns anos atrás, o wrestling fazia mover muito mais gente e meios do que hoje em dia. Nessa altura, por exemplo em 2006 (há 11 anos atrás), ganhei um passatempo para ir ver o primeiro espetáculo de WWE ao vivo em Portugal, mas, infelizmente, por conflitos de agenda, não me foi possível assistir. Nesse ano, o “card” de lutadores trazia a Portugal nomes como Booker T, Chris Benoit ou Batista. No ano seguinte, o evento Raw Live trazia a Lisboa o icónico Ric Flair, Randy Orton, Jeff Hardy, John Cena e The Great Khali, só para citar alguns.

Houve ainda uma data em 2008, mas, a partir daí, a febre começou pela modalidade começou a desaparecer, sendo que alguns espetáculos foram mesmo cancelados ou adiados em Portugal.

Durante vários anos assisti aos programas de wrestling da WWE que passavam na SIC Radical, onde acredito verdadeiramente que foi assim que a febre surgiu no nosso país. Na altura, era ingénuo o suficiente para acreditar que os combates eram mesmo reais, mesmo tendo amigos que asseguravam o contrário. E eles tinham razão. Há uma história bem definida por trás e os combates são bem ensaiados, assim como os vencedores de cada um. Mas eu não me importei com isso e continuei a ver na mesma.

Mas os acidentes acontecem (há vários casos) e as chapadas no corpo aleijam. Neste caso é mesmo a sério.

Bem, 11 anos após a estreia em terras lusas, muito mudou na WWE. Não fui na altura como vencedor de um passatempo, mas fui desta vez como jornalista ao evento que aconteceu no passado dia 6 de novembro no Campo Pequeno.

Nakamura
Foto: WWE

Nas imediações do recinto, e antes de chegar ao local propriamente dito, muitos eram os fãs que tinham marcado na agenda um encontro com as estrelas atuais da WWE.

Vi de tudo. Miúdos, adolescentes, malta na casa dos 40 e 50 e ainda pais que fizeram questão de acompanhar os filhos neste evento da WWE em Portugal, o que demonstra que a modalidade ainda cria novos fãs. O panorama cá fora indicava uma boa casa neste regresso da empresa a Portugal. Dito e feito. Ainda que não tivesse esgotado (na minha secção haviam uns quantos lugares livres), a casa estava muito bem composta.

Provavelmente umas 5000 pessoas para um recinto que leva 6000/7000 pessoas, o que não está nada mau, mas longe dos tempos áureos.

A noite apresentava vários combates, sendo que houve alterações ao que tínhamos referido noutro artigo.

Mas comecemos. O primeiro combate entre Kevin Owens e Shinsuke Nakamura, também conhecido como “The Artist”, foi muito, muito chato e sem grande motivo de interesse. Mais interesse foi constatar o modo como o público reagia a cada movimento dos lutadores, com o favoritismo a apontar claramente para Nakamura. E, interessantemente, a arena de combate não é assim tão pequena como dizem… pelo menos do lugar onde me encontrava. Nakamura foi o vencedor do combate.

O segundo combate, neste caso um tag-team match, opôs os The Ascension aos The Colons. Neste caso foi um combate mais atrativo que o primeiro, tendo revelado vários momentos de difícil execução. Os The Ascension, constituídos por Viktor e Konnor, foram os vencedores do combate.

O terceiro combate da noite, The Usos vs Breezango vs The Bludgeon Brothers, valia o título de Tag Team Champions. Sem dúvida alguma um dos piores combates da noite, carregado de momentos embaraçosos e de palhaçada. Mas bem, isto é entretenimento puro, certo? Os vencedores foram os The Usos, constituídos por Jimmy e Jey.

O quarto combate foi um dos momentos altos da noite, ou não tivesse “The Game”, mais conhecido por Triple H na indústria, vencedor por 14 vezes do título de World Champion.

Em Lisboa, o seu oponente, Rusev, foi o primeiro a entrar, sendo anunciado pelo seu apoiante Aiden English (uma personagem bastante irritante, diga-se) para, logo depois, começar a icónica música dos extintos Motorhead a anunciar a chegada de Paul Levesque. Na “vida real”, este homem é diretor executivo da WWE e responsável por todas as operações relacionadas com o conteúdo produzido e com a distribuição global. E no dia seguinte foi mesmo à Web Summit falar sobre o negócio, dizendo que a WWE é uma arte de contar histórias.

Mas regressando ao combate, foi bastante disputado e deixou o público em êxtase. O vencedor não podia ser outro que não Triple H, tendo aplicado o seu finisher, Pedigree, no “The Bulgarian Brute”, e, pouco depois, no seu acompanhante Aiden English.

Já íamos a meio da noite e eis que acontece um combate entre seis divas, divididas em equipas de três. Claro, tem sempre de haver um combate de mulheres em todos os espetáculos da WWE, como é natural, mas o combate em si também não teve grande interesse. Curiosamente, um dos grandes apupados pelo público foi o youtuber Sirkazzio, que acompanhou a diva Becky Lynch ao ringue. Mas foi quando subiu às cordas que os presentes mostraram todo o seu desagrado. Afinal, o que faz um youtuber no ringue da WWE? Pois, também não sabemos.

O penúltimo combate foi bem disputado e colocava em ringue Booby Roode, Dolph Ziggler, Sami Zayn e Baron Corbin num Fatal Four Way pelo título de United States Champion. O título manteve-se na posse de Baron Corbin, vencedor do aceso combate.

Fatal Four Way
Foto: WWE

Toda esta noite viria a culminar no main event, e, como tal, o combate principal e o mais esperado por todos: AJ Styles vs Jinder Mahal. À partida, este seria um combate pelo título da WWE, mas como Shane McMahon não estava presente para obrigar Jinder Mahal a colocar o seu título em disputa, o mesmo agarrou no microfone e anunciou que aquele seria um combate normal, ou seja, sem o desejado título em jogo.

A “luta”, com um ou outro momento maçador, decorreu a bom ritmo e não demorou muito tempo até definir AJ Styles como vencedor do combate, mas sem o ansiado cinturão. Logo depois, e como era o último combate da noite, o lutador meteu a bandeira de Portugal às costas, para gáudio de miúdos e graúdos.

AJ Styles
Foto: WWE

No final de tudo, ficámos com a sensação de que, dado o êxtase e participação do público no evento, a modalidade podia voltar aos tempos áureos de antigamente. Porém, talvez lhe faltem algumas superstars dignas desse nome para que isso volte a acontecer.

Para os interessados, podem ver os episódios completos do Raw e Smackdown online, bem como na Sport TV, a nova casa da WWE em Portugal. Neste caso, todas as semanas há novos e completos episódios comentados de Raw e Smackdown no canal SPORT.TV5, além de transmissões mais curtas, de uma hora, no canal gratuito SPORTV.TV+.

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