Irreverência, emoção e muita comédia. São estes os ingredientes principais deste musical, importado da Broadway e vencedor de 3 Tonys.
Escrito por Robert Lopez e Jeff Marx, esta peça aborda a vida de várias personagens que moram na Avenida Q, onde humanos, monstros e marionetas enfrentam vários desafios.
O Echo Boomer foi assistir ao espectáculo na semana passada, em cena na mítica sala do Teatro Sá da Bandeira, no Porto.
Tudo começa quando Luís, um recém-licenciado, e desempregado, se muda para um prédio na avenida. Juntamente com os seus vizinhos e novos amigos, acaba por embarcar em várias histórias que exploram diferentes temas da sociedade – racismo, sexo, homossexualidade, entre outros -, sempre com uma linguagem “adulta”, mas facilmente identificável.
Com casa cheia, o elenco não teve mãos a medir, e deu o seu melhor. A interacção com o público foi notável – não entrando em pormenores para não dar ‘spoilers’ -, onde toda a gente se escangalhou a rir, quase ao ponto de não conseguirem parar.
Às músicas, peça chave de um “musical”, só se lhes podemos apontar um defeito: ficam gravadas na nossa cabeça e damos por nós a cantarolá-las durante o resto da semana.
A adaptação da peça, feita por Henrique Dias e Rui Melo, é possivelmente o trabalho mais notável (para além do desempenho dos atores) deste projeto. É fantástica a introdução de vários temas e referências nacionais, como podemos ver com a introdução da personagem do “pequeno Saúl” (na peça original a personagem é Gary Coleman, um actor norte americano com uma história semelhante).
Com uma duração de cerca de 100 minutos, estes passam a um ritmo alucinante, onde mergulhamos numa sucessiva sequência de diálogos, músicas e dança. Não há um tempo “morto” na Avenida Q.
Conhecida como “a Rua Sésamo em esteróides”, Avenida Q conta ainda com as excelentes performances de Ana Cloe, Diogo Valsassina, Gabriela Barros, Inês Aires Pereira, Manuel Moreira, Rodrigo Saraiva, Rui Maria Pêgo, Samuel Alves, Artur Guimarães, Luís Neiva e André Galvão.
Pode encontrá-los em cena no Teatro Sá da Bandeira, Porto, até 25 de fevereiro.
Texto: Ana Cláudia