E traz muitas novidades. Já depois de termos visto alguns concertos no espaço na edição do ano passado do Vodafone Mexefest, o espaço foi hoje oficialmente inaugurado num evento onde o Echo Boomer esteve presente.
Ao longo das décadas de 30 a 80 do século XX, o Cineteatro Capitólio, localizado no Parque Mayer, teve um papel crucial na produção artística nacional e nas práticas culturais da cidade e da região de Lisboa.
O espaço foi palco de teatro de revista, teatro de comédia, espetáculos de jazz e de fado, circo, entre outros, espetáculos que atraíam públicos de todas as classes sociais. É também reconhecido internacionalmente pela sua relevância arquitetónica. Mas eventualmente acabaria por fechar em 1988.
Trinta anos após o seu encerramento, o renovado Cineteatro Capitólio – Teatro Raul Solnado abriu as suas portas e visa a realização de eventos pluridisciplinares públicos e privados que, respeitando a sua história, integrem novas dinâmicas programáticas, sejam capazes de atrair públicos diversos e reforçar a oferta cultural nacional.
A direção do espaço ficou a cargo da Sons em Trânsito. Música, cinema e humor serão o foco da programação do renovado espaço que pretende ser uma espécie de clube, à semelhança de um Paradiso, que existe em Amesterdão, na Holanda.
Vasco Sacramento, diretor da Sons em Trânsito, começou por salientar esta manhã a enorme responsabilidade e alegria que é para a Sons em Trânsito ter a concessão do Cineteatro Capitólio durante os próximos cinco anos, tendo como objectivo criar uma identidade e assinatura para a sala, democrática e aberta a todos. Referiu que esta “é uma sala que nos abre várias possibilidades, com lotações em pé, sentadas e outras configurações, preenchendo uma lacuna que Lisboa tinha em espectáculos de média dimensão, de que muitas cidades cosmopolitas dispõem e que a nossa capital oferece, a partir de agora”.
Acrescentou ainda, sobre o posicionamento da sala: “Queremos ser complementares e não concorrenciais, criar programação em rede, em articulação com o resto da cidade e do país; desenvolver uma oferta de serviço educativo, que atraia novos públicos, nomeadamente o infanto-juvenil; e estimular o pensamento, com tertúlias e conversas a decorrerem no terraço. O Capitólio quer assinalar os grandes acontecimentos da cidade de Lisboa, como a Eurovisão, os Santos Populares ou a Web Summit.”
Sabe-se também que o espaço tem uma lotação máxima de 400 lugares sentados e 1000 pessoas em pé. Estas são as lotações base, mas, dependendo do evento, podem aumentar, uma vez que a sala tem vários metros de comprimento.
Já no terraço vão existir condições perfeitas para cinema, concertos e, também, para sessões de tertúlia e conversas. É ainda possível existirem dois espetáculos a decorrer em simultâneo, ainda que essa possibilidade vá depender do tipo de espetáculo em si. Para os próximos meses, o Capitólio poderá ainda ser palco de teatro e eventos de moda.
Foi também anunciada alguma da programação para 2018 como Sérgio Godinho (23, 24 e 25 de fevereiro), o evento Style Out Loud (8 de março), o evento St. Patrick’s Day Jameson, que vai contar com música de Capicua, Mirror People, Moullinex, Sonja e Kid Franciscolli (16 de março), os 11 anos de Bloop Recordings (17 de março) e os concertos de Marco Rodrigues (6 de abril), LINIKER e os Caramelows (7 de abril), PAUS (13 de abril), Rhys Lewis (14 de abril), Héber Marques (28 de abril), Elisa Rodrigues (24 de maio), Beth Ditto (7 de junho) e Cícero (20 de junho).
O Capitólio irá ainda receber concertos da edição de 2018 do Vodafone Mexefest, além do festival Clazz Jazz Festival. Curiosamente, o The Famous Fest, festival de humor que até então vinha a realizar-se no LX Factory, passa a realizar-se no Cineteatro Capitólio, decorrendo, este ano, entre 28 e 29 de setembro.
Antes do encerramento, Elisa Rodrigues, uma das grandes revelações do jazz nos últimos anos, que tocou em alguns dos mais prestigiados palcos do mundo, como o Hollywood Bowl ou o Barbican Centre, deu um mini-showcase onde estreou dois temas do seu primeiro álbum em nome próprio, a editar na primavera, e que será apresentado ao vivo nesta sala.