Com tanta coisa num espaço tão pequeno e tanta simpatia no atendimento e qualidade na confecção, não se podia querer mais.
É na esquina da Rua Pinto Ferreira com a Travessa Artur Lamas, ali no limite entre as freguesias de Alcântara e de Belém, que abriu em julho o Café Social, com a cara de Joseph Youssef, chef libanês com mais de 30 anos de experiência no ramo, e anteriormente ligado ao Muito Bey e Padaria Libanesa, acompanhado por Shadi Roukos, sócio com mais de 20 anos de experiência que o tem acompanhado em várias aventuras.
O Café Social é um espaço pequeno mas aconchegante, com oito lugares no interior e outros oito na esplanada de rua, e que começou a achar que ia ter por principal clientela os alunos da vizinha Universidade Lusíada. Achou mal, porque na prática foi o boca a boca de turistas (não aceitem substitutos para este tipo de publicidade), e a vizinhança local, em transformação na zona da Quinta do Almargem, que acabou por constituir a trave mestra dos clientes do estabelecimento.
E em termos de carta, ainda bem, já que isso permite a Joseph Youssef dar maiores asas à sua imaginação em vez de pensar principalmente em bons menus rápidos de almoço (e diz que vai trazer novidades em 2023). Assim, e como degustação das maiores bandeiras do estabelecimento, para iniciar tivemos direito a dois tipos de húmus (um tradicional (3,80€), e um da casa feito com base em manteiga de amendoim (4€) – du bon et du vrai, para usar a linguagem do país do Médio Oriente com maior influência francesa.
Logo a seguir, um muito bom Queijo feta na frigideira (6,50€), uma delícia temperada com sumac, especiaria típica que dá um aroma exótico e sabor ácido, a lembrar uma mistura de paprika com limão. A acompanhar, um saboroso vinho quente numa noite fria na esplanada, mas com mantas a aquecer o corpo. Para quem queira outra coisa, há cocktails a preços justos, e até bom vinho libanês, para além da boa conversa com alguém com uma visão diferente do mundo de quem já passou por tanto tão diferente da nossa experiência.
Como principais, uma invenção de Batata doce assada com chouriço e creme (3,50€, pode parecer que não resulta, mas resulta, extremamente reconfortante), Waffle de frango com abacate e flocos de aveia (8€), e em especial o Taco de carne desfiada (7€), a fazer lembrar o taco al Pastor, de inspiração originária na comunidade libanesa na cidade de Puebla, no México. Uma delícia e do mais tenro que provámos no género.
No fim, a Baklava (4€), leve como tudo, o mais leve aliás que já provámos. Nada de gordura, perfeito após tudo aquilo que se experimentou, e a não deixar esquecer todo o treino de técnica francesa com grandes mestres que Joseph Youssef teve ao longo da vida. Assunto sério, e bem invulgar num espaço assim, até em vários outros espaços assado.
Há horas felizes/social hours, pratos veganos e entregas nas plataformas da praça. Com tanta coisa num espaço tão pequeno e tanta simpatia no atendimento e qualidade na confecção, não se podia querer mais.
O Café Social está aberto de segundo a domingo, com diferentes horários Para reservarem mesa, basta ligar para o 913045989. O espaço também funciona para delivery com a Glovo, Bolt ou Uber Eats.
Fotos de: Teresa Graça Moura