Crítica – “Booksmart”

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A história segue as personagens de Kaitlyn Dever e Beanie Feldstein (Amy e Molly, respectivamente), duas superestrelas académicas e melhores amigas que, na véspera da sua formatura do ensino secundário, se apercebem que deviam ter trabalhado menos e divertido mais. Determinadas a nunca ficar aquém dos seus colegas, as meninas vão numa missão de empacotar quatro anos de diversão numa só noite.

No ano passado, perdi A Vigilante de Olivia Wilde e ainda não consegui assistir ao mesmo. Ao longo do tempo, fui gradualmente perdendo o interesse, até me esquecer da sua existência. No entanto, depois de ver Booksmart (que chegou atrasado, como é costume, ao nosso país), irei definitivamente ver o anterior em breve.

Nunca fui grande fã do género young-adult ou histórias coming-of-age, mas alguns dos meus filmes favoritos dos últimos anos (Lady Bird, The Edge of Seventeen) pertencem a estes grupos. Por que gosto mais destes filmes de baixo orçamento do que outros?

Bom, não pode ser uma coincidência que todos os realizadores destes filmes sejam tremendamente talentosos ou mostrem um potencial incrível. Além disso, estes filmes (todos com uma mulher como realizadora) abordam uma história adolescente com uma ou mais personagens principais femininas.

Booksmart

Agora, calma, não se exaltem: não, estas películas não são boas porque são feitas por mulheres. Não, o enredo não é cativante ou divertido devido às protagonistas serem mulheres. Estes filmes são excelentes simplesmente porque são feitos por cineastas que sabem o que fazer com uma câmara e uma história, além de possuírem atores brilhantes… Apenas acontece que todas estas pessoas são mulheres.

Não faço parte de nenhum movimento ou grupo de ódio. Sou um ignorante total no que toca a política. Odeio as pessoas que deixam as suas opiniões serem influenciadas por temas externos, sendo, no fim, injustas para o filme. Dito isto, não tenho dúvidas de que estes filmes são melhores por terem mulheres na produção, realização, argumento e elenco principal.

Booksmart é extremamente engraçado, sendo tão realista quanto possível ao mesmo tempo. Tonalmente, Wilde equilibra perfeitamente o seu filme, fazendo-o fluir através de cada momento na história sem falhas significantes. Claro, existem alguns desvios ocasionais que esticam o tempo de execução desnecessariamente, ou seja, alguns subplots que não oferecem nada que valha o tempo perdido, além de serem um pouco exagerados.

No entanto, o enredo principal nunca perde o seu foco. Amy e Molly conduzem suavemente o argumento através de momentos divertidos, bem como outros mais sérios, incluíndo cenas bastante dramáticas. Beanie Feldstein e Kaitlyn Dever são espetaculares!

Booksmart

Não me recordo da última vez a que assisti a um duo de protagonistas tão fenomenal, especialmente quando se trata de atores/atrizes jovens. Têm uma química impecável e é bastante percetível que algumas sequências são, sem dúvida, improvisadas. Também entregam um dos melhores confrontos verbais, cara-a-cara, alguma vez colocados no grande ecrã. Simplesmente, um take longo, com ambas a darem tudo. Excelentes performances, filmmaking fantástico.

Com estas duas atrizes a carregarem a história para a frente, todas as cenas são incríveis. Os bocados de comédia são hilariantes, mas o drama romântico à volta delas é abordado de forma muito genuína. Parabéns a todas as argumentistas que trabalharam nos guiões. Para Olivia Wilde, deixo o meu desejo de voltar a vê-la em mais filmes. Tem o seu próprio estilo sem dúvida que tem muito a dizer. Mal posso esperar pelas suas próximas aventuras.

Booksmart transmite mensagens importantes que certamente irão conetar com públicos por todo o mundo, quer sejam jovens, adultos, homens ou mulheres. Ainda carrega alguns clichês do género (não confiar na sua BFF, mesmo que esteja certa), mas é o jogo com os estereótipos (nem todos parecem aquilo que mostram) que ganha no final.

Booksmart

Assim, Olivia Wilde coloca o seu nome na lista de realizadores a seguir de perto durante os próximos anos. Booksmart é uma adição maravilhosa ao género coming-of-age, uma que possui duas protagonistas impressionantes. Beanie Feldstein e Kaitlyn Dever podem tornar-se em verdadeiras super-estrelas no futuro se continuarem a exibir tais prestações. Com a ajuda de um excelente elenco secundário, Wilde mostra o lado entusiasmante e divertido de terminar o secundário, mas também todos os dramas (bastante) realistas a que os adolescentes têm de se submeter, sem restrições.

É uma história guiada pelas personagens (character-driven) e Amy e Molly são duas pessoas com quem devemos aprender muito. É um dos melhores filmes do género, mesmo que ainda contenha alguns dos seus famosos clichês e alguns enredos secundários que não funcionam totalmente. Recomenda-se a visualização!

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