Crítica – Star Wars: The Bad Batch

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Este ano o dia de Star Wars teve um sabor especial, pois arrancou a nova série animada da saga, que pega num lote de clones muito peculiar e especial.

Star Wars: The Bad Batch

The Bad Batch (O Lote Estragado) surge no seguimento de The Clone Wars, que terminou de forma exímia precisamente há um ano (May the 4th 2020) e pega num grupo de 5 clones com habilidades muito específicas e um modus operandi fora do normal, quando comparados às restantes centenas de milhares de clones produzidos em Kamino durante a Era da República, criados a pedido de Syfo-Dias tendo como base o modelo de Jango Fett (“pai” de Boba Fett).

Seus nomes são Hunter, Echo, Tech, Crosshair e Wrecker. Sozinhos atingem resultados que por vezes batalhões de clones ordinários falham em conseguir e se em The Clone Wars conseguiram mostrar o ar da sua graça com pouquíssimo tempo de ecrã, em The Bad Batch vão ter todo o tempo do mundo para ganhar um lugar especial na vida dos fãs da saga Star Wars.

O arranque desta nova série enquadra-se no momento que mudou a galáxia de vez, falo pois da “Order 66“, planeada e iniciada por Sheev Palpatine. São usadas sequências de imagens de The Clone Wars, de forma a oferecer algum contexto do estado de sítio desta transição chocante entre a era da república e a era do império, com o célebre narrador, Tom Kane, no seu tom intenso e carismático a ajudar no apanhado geral. Em paralelo temos o contexto espacial do esquadrão nesse momento chave.

Para quem acompanhou The Clone Wars, esta nova série vai ser fácil de absorver. O caso de quem não viu acaba por ser um pouco diferente inicialmente, até porque nos filmes da trilogia da república não nos é dado o mesmo contexto político que na série animada. Contudo, esta é uma produção nova e apesar de ser importante ter algum background de conhecimento do conflito em causa, a longo prazo, The Bad Batch aparenta ter vindo para seguir um rumo independente, com material novo que acaba por acolher todos os espectadores.

O problema é que só os espectadores mais resilientes vão conseguir levar esta longa temporada até ao fim e sobreviver ao aborrecimento proveniente de alguns episódios. Isto acontece por vários motivos que passo a explicar de seguida.
Decidiram quebrar o núcleo deste lote, com uma decisão ousada de ativar o chip de Crosshair e torná-lo num elemento do Império. A ideia não foi má e até fiquei fã da mesma, mas apesar do arco da personagem ter sido fechado com sucesso, o lote de heróis saiu a perder.

Na sequência disso, todos os esforços foram concentrados na adição de uma nova personagem, que faz parte do esquadrão 99 original. Falo de Echo, uma rapariga adorável e cheia de vontade de ajudar. Apesar de ser uma personagem positiva que por vezes desperta alguma sensibilidade no resto da equipa, não encaixa com a mesma. Com a adição da Echo, o que me cativava no Bad Batch durante The Clone Wars e no primeiro episódio de Bad Batch, perdeu parte do brilho, diluindo as diferenças que tornavam a personalidade de cada um tão vincada.

Por influência de Echo ser tão diferente do resto do lote, fez com que Dave Filoni precisasse de vários episódios para adaptar o lote a Echo e desenvolver esta nova personagem com sucesso. Não foi de todo bem executado, dado que mesmo recorrendo a uma ou outra personagem surpresa de trabalhos anteriores da saga, Echo não tinha arcaboiço para a exposição que teve e Bad Batch perdeu o brilho com que arrancou no primeiro episódio e a nova lore acrescentada a Star Wars durante a maior parte da temporada pouco ou nenhum interesse teve.

Houve também algumas expectativas criadas com o primeiro episódio que sairam furadas. Nesta temporada esperava-se influência do Palpatine’s favorite, o implacável Wilhuff Tarkin como vilão-mor. Tarkin foi o principal responsável pela construção da estrela da morte, mas a sua importância estava um nível acima desta produção, infelizmente. Quem o substituiu, esteve longe de se tornar inesquecível.

Também se esperava muito conflito, até mesmo no seio do Bad Batch que sofreu mudanças drásticas logo no arranque da série, mas só perto do fim tivemos oportunidade de assistir a sequências de cenas memoráveis. Por fim tivemos uma nova personagem que traz uma promessa de esperança para o universo, mas apesar do potencial, ficou aquém.

Star Wars: The Bad Batch

Em contra partida, é impossível negar a evolução que houve a nível de qualidade nas sequências de ação, que estão muito bem conseguidas, tal como o design gráfico (quase perfeito). Apesar de ter sido mais notável essa melhoria na última temporada de The Clone Wars, é excitante observar a evolução dos designs e animações no seio de Star Wars num espaço de tempo tão curto.

Ainda que The Bad Batch não seja a série para todos os fãs da saga e tenha sido sub-aproveitada, para os que lhe derem uma chance (como deram com The Clone Wars ou Rebels), entretém. Não tanto pelo lote (que estava meio estragado – punk intended), mas com a exploração da lore em torno do encerramento do programa dos clones em Kamino, bem como o desenvolvimento do projeto de clonagem (que está ligado a The Mandalorian) e por termos ficado a perceber a origem deste lote. Nota positiva para os últimos episódios da temporada que foram bem conseguidos, dotados de vários acontecimentos de impacto emocional. Contudo, não eram precisos 16 episódios para contar esta estória, de todo!

Fica a esperança que na segunda temporada Echo consiga encaixar com o resto do gangue e que as suas capacidades se destaquem mais, que o gangue deixe de ser condescendente e tão protetor para com ela, que Bad Batch seja uma produção de valor para os fãs, mas também para os apreciadores de Star Wars e que fique mais próximo do nível de “The Clone Wars” do que de “Resistance”.

A 1ª temporada de Bad Batch, está disponível na Disney+.

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