O novo comando da PlayStation 5 é a estrela desta experiência.
Astro’s Playroom é um dos novos jogos exclusivos da PlayStation 5 e desenhado de raiz para as novas experiências imersivas da consola da Sony.
Graças a um acesso antecipado à consola, e ao jogo que nela vem pré-instalado, pudemos experimentar estas novidades de um potencial incrível.
Nesta antevisão limitada apenas a uma área do jogo, o nível Cooling Springs, temos a oportunidade de usar todas as habilidades de Astro, o pequeno robô que se estreou como uma das novas mascotes da PlayStation na geração passada e que teve até direito a um aclamado jogo de realidade virtual.
Em Astro’s PlayRoom, a direção escolhida pela Sony não é a realidade, mas não deixa de ser menos impressionante ou até imersivo, já que este jogo pré-instalado na PlayStation 5 pode ser um dos melhores testes às capacidades do novo comando da consola, o DualSense.
Adeus DualShock, olá DualSense. Esta não é a primeira vez que a Sony muda o nome aos seus comandos, depois de uma tentativa com o SixAxis, mas, ao contrário da experiência que retirava a vibração em troca de sensores de movimentos, o DualSense é uma aposta agressiva, a todo gás, em frente ao futuro, prometendo um nível de imersão nos jogos até agora impossível.
Astro’s PlayRoom, um jogo reminescente de títulos de plataformas 3D, onde o objetivo é explorar e apanhar o máximo de moedas e colecionáveis possíveis, usa todas as novas capacidades do novo comando háptico que, na teórica, promete coisas como precisão na vibração, feedback em todas as ações, gatilhos responsivos e muito mais. Porém, a magia do DualSense não se fica apenas por um avanço na forma como os motores de vibração funcionam num comando, mas também pela soma das suas partes, onde se incluem ainda as capacidades sonoras que aumentam, surpreendentemente, a imersão onde menos esperamos.
A minha primeira impressão ao ouvir os pequenos passos de Astro foram de desconfiança. Já na geração passada, eram vários os jogos que tiravam partido da pequena coluna embutida no DualShock 4, mas, na maioria das vezes, tendia a desligar por completo esta função por se tornarem meros gimmicks ou até intrusivos à experiência. Alguns exemplos desses encontramos em Death Stranding, com o choro de BB, ou em Need For Speed Payback, com o som das conversas de rádio dos polícias a tirarem-nos completamente do momento. Mas aqui, tudo muda.
Em Astro’s PlayRoom, esta capacidade sonora, além de muito melhorada, é um complemento perfeito às ações do pequeno robô, pois a cada passo, salto e murro, o som debitado iguala o nível de vibração do comando, dando a estranha sensação de que temos o pequeno robô nas nossas mãos. Algo que é também aumentado pela posição da personagem na parte inferior do ecrã, próximo da posição do comando no nosso campo de visão.
O casamento sonoro e háptico é “duplamente sensacional”, como o nome sugere, e este é apenas o início e um breve olhar ao potencial das suas funções nos jogos da PlayStation 5. Ao longo do nível, existem imensas oportunidades para experimentar o comando e as suas capacidades de forma que nunca encontrámos noutros jogos, como a sensação de cortar gelo com patins; o som de areia ou gelo a baterem forte na cara de Astro e isso a refletir-se no comando como se tal também estivesse a acontecer; em momentos em que temos que assoprar para o microfone embutido do comando; ou em momentos onde temos que usar os novos gatilhos para fazer força.
Os gatilhos do DualSense são igualmente impressionantes e colocados aqui à prova com momentos onde Astro se transforma num boneco que salta com uma mola. Ao pressionar os gatilhos, é possível sentir a resistência da mola de forma realista, mas não é apenas o ato, em conjunto com o efeito sonoro, que impressiona. Também a capacidade dos gatilhos se poderem transformar e adaptar impressiona, quase como um “Fluido Newtoniano”, dependendo da situação em que as suas funções são usadas e que podem ser aplicadas de diferentes maneiras noutros jogos, algo que está à mercê das escolhas dos produtores.
A intensidade, homogeneidade e a mistura de funções já conhecidas, como o sensor de movimentos e utilização do trackpad, transformam a experiência de Astro’s PlayRoom em algo que só é possível perceber ao experimentar com o novo comando na mão, na primeira pessoa.
O futuro do jogo (que ainda irei explorar para uma análise) e de todos os jogos para a PlayStation 5 é bastante promissor, isto se as funções foram tão bem aplicadas como aqui, entre diferentes jogos de diferentes géneros. Estas capacidades podem até tornar-se num dos fatores decisivos na compra de uma consola ou de versões de jogos multiplataformas. Seja como for, as primeiras impressões ao jogo gratuito e ao novo comando da PlayStation são bastante sólidas e certamente que a Sony, nesta geração, não vai andar para trás na palavra com o regresso de um DualShock 5.