- Publicidade -

Um modelo de média-gama que procura ser acessível para os utilizadores menos exigentes, mas igualmente versátil para aqueles que quiserem retirar partido do seu chip e capacidades no que toca à emulação.

Com o crescimento do mercado de consolas portáteis, que vão além dos grandes estúdios da indústria, não é fácil descobrir todas as ofertas que chegam anualmente ao mercado. O foco mantém-se idêntico em quase todos estes modelos de média-gama, com a experiência a girar em torno da emulação, mas existem casos onde temos à disposição autênticos computadores de bolso capazes de correr alguns dos lançamentos mais exigentes dos últimos dois anos. Uma dessas marcas é a Anbernic, que se tem popularizado neste mercado de entrada, com modelos que procuram uma maior acessibilidade e conforto para os seus utilizadores, com o seu catálogo a oferecer opções ideais para quem procura alguma liberdade de personalização e também para aqueles que querem apenas uma máquina pré-definida para correr os seus videojogos favoritos.

E graças à Geebuying, tivemos oportunidade de comprovar isso mesmo. Exemplo desta dualidade e filosofia de design é o modelo RG353V, num formato familiar – que relembra a famosa Nintendo Game Boy no que toca à sua ergonomia e posicionamento dos botões – capaz de oferecer poder de processamento para correr as consolas dos 8 aos 64 bits sem perdas de qualidade, mas também deixar espaço para quem quer elevar a sua experiência e modificar o sistema operativo como e quando lhe apetecer.

De facto, o modelo RG353V é impressionante devido à sua acessibilidade, preparado para satisfazer qualquer jogador com um sistema operativo próprio da Anbernic, já com vários emuladores instalados e um cartão de 256GB com milhares de videojogos pré-instalados. Para todos os efeitos, basta ligarem a consola para começarem a jogar e não precisam de fazer instalações, alterar grandes configurações ou definir outros parâmetros para aproveitar a experiência de emulação que a Anbernic tem vindo a oferecer aos seus utilizadores. Esta é uma das suas mais-valias, especialmente se não têm paciência para explorar o potencial e as opções de personalização desta máquina.

No entanto, a versatilidade do modelo RG353V não demora a fazer-se sentir, e mesmo quando nos arriscamos a alterar opções no seu sistema operativo ou a instalar novos jogos e emuladores, a Anbernic conseguiu criar um ecossistema acessível, intuitivo e aberto a qualquer “homebrew” que possam instalar. Esta versatilidade deve-se, em parte, ao Dual OS, com a consola a apresentar um sistema Android e outro baseado em Linux. Quando acedem à consola, sem quaisquer alterações, vão diretamente para o sistema da Anbernic, já em Linux, mas se pretendem ativar a opção Android – onde têm acesso a novos emuladores e ao sistema na versão 11, que poderá, inclusivamente, ser atualizado e até modificado para desbloquearem a Play Store na consola –, basta retirarem o cartão de memória definido para o sistema operativo e terão acesso ao ambiente de trabalho tradicional de um Android. É assim tão simples: retirem o cartão de memória e têm à vossa disposição todo um novo mundo de opções e otimização.

O modelo RG353V traz-nos os sistemas Android e Linux graças à presença de duas entradas para cartões de memória. O primeiro será sempre definido pelo sistema Linux, que já vem incluído na consola, e o segundo é dedicado aos videojogos e extras que possam querer instalar na vossa Anbernic. Os cartões estão sempre acessíveis, via entradas laterais na consola, e é fácil retirar, instalar e reinserir os microSD sem quaisquer problemas. Isto torna o modelo RG353V muito versátil e acessível, duas apostas fortes para a Anbernic e que tornam ainda mais apetecível a personalização das suas consolas, como veremos mais à frente. Num primeiro contacto, o modelo RG353V é compacto, intuitivo, fácil de utilizar e, acima de tudo, convidativo para simplesmente disfrutarmos o seu poder de emulação sem grandes entraves.

anbernic rx353v echo boomer 2
Anbernic RG353V

Apesar de não ser a opção mais poderosa e versátil do catálogo da Anbernic, o modelo RG353V é um excelente ponto de entrada devido ao seu forte desempenho com um grande número de consolas retro. Claro que existem outras possibilidades a terem em conta, como os “homebrews” e até a sua compatibilidade com alguns jogos de PC – sem falar nas suas capacidades de streaming, via Moonlight, onde podemos transmitir jogos do PC para este dispositivo -, mas o grande trunfo da Anbernic é a emulação e o modelo RG353V segue essa tendência. Não esperem jogar PS2, Xbox ou Gamecube em toda a sua glória, mas NES, SNES, Game Boy, Game Boy Color, Game Boy Advance, Mega Drive, Master System, PlayStation, Sega Saturn (ainda que não nativamente, a não ser que façam algumas alterações na consola) e até Dreamcast – entre outras opções, como as máquinas de arcadas e outros consolas mais antigas – correm perfeitamente no RG353V. Aliás, algumas destas consolas até podem ser jogadas a 2X ou 4X acima da sua resolução nativa, dando aos seus jogos uma camada de tinta fresca.

Um novo mundo de possibilidade torna-se mais palpável quando decidimos ir além das opções de raiz da consola e começamos a explorar as suas opções, mas também a sua personalização. A emulação é, em grande parte, sempre satisfatória assim que ligam a consola e começam a explorar os seus emuladores pré-instalados, mas há mais vida no modelo RG353V. Não só podem jogar com as resoluções, mapeamento dos controlos, modificar opções únicas a cada máquina de emulação e aceder a conteúdos online, como é possível atualizarem o sistema e até instalarem novos OS que adicionam novas opções a uma consola já bastante versátil para o seu preço de entrada.

É impressionante ver o catálogo da Dreamcast a funcionar numa consola tão pequena, mas quando instalei um novo OS, intitulado JELOS – mas existem outras opções, todas elas com as suas vantagens e desvantagens, por isso, explorem mais informações sobre cada OS –, o modelo RG353V ganhou nova vida e transformou-se na minha primeira escolha para jogar qualquer videojogo clássico. Por exemplo, através do JELOS, consegui finalmente aceder ao meu catálogo da SEGA Saturn sem quaisquer problemas, ativando videojogos que anteriormente não funcionavam. Não só pude jogar clássicos como Panzer Dragoon Saga e Die Hard Arcade, como ambos correram muito bem na consola e, em alguns casos, pude até aumentar a resolução sem registar grandes perdas de framerate. Outro exemplo foi a PlayStation, uma das consolas mais fáceis de emular, mas que ganhou uma nova vida ao apresentar modelos mais definidos, em alta definição, sem stuttering ou slowdowns. Parece magia, ainda mais numa máquina tão pequena e supostamente pouco poderosa como esta.

E ainda é mais impressionante quando temos em conta a facilidade com que instalamos e reinstalamos tudo num ambiente Anbernic. Se querem experimentar outro OS ou adicionar mais videojogos, basta retirarem os microSD e ligá-los ao vosso PC. No PC, basta fazer drag and drop dos ROM ou então instalar os OS, via programas como o Rufus, diretamente nos cartões sem precisarmos de fazer mais alterações. Com os novos ROM nas pastas corretas e o OS devidamente instalado, resta reintroduzirmos os cartões na Anbernic e a consola faz o resto. Se não estivermos satisfeitos com o novo OS, basta voltarmos ao nosso cartão original e a consola funcionará como se nada tivesse acontecido. É esta versatilidade que eu aprecio na Anbernic, especialmente quando não me considero um utilizador muito experiente nestas andanças, mas é tudo tão fácil e intuitivo que perdi logo o receio e deixei-me levar pelas suas possibilidades. Hoje em dia, o meu modelo RG353V está personalizado às minhas exigências e a funcionar tal como queria e sempre sonhei numa consola de emulação.

No que toca às especificações, o modelo RG353V pode não surpreender muito, especialmente depois do que já descrevi, mas é um testemunho à versatilidade do seu sistema operativo e do seu chip. Como já indiquei, este modelo conta com dois sistemas operativos, um Android (11) e outro Linux (64 bit, compatível com aplicações 32 bits), 2GB de RAM e o CPU RK3566 Quad-Core 64 bit Cortex-A55, com frequência até 1.8GHz. Não é a opção mais potente do catálogo da Anbernic, mas é um meio-termo inteligente para quem quer uma máquina acessível à emulação e com um sistema mais livre à personalização – e aqui relembro que a comunidade continua a explorar as capacidades e potencial deste modelo –, até porque podem puxar pelo seu desempenho assim que se sentirem mais à vontade.

O que me surpreendeu, e o que nenhum vídeo ou crítica conseguiram demonstrar eficazmente, é a qualidade e leitura do seu pequeno ecrã. Com 3.5 polegadas, o ecrã IPS do modelo RG353V parecia ser muito pequeno para as minhas necessidades, mas não podia estar mais errado. Quando liguei a consola e vi o seu display fiquei rendido. O ecrã tem boa iluminação, com bom ângulo de visibilidade – até quando estamos de lado, continua a ser muito eficaz e com uma leitura sólida da ação – e as cores ficam muito fortes e presentes na resolução 640×480. Devido ao seu tamanho, o ecrã é perfeito para os videojogos clássicos, com pouco “ghosting” e uma moldura mínima quando temos em conta as dimensões da consola. E existe outra mais valia – é um ecrã tátil. No modo Android, é possível controlar a consola via ecrã, sem utilizarem os botões físicos e o mesmo sistema de controlos pode ser aplicado em emuladores da Nintendo DS – ainda que irá requer algum trabalho de otimização ou a instalação de um emulador mais potente para funcionarem a 100%. No fundo, o ecrã deste modelo é um dos seus pontos de destaque.

No entanto, se estiverem saturados de olhar para um ecrã de 3.5 polegadas e quiserem outras opções de visualização, o modelo RG353V vem preparado para as vossas exigências. Não são todos os modelos da Anbernic que têm output em mini-HDMI, mas o RG353V surpreende e até oferece a possibilidade de fazerem a ligação às televisões e ecrãs via Wi-Fi. Esta passagem para um ecrã maior não é a mais eficaz, já que a resolução fica limitada a 720p – criando assim muitos “fragmentos” na imagem, tal como uma definição mais fraca e que peca em comparação com as 3.5 polegadas naturais ao modelo RG353V –, mas é fácil ligar à TV e começarmos a jogar. Não me interpretem mal, o output funciona bem e é uma opção sólida, só não esperem uma resolução 1080p em todo o seu esplendor e com a mesma qualidade que vemos no ecrã da Anbernic.

No que toca a controlos no modo TV, não se preocupem. Não só é possível utilizarem a consola como um comando, como se estivessem apenas a expandir o seu ecrã para uma nova dimensão, mas também outros comandos que tenham à vossa disposição. Através de Bluetooth, podem ligar facilmente qualquer comando à consola e continuar a jogar sem problemas. Desta forma, o RG353V transforma-se quase numa consola tradicional que podem colocar junto à vossa televisão e jogar. Uma excelente opção que não está disponível, por exemplo, em modelos mais poderosos como o RG505.

Continuando com as especificações, o modelo RG353V apresenta uma bateria de 3200 mAh, o que representa uma duração até seis horas. Pelos meus testes, a duração da bateria nunca foi um problema e manteve-se sólida até com jogos mais exigentes. Em standby, a bateria não descarrega rapidamente e é fácil pegar e começar a jogar até quando passamos dias sem jogar. No que toca ao armazenamento, o RG353V apresenta algumas opções interessantes. Internamente, a consola apresenta 32GB disponíveis, mas podem utilizar cartões microSD até 512GB. Como indiquei anteriormente, a consola traz incluídos dois cartões, um com 16GB para o sistema e outro com 256GB com mais de 4000 jogos instalados. Se quiserem aproveitar a consola ao máximo e se estão a pensar em personalizá-la, aconselho-vos vivamente a substituírem os cartões de origem por novos, já que estes cartões não são muito fiáveis a longo prazo.

Por fim, a consola disponibiliza motores de vibração, entrada 3.5mm para headphones, uma coluna de som com um bom volume, Wi-Fi de 5GHz, a possibilidade de correrem ficheiros de vídeo e de música e inclui um cabo USB-C para carregamento e um protetor para o ecrã. Tudo isto disponível assim que abrem a caixa e começam a utilizar a Anbernic. No entanto, relembro que o modelo RG353V é altamente personalizável e podem instalar novos OS, modificar os temas da vossa consola e expandir a otimização dos emuladores com atualizações e versões “homebrews” criadas pela comunidade. Se sentirem-se confiantes, arrisquem e expandam as capacidades do vosso RG353V.

anbernic rx353v echo boomer 4
Anbernic RG353V

Apesar dos meus elogios, os meus maiores problemas com o modelo RG353V prendem-se à sua ergonomia e qualidade de materiais. No que toca ao tamanho, o modelo tem 12.6cm por 8.3cm e 2.1 cm e um peso de 0.18kg. No fundo, é uma Nintendo Game Boy mais pequena e larga do que o modelo tradicional da Nintendo, mas carregado de novos botões e funcionalidades. Temos à nossa disposição botões direcionais, os tradicionais A-B-Y-X – na disposição comum às consolas e comandos da Nintendo -, Start, Select, um botão de Function – onde podemos aceder aos menus internos da consola -, Reset e ON/OFF. Surpreendentemente, este pequeno modelo, que já está apetrechado de botões, ainda inclui na traseira os botões R1/L1/R2/L2, semelhante ao modelo RG351V, e ainda dois analógicos na parte inferior.

O conforto irá depender de cada utilizador, mas posso dizer-vos que o modelo RG353V não é propriamente o mais satisfatório para mim. Talvez tenha mãos demasiado longas e largas para o tamanho da consola, mas é difícil encontrar uma posição satisfatória para jogar durante várias horas seguidas. Não demoro muito a ficar cansado e a querer encontrar outra posição para os meus dedos, especialmente se tenho de utilizar os analógicos em simultâneo com os botões traseiros. Para terem noção do desconforto, eu sou obrigado a esticar as mãos e a segurar a consola pela ponta dos dedos só para conseguir controlar o analógico e utilizar o R1 para disparar ou apontar. Isto depende, reforço, de utilizador para utilizador e a minha experiência poderá não refletir-se na vossa. No entanto, sinto que o maior problema são os analógicos e o seu posicionamento tão em baixo, o que revela a natureza da consola como um modelo mais centrado em jogos clássicos que utilizam mais os botões direcionais.

O que é mais universal é o acabamento da consola e a qualidade dos seus botões. O modelo RG353V não é premium e está longe de ser uma opção mais cara ou exigente no que toca à qualidade dos seus componente, mas não fiquei inteiramente satisfeito com os materiais. O D-pad é responsivo, mas nem sempre certeiro e os botões principais são esponjosos, ainda que funcionais. Estas queixas tornam-se menos presentes ao fim de alguns minutos de jogo, mas nunca desaparecem por completo e relembram-nos constantemente que estamos perante um produto de média gama e não uma consola desenvolvida por uma das grandes companhias da indústria. E por falar nos grandes estúdios, o modelo RG353V utiliza dois analógicos muito semelhantes aos utilizados pelos Joy-Con da Nintendo Switch, uma parecença que considero menos positiva. Existe um problema de acabamento neste modelo que poderá ser desculpável para alguns e um detrimento para outros. A sua ergonomia não é confortável para mim, mas nunca me impossibilitou de jogar e nunca me fez pensar que não queria utilizar o modelo RG353V, mas existe sempre um risco em adquirir um modelo deste género: como o facto de uma das entradas de miniSD já não prenderem o cartão após cinco ou seis utilizações. É um passo em frente, outro atrás, mas fica aqui um elogio: os botões traseiros digitais são muito satisfatórios, com um bom click sonoro e servem como um bom repouso para os dedos indicadores.

Como modelo de entrada, o RG353V é uma boa aposta e uma compra que irá satisfazer aqueles que procuram uma simples e eficaz máquina de emulação. Graças à sua versatilidade e ao Dual OS, o modelo RG353V tem um pouco de tudo para todos os tipos de utilizadores, até para aqueles que procuram personalizar a sua experiência, modificar os sistemas operativos, escolher os seus emuladores e até apostar no streaming via Moonlight. Apesar do seu chip pouco surpreendente, que fica mais velho e desatualizado a cada ano que passa, o RG353V comporta-se muito bem até à sexta geração de consolas, ainda que seja preciso afinar algumas opções para consolas mais exigentes como a SEGA Saturn e a Nintendo 64. Tem um pouco de tudo, ainda que o seu acabamento nunca consiga esconder a sua origem low budget. Mas há algo positivo no meio disto: o preço.

Se inserirem o cupão GKBGACZ05, vão poder adquirir o RG353V por 119€, ao invés dos habituais 130.85€, com envio incluído.

Competitivo e ótimo em modo portátil se não tiverem mãos enormes, é uma pequena máquina que faz um pouco de tudo – agora resta saber qual será a sua longevidade à medida que o mercado de consolas portáteis continua a crescer e a tornar-se mais competitivo.

Recomendado

Esta análise foi possível com uma unidade cedida pela Geekbuying.

- Publicidade -

Deixa uma resposta

Introduz o teu comentário!
Introduz o teu nome

Relacionados