Um dos modelos mais completos e competitivos neste início de ano, que poderá ser apenas inacessível no que toca ao seu valor comercial.
No Echo Boomer, temos acompanhado os mais recentes lançamentos no que toca a periféricos dedicados ao mundo dos videojogos. Desde teclados a acessórios mais incomuns, como a coluna Gravastar Mars Pro, mas arrisco-me a dizer que a procura e a demanda pelo monitor perfeito continua a ser um tema que divide até os mais experientes na área. Como quantificar a qualidade de um monitor? Será pelas suas opções? Será pela ausência das mesmas ou pelo conforto e acessibilidade disponibilizadas aos seus utilizados, experientes ou até iniciantes? A resposta nem sempre é clara, mas lançamentos como o ViewSonic Elite XG251G, que chegou recentemente às lojas nacionais, procuram assumir-se como as opções mais completas, user-friendly e esteticamente apelativas do mercado – desde que estejam preparados para o seu preço de admissão.
Fora da caixa, o ViewSonic Elite XG251G jorra qualidade. Num primeiro contacto, ficamos impressionados com a quantidade de acessórios disponíveis – desde adaptadores de ficha elétrica até a fios/ligações – e com a qualidade de arrumação e packaging que apenas um produto premium consegue disponibilizar. Quando abrimos a sua caixa resistente, a nossa atenção foca-se rapidamente no monitor em si, nos seus padrões minimalistas e no acabamento em matte, que revelam uma aposta nos pormenores, mas também na qualidade dos seus materiais. É um design modesto, mas o seu aspeto mais soturno, pintado de negro, ajuda a refletir as luzes RGB que iluminam a parte traseira, criando um ambiente mais acolhedor e personalizável para um monitor que procura sobressair na decoração e não apenas fazer parte dela.
Não será, portanto, de estranhar que se trata de um modelo mais pesado do que possa parecer num primeiro contacto. É robusto, resistente e repleto de acabamentos que demonstram a sua vertente premium. A base é sólida, pesada e transmite uma reconfortante sensação de segurança ao utilizador. Uma vez montado, será difícil derrubar o monitor com pequenos toques ou descuidos, e a base é suficientemente longa para negar quaisquer abanões no ecrã – justificando assim o seu peso de 6.1kg (com a base). A estabilidade é uma certeza neste modelo, mas também temos de destacar a versatilidade da base, que nos permite subir, baixar, rodar (esquerda e direita) e inclinar o ecrã sem quaisquer problemas. Aliás, podemos virar o ecrã completamente na vertical, demonstrando que pode ser uma boa alternativa até para tarefas profissionais fora dos videojogos, especialmente no que toca ao design gráfico.
A nível técnico, o monitor apresenta um ecrã de 25″ com resolução 1080p (1920×1080, FHD), HDR (através de DisplayPort) e um refresh rate de 360Hz, que é um dos seus maiores destaques. Como se trata de um modelo pensado para o gaming, não será de estranhar que os seus tempos de respostas sejam de 1ms, o que significa que estarão sempre em cima da ação por mais frenética que seja. O ViewSonic Elite XG251G mune-se de opções que justificam o seu preço, como a integração de tecnologias da NVIDIA, nomeadamente G-SYNC, que sincroniza o frame rate e reduz o motion blur, e REFLEX, que reduz a latência nos videojogos e melhora ainda mais os tempos de resposta. Mas não ficamos por aqui. O monitor também apresenta as tecnologias PureXP Motion Blur e Blue Light Filter, que ajudam a garantir a redução do arrastamento na imagem e da luz azul, respetivamente. A sua aposta no conforto dos utilizadores não se fica pelas opções de display e a Elite apresenta também uma funcionalidade que elimina o screen flicker. Podemos atestar que estas apostas fazem toda a diferença, especialmente quando passamos várias horas em frente ao ecrã.
No que toca a pormenores, contamos com Dynamic Contraste Ratio de 120M:1, luminosidade de 400 cd/m², cores até 16.7M, 8 bit true no que toca ao suporte de color space e tamanhos de pixeis de 0.283 mm (H) x 0.28 mm (V). Apesar de não serem especificações surpreendentes ou inovadoras, a verdade é que encontramos um monitor muito forte em todas as frentes se combinarmos todas as suas opções técnicas. As polegadas poderão ser uma deceção para alguns jogadores, mas podemos confirmar que não irão precisar de muito mais para encontrarem este nível de estabilidade e conforto. Tudo funciona.
Os mais exigentes vão olhar para a ausência de uma opção 4K como o calcanhar de Aquiles do novo modelo da Elite, mas é preciso colocar as coisas em perspetiva. É verdade que existem modelos que se predispõem a atingir as resoluções standard desta nova geração, mas o XG251G procura proporcionar uma experiência mais assente na velocidade e na definição do que propriamente na resolução. Mesmo com a minha placa gráfica modesta, uma NVIDIA GeForce RTX 2060, pude puxar pelo refresh rate e atingir os 360Hz sem quaisquer problemas, conseguindo garantir uma performance sem arrastamentos na imagem ou atalhos no que toca à qualidade em jogo. Até títulos pouco otimizados, como Ghostwire: Tokyo, ganharam uma nova vida com o XG251G, com a ação a ser mais nítida, as cores mais fortes e as sombras mais pronunciadas – muito graças ao seu painel SuperClear IPS, que se destaca na iluminação – criando assim uma experiência muito diferente daquela que havia conseguido com o meu monitor anterior, que se ficava pelos 144Hz.
Não existem dúvidas no que toca ao foco deste monitor e da sua aproximação à cultura dos Esports, e pude ver isso em primeira mão. Em Call of Duty: Warzone, Apex Legends e Fortnite, apenas para enumerar alguns exemplos, a experiência não é revolucionária, mas é gradual, quase natural, ao ponto de sentirmos um downgrade quando regressamos a modelos inferiores. Apesar da ação frenética destes títulos online, o XG251G nunca perde a sua alta definição, mantendo a imagem clara e, acima de tudo, confortável, até quando passamos horas a jogar. A nitidez é, sem dúvidas, um dos elementos de maior destaque e a implementação de HDR ajuda no jogo entre luz e sombra, mas também nas cores destes títulos mais exigentes no que toca à velocidade de processamento. O próprio monitor tem um auxiliar de mira para as partidas na primeira pessoa, um pormenor curioso, mas muito revelador da natureza deste modelo. Destacamos estas experiências devido às opções do monitor, mas é certo que sentirão estas melhorias em qualquer tipo de jogo, ainda que as alterações possam ser mais suaves dependendo do género que experimentem.
O que achamos tão apelativo neste modelo é a sua aposta na personalização. Através de um menu rápido, que encontramos na parte inferior do ecrã – e que podemos navegar através de um joystick OSD -, temos à nossa disposição todas as opções e sistemas possíveis e imagináveis. Com um click, temos acesso ao Game Mode, que podemos utilizar com perfis já disponíveis, mas também customizar à nossa vontade. Na opção Display, podemos brincar com o contraste, a temperatura de cor e os níveis gama do ecrã, as funcionalidades HDR, a compatibilidade com DisplayPort e HDMI, entre outras opções. Depois temos os sistemas G-SYNC, que poderão aproveitar ao máximo se tiverem também uma placa gráfica da NVIDIA. É aqui que podemos personalizar a tecnologia Reflex à nossa vontade, mas também o contador de FPS, o HUD do ecrã e a opção G-SYNC Esport para os mais competitivos.
Continuando no menu rápido, passamos para a secção de inputs, onde podemos alternar facilmente entre os ports do monitor – seja HDMI ou DisplayPort, a passagem é rápida e suave. De seguida, temos aquele que considero ser o maior problema deste modelo: o som. As duas colunas internas do ViewSonic Elite XG251G (2 Watts) são um desapontamento, com a qualidade de som a ser tudo menos fiel. Os graves são quase inexistentes e os agudos chegam a ser estridentes, para não falar na quantidade de ruído que encontramos nas faixas de som. Podem tentar aumentar o volume, mas garantimos que será a opção que menos utilizarão neste modelo e aconselhamos vivamente a utilização de headphones ou de colunas próprias.
Para terminar, temos o menu de setup, onde encontramos as opções mais tradicionais quando falamos num monitor deste género. Desde a linguagem, ao UI, às Crosshair (que podemos ativar para nos auxiliar em jogo), as funcionalidades RGB (onde podem alterar o padrão das cores) e outros indicadores visuais que vos ajudarão ao longo das sessões de jogo. Como indiquei anteriormente, não são funcionalidades inovadores ou surpresas de peso, mas o ViewSonic Elite XG251G destaca-se pela sua solidez e por saber utilizar tão bem as especificações que apresenta. Podemos louvá-lo por ser indicado para qualquer tipo de utilizador, seja o menos experiente – talvez até á procura de um ecrã confortável para trabalho – ou o jogador profissional, que irá querer explorar todas as funcionalidades para personalizar o ecrã às suas exigências.
De facto, não são todos os dias que encontramos um monitor como o ViewSonic Elite XG251G no mercado nacional e é refrescante ver uma aposta não só na qualidade de construção, no minimalismo do seu design e na robustez da sua base, mas também nas funcionalidades que procuram tornar o modelo competitivo no que toca aos videojogos.
A colaboração com a NVIDIA é essencial e o refresh rate de 360Hz garante a melhor experiência em jogo, sem arrastos na imagem ou falhas na cor e na definição do ecrã. As colunas são um problema, onde sou da opinião que mais valia não ter, já que vai contra a qualidade geral do monitor, mas há muito para descobrir e adorar no ViewSonic Elite XG251G.
No que toca à conetividade, podem contar com duas entradas HDMI 2.0, um DisplayPort, jack de 3,5 mm para headphones, USB Type B e duas entradas USB Type-A. Perde pontos por não incluir uma opção para USB-C, mas, à exceção dessa ausência, a conetividade é mais um elemento onde o monitor se destaca.
Este dispositivo foi cedido para análise pela ViewSonic.