Análise – House Flipper

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A remodelação e decoração de casas não são, como podem imaginar, sinónimos de diversão. Antes pelo contrário. As longas horas de trincha na mão, as escolhas dos móveis certos e dos eletrodomésticos topo de gama relegam-nos para as tardes perdidas em remodelações de última hora. Um terror. No entanto, House Flipper, o novo simulador que acaba de chegar às consolas, vem desafiar esta ideia e dar uma experiência nova aos fãs de decoração e bricolage. Com uma jogabilidade simples, acessível e muito viciante, o jogo da Empyrean, que já conquistou o público no PC, equilibra o melhor dos simuladores com o realismo da área em que se inspira.

House Flipper é um dos simuladores mais estranhos do mercado, mas igualmente o mais fácil e intuitivo. Tal como o nome indica, o jogo foca-se na compra e venda de casas, mas não só. Como um novo investidor, temos de decorar e melhorar as habitações que adquirimos para vendermos pelo melhor preço possível. Com novas verbas, podemos comprar casas de todos os tamanhos e feitios e continuar a crescer no intimidante mundo do imobiliário.

Apesar das opções e mecânicas que apresenta, House Flipper é um jogo simples e muito fácil de pegar e jogar. Com uma perspetiva na primeira pessoa, temos acesso a um leque de ferramentas que nos permitem limpar, pintar e até construir novas divisões ao longo de várias casas diferentes. As ações são quase imediatas, com cada habilidade a poder ser melhorada ao longo do jogo, e temos à nossa disposição um tablet onde podemos comprar novos materiais, eletrodomésticos e itens decorativos. O posicionamento dos objetos, a manutenção do material elétrico e a montagem de utensílios, como banheiras e sanitas, são intuitivos e quase automáticos, ainda que sigam – algo que me surpreendeu – todos os passos da instalação de alguns destes objetos.

house flipper review echo boomer 2

A estrutura de House Flipper é igualmente simples. Através da nossa casa, e base de operações, temos acesso a novos trabalhos, cada um com os seus objetivos e recompensas, bem como a um leque extenso de habitações que podemos adquirir para remodelar. O jogo foca-se, assim, neste equilíbrio entre trabalhos para outras entidades e o investimento progressivo em novos imóveis, com as nossas verbas a crescerem de casa para casa. A remodelação fica à mercê da nossa imaginação e carteira, com o jogo a deixar-nos experimentar livremente com as pinturas, decorações e reconstrução das casas.

No entanto, a venda não é apenas determinada pelas nossas escolhas ou pelo valor dos materiais que investimos, mas sim por uma lista de potenciais compradores, cada um com as suas exigências.

Este é o ritmo de House Flipper; a compra e revenda de casas, a decoração, a limpeza e a repetição de tarefas que são, para todos os efeitos, monótonas. Mas House Flipper faz o impossível e torna-se divertido (e até empolgante) ao manter-nos investidos na sua aparente monotonia. Cada casa é um desafio diferente, cada uma com um leque de problemas que teremos de resolver para atingir o maior lucro possível. Quando nos agarra, House Flipper é capaz de nos roubar horas sem fim enquanto melhoramos a nossa casa de sonho e escolhemos os melhores cortinados ou a cor perfeita para a sala de estar. É estranho, mas como simulador, não podia acertar mais em cheio.

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Claro que existe uma certa repetição, com a jogabilidade a não evoluir além das tarefas já descritas. A pintura, por exemplo, será sempre igual, com os mesmos gestos e tempos de espera, tais como os materiais à nossa disposição serão sempre os mesmos. Nada muda. O problema não está na repetição, mas sim nos seus gráficos desinteressantes que parecem ter saído da geração anterior e na falta de otimização nos controlos dos menus – especialmente no tablet, onde o processo de pesquisa e escolha é mais moroso. Os bugs visuais são constantes, mas não prejudicam a experiência do jogo e não encontrei quaisquer quebras ou erros graves ao longo das minhas horas.

Infelizmente, a versão para consolas não é acompanhada pelos DLCs já disponíveis no PC, como Garden Flipper, algo que considero ser obrigatório para um lançamento tão tardio.

House Flipper é exatamente aquilo que pensam que é – sem rodeios. Se adoram simuladores e sentem alguma curiosidade, não percam a oportunidade. É um jogo com muito para oferecer aos jogadores que se dedicarem à sua estrutura repetitiva, mas viciante, ainda que sofra de alguns problemas nesta conversão para as consolas. É simples, mas cheio de charme, e é perfeito para os jogadores que procuram uma experiência mais descontraída, relaxante e longe da tradicional azáfama dos videojogos de ação e aventura.

Nota: Bom

Plataformas: PC, PlayStation 4, Xbox One
Este jogo (versão Xbox One) foi cedido para análise pela Frozen District.

Um simulador fora do normal, mas que é, sem quaisquer dúvidas, um dos mais divertidos e um dos jogos mais relaxantes e confortáveis que jogámos este ano.

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