Análise – Strife: Veteran Edition (Nintendo Switch)

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Um regresso aos tempos áureos dos FPS num relançamento inesperado na Nintendo Switch.

Strife: Veteran Edition

Longa vida à Nintendo Switch! Longa vida à consola híbrida e ao seu catálogo cada vez mais extenso e variado – ainda que um pouco mal gerido – de videojogos. Esta exaltação de alegria e comoção não é, de todo, descabida, pois encontro cada vez mais títulos variados e alguns clássicos em exclusivo na consola da Nintendo. O novo fenómeno, depois de se transformar na plataforma perfeita para jogos independentes, parece ser a portabilidade de títulos clássicos do PC, onde começamos a ter uma seleção composta por Turok e, em breve, Dusk. O mais recente título a juntar-se a esta lista crescente é Strife: Veteran Edition, o relançamento de um jogo de ação na primeira pessoa que parecia estar esquecido: até hoje.

Strife, lançado em 1996, é um jogo peculiar quando colocado em perspetiva. Lançado depois de DOOM e anos antes de Deus Ex, o título de ação da Rogue Entertainment conseguiu combinar o level design variado e intricado do clássico da id Software com uma estrutura mais próxima de um RPG, talvez inspirado por Ultima Underworld, onde encontramos uma cidade explorável dividida por zonas, lojas e várias missões principais e secundárias. De facto, as mecânicas RPG vão ainda mais longe e, se temos o foco na ação e na exploração, também encontramos momentos em que podemos melhorar os atributos do nosso protagonista, equipar armaduras e descobrir novos tipos de munições.

A jogabilidade é incrivelmente clássica e sentimos 1996 a respirar por cada poro deste relançamento. Com a possibilidade de controlarmos a mira e a câmara, notamos que Strife é uma evolução quando comparado a DOOM e a Rise of the Triad, inserindo-se mais na vaga pós-Quake e Duke Nukem Forever do que a história e os fãs se relembram. A nível mecânico, não existem grandes novidades, com a perspetiva a ser bem equilibrada com a UI, que não é muito invasiva, e os menus – muito bem acondicionados à passagem para o comando – a dar-nos total controlo sobre a mudança de armas e de itens sem precisarmos de parar a ação. O disparo é rápido, a mira é responsiva e certeira (sem ângulos mortos), não é necessário recarregar as armas e existe ainda a possibilidade de saltar e descobrir zonas secretas através dos nossos dotes acrobáticos: tal como nós adoramos.

Strife abraçou os cenários tridimensional e poligonais, mas deu destaque a um design mais clássico, com modelos em sprites e um lado mais cartoonesco que lhe dá, apesar da violência e do sangue, um aspeto próximo de um desenho animado. Os cenários são suficientemente expansivos para termos a sensação de que estamos, de facto, a explorar uma cidade, mas é no level design dos níveis de ação – que podemos abordar em combate ou com alguma furtividade – que descobrimos a magia e a sua sensibilidade clássica em grande destaque. Os níveis estão repletos de caminhos alternativos, de escolhas, de secções superiores e inferiores, criando assim verdadeiros labirintos onde nunca nos perdemos.

A aposta em missões e em objetivos secundários (que nos dão acesso a recompensas adicionais) dão aos níveis uma maior profundidade, quase como se estivéssemos num protótipo de Goldeneye: 007 ou Time Splitters, e com um localizador disponível nos mapas, temos sempre uma vaga ideia para onde temos de ir, se quisermos, entretanto, explorar à nossa vontade. É colorido, diverso e apresenta alguns elementos – como os retratos das personagens e a interpretação por voz – que lhe dão alguma personalidade, especialmente quando pensamos que é um jogo de 1996.

Repito o que disse no início: longa vida à Switch! Que continue a receber mais e mais clássicos do PC e que eu tenha a oportunidade de os descobrir e jogar. Strife: Veteran Edition foi uma excelente surpresa e uma verdadeira viagem até ao passado dos jogos na primeira pessoa, apresentando uma estrutura e tom diferentes do que se fazia em meados da década. Se esta for a sua segunda oportunidade para escapar das amarras do tempo, então espero ter ajudado e convencido alguém – caros leitores – a arriscar. Por 9,99€, é melhor que um menu no McDonald’s ou no Burger King: limpem o palato e descubram este clássico. E que Strife nunca mais fique esquecido no tempo!

Nota: Muito Bom

Plataforma: PC, Nintendo Switch
Este jogo (versão Nintendo Switch) foi cedido para análise pela UberStrategist.

Disponível para: Nintendo Switch
Jogado na Nintendo Switch
Cópia para análise cedida pela UberStrategist.

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