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Streets of Rage 4 regresso ao passado que irá deliciar os fãs do género e da série clássica da SEGA.

Streets of Rage 4

Depois de Shenmue, chegou a vez de regressarmos às ruas repletas de crime e gangues de Streets of Rage. Mais uma vez, a SEGA manteve-se afastada deste regresso ao passado, cabendo aos fãs, que compõem as produtoras Lizardcube e Dotemu, recuperar a jogabilidade clássica e sempre atual da série de ação. Mas será Streets of Rage 4 a lufada de ar fresco que os fãs tanto procuravam ou um capítulo para esquecer? Felizmente, estamos perante um projeto repleto de amor.

O que me impressiona em Streets of Rage 4 é a sua dedicação à alma e estilo originais da série. Desde a estória, que nos leva uma vez mais a combater nas ruas sujas de Wood Oak City, até ao sistema de combate, esta sequela, que chega 25 anos após o terceiro título, é uma injeção de energia numa série que se julgava perdida para sempre.

É um verdadeiro regresso à era da Mega Drive, com 12 novos níveis, quatro heróis – contando com Axel e Blaze, dois dos maiores protagonistas da série –, os mesmos capangas de sempre, armas utilizáveis, a tradicional maça e perú escondidos nos cenários e um leque interessante de bosses. É Streets of Rage no seu estado mais puro.

Em 25 anos, a fórmula mal mudou. E ainda bem. Os níveis continuam a ser lineares e focados no sistema de combate, mas são absolutamente divertidos. Temos uma maior variedade na composição de cada arena e há uma aposta em cenários mais dinâmicos e detalhados. Os combates, claro, continuam a relegar-se ao controlo de grupos, aos ataques rápidos – com a possibilidade de atacar na retaguarda –, às combinações e às habilidades especiais que, tal como nos originais, roubam parte da energia aos nossos heróis.

Streets of Rage 4

No entanto, e aqui influenciado por sistemas como em Bloodborne, Streets of Rage 4 retrabalhou esta mecânica clássica e dá-nos a possibilidade de recuperar a energia perdida se formos mais rápidos e atacarmos os inimigos antes de sofrermos um golpe. Há uma maior sensação de estratégia, com o jogo a apelar ao uso destas habilidades. Uma das novidades é a presença de um ataque mais destrutivo, limitado no seu número de utilizações, que disfere, em quase todos os inimigos, golpes mais poderosos e com um raio de choque.

Seja a solo ou com um amigo, Streets of Rage 4 é muito divertido. A dificuldade continua a ser o seu ponto forte, algo que contrasta com o número de níveis e a longevidade da campanha, que poderá ser terminada em duas ou três horas. Com vários níveis de dificuldade, Streets of Rage 4 é mais acessível que os títulos anteriores da série. Há mais espaço para erros, com as novas mecânicas a injetarem uma maior variedade de ataques, mas não pensem que é fácil. A variedade de inimigos colmata esta acessibilidade, disponibilizando vários membros de gangues, polícias corruptos, motoqueiras e outras surpresas. Há um equilíbrio entre os vários tipos de inimigos, que se focam tanto em ataques próximos, como à distância, e é necessário controlar as hordas para não perdermos desnecessariamente uma vida. Se, ainda assim, quiserem um maior desafio, apostem nos modos mais difíceis e preparem-se para um verdadeiro combate.

Como seria de esperar, Streets of Rage 4 não é dotado de uma longevidade invejável, mas apresenta, felizmente, alguns modos que vos poderão entreter. Para além do modo de estória, podem contar com Boss Rush, Arcade Mode e ainda PVP, onde poderão lutar contra outro jogador, local ou online. São modos pensados para os fãs e para os jogadores que procuram conhecer melhor o jogo e o seu sistema de combate e, apesar de não serem inovadores ou causarem grande impacto, não deixam de ser uma boa adição ao jogo.

Streets of Rage 4

A nível visual, Streets of Rage 4 é incrível. Com modelos desenhados à mão, e uma animação perfeita e muito fluída, é um deleito em movimento. Os cenários são muito detalhados, cheios de objetos destrutíveis e de um impressionante trabalho de luz, mas são as personagens, em especiais os quatro heróis, que surpreendem. A forma como lutam, reagem aos ataques e vemos, por exemplo, as suas roupas a mexerem-se com cada movimento, é um sonho tornado realidade para todos os fãs que esperavam por uma sequela. A Lizardcube, responsável por Wonder Boy: The Dragon’s Trap, está de parabéns.

Como seria de esperar, a banda sonora é outro dos destaques. Com composições que relembram os clássicos da série, Streets of Rage 4 conta com o trabalho de Motohiro Kawashima, Yoko Shimomura, Harumi Fujita, Keiji Yamagishi e, para delícia dos fãs, Yuzō Koshiro. As músicas encaixam perfeitamente no ritmo dos níveis e trazem um estilo tão descontraído como cheio de energia. Os efeitos sonoros também são louváveis e dão aos golpes uma maior sensação de impacto.

Apesar da sua curta longevidade e de alguns inimigos menos acessíveis, Streets of Rage 4 é um regresso em grande e uma homenagem sentida ao clássico da SEGA. Com gráficos impressionantes, uma campanha cooperativa – até quatro jogadores – e muita ação, é um brawler imperdível para os fãs do género.

Nota: Muito Bom

Plataforma: PlayStation 4, Nintendo Switch, PC Xbox One (disponível no Xbox Game Pass)
Este jogo (versão Xbox One) foi cedido para análise pela Cosmocover.

João Canelo
João Canelo
Crítico de videojogos, Guionista, Professor e o responsável pelo melhor mortal nas aulas de Educação Física em 2002. Um aficionado por jogos peculiares.
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