Análise – Resident Evil 7 Gold Edition: Mais do mesmo, mas completo

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Passou quase um ano desde que Resident Evil 7 foi lançado para PC e consolas, revolucionando a série ao apresentar uma nova perspetiva de jogo e focando-se no modelo de survival horror que marcou gerações.

Resident Evil 7 Gold Edition, não é um jogo novo, mas surge agora no final do ano num relançamento embrulhado com algumas novidades que acrescem ao jogo principal.

Nesse pacote temos o jogo base e, finalmente, conteúdos extra acessíveis via passe de temporada (Season Pass) e uma das duas expansões que chegam também agora aos jogadores após atrasos de produção.

Neste novo pacote, Resident Evil 7 mantém-se o mesmo jogo. É interessante voltar a pegar nele, ou até começar pela primeira vez, e sentir que não é um jogo datado, apesar de ter quase um ano. Os visuais permanecem atuais e bastante bem conseguidos, muito devido às tecnologias utilizadas que incluem técnicas de fotogrametria (representando objetos e ambientes ultra-realistas) e à a excelente arte e ambiência assustadora do jogo.

Resident Evil 7 Gold Edition

Para o bem e para o mau, nada muda. Os visuais, em conjunto com o design sonoro e uma história convincente o suficiente, até pelos padrões da série, tornam o jogo estranhamente viciante, causando não só uma ansiedade extrema, mas também muita curiosidade em abrir mais portas e explorar mais um bocadinho.

No entanto, os problemas estruturais do jogo continuam presentes. Neste caso, podemos dar o exemplo de alguns encontros com inimigos são muito pouco convincentes, o que pouco ou nada acrescente à experiência de jogo, ou a ridícula gestão de recursos, mesmo em dificuldades mais baixas.

Resident Evil 7 Gold Edition é dirigido a quem não jogou o jogo no seu lançamento, ou até para quem não tem acesso ao Season Pass, podendo encontrar aqui um melhor negócio.

Há aqui conteúdo de valor para quem quer continuar a história deste título, explorar pontas soltas e curiosidades sobre o mundo do jogo e, também, para quem quer simplesmente divertir-se. São eles Banned Footage Vol.1 e Vol.2 e o aguardado End of Zoe. 

Em Banned Footage Vol.1 damos de caras com, estranhamente, um modo de dificuldade maior, chamado Ethan Must Die, uma mini-história semelhante às cassetes que encontramos no jogo principal, onde temos que fugir da Mãe Baker, sem que ela nos veja, e um excelente modo de ondas e inimigos chamado Nightmare.

Em Banned Footage Vol.2, temos um conteúdo mais interessante e que explora os acontecimentos do jogo através de uma cassete onde podemos assistir ao que realmente aconteceu à família Baker. Além disso, estão presentes mais dois modos que gozam com o tom do jogo, como por exemplo o Jack’s 55th Birthday.

Só por si, estes dois conteúdos já justificam a Gold Edition, uma vez que são aquele tipo de conteúdo que deveria vir incluído na versão original, e não em formato extra pago.

A grande adição nesta edição é End of Zoe,  uma expansão que pretende dar o remate final a Resident Evil 7, dando continuidade e um desfecho a uma das personagens secundárias do jogo principal. Apesar do nome deste episódio, não é Zoe que vamos controlar. Em vez disso, somos introduzidos a uma nova personagem, Joe, que é seu tio, e que, ao encontrar o corpo de Zoe num estado de calcificação, vai tentar procurar uma maneira de a “ressuscitar”, nem que tenha que levar exércitos à sua frente.

Aqui, a grande novidade não se prende apenas com o facto de termos mais história e ambientes para explorar, mas também pelas novas e diferentes mecânicas de jogo que obrigam a uma abordagem bem diferente da que estávamos habituados.

Em End of Zoe, vamos usar os nossos punhos e esmurrar muitos inimigos. Em fez de usarmos facas, pás, serras ou armas de fogo, socar e atirar lanças são as duas mecânicas principais que vamos usar contra novos inimigos, soldados e, até, crocodilos.

Esta limitação acaba por ter contornos interessantes no modo como abordamos algumas situações, tornando-nos nós próprios predadores, com uma exploração mais silenciosa e com recurso a elementos de stealth. Mas não deixa de ser uma experiência cheia de sustos e de horror.

No entanto, End of Zoe peca pela sua longevidade, acabando por ser um episódio curto que serve apenas de ponto final, e que é, estranhamente, mais pequeno que o conteúdo gratuito (para todos os jogadores) Not a Hero, também lançado em paralelo com a Gold Edition, e que se recomenda que seja jogado antes.

Resident Evil 7 Gold Edition é, no fundo, mais do mesmo, trazendo mais motivos para uma nova incursão neste mundo e que inclui um final mais concreto desta iteração. De alguma forma, acaba também por ser a versão definitiva, e se calhar mais económica, olhando para os preços dos conteúdos individuais.

Resident Evil 7 Gold Edition
Nota: 8/10

O jogo foi cedido para análise pela Ecoplay.

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