PowerSlave Exhumed – Os clássicos nunca enganam

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Agora na sua versão definitiva, PowerSlave continua a comprovar que é um dos grandes da época dourada do género.

Louvada seja a Nightdive Studios. Louvada seja por continuar a apoiar o relançamento de clássicos dos mais variados géneros e a transportá-los para a alta definição, garantindo não só o regresso ao PC, mas também a estreia destes tesouros perdidos nas consolas domésticas. A nova aposta da Nightdive Studios é PowerSlave Exhumed, que é simultaneamente o relançamento do título original da Lobotomy Software, como uma reconstrução meticulosa de um título perdido e repartido entre várias edições diferentes que agora se assume na sua versão mais completa para os fãs do género.

PowerSlave Exhumed é um ponto final numa história atribulada. Lançado originalmente em 1996, PowerSlave chegou ao PC e consolas através de várias versões que se distinguiram por mecânicas e níveis únicos. Nesta nova edição, que recupera o título europeu deste clássico de ação na primeira pessoa, os níveis e funcionalidades das versões PlayStation e SEGA Saturn são finalmente combinadas numa só versão, construindo assim aquela que promete ser a melhor forma de experienciar este título muitas vezes esquecido na história dos videojogos. Talvez tenha sido a confusão causada pelos vários lançamentos, e pela repartição de funcionalidades e mecânicas, que levaram a um legado pouco consistente no que toca ao género, mas é peculiar pensar na forma como PowerSlave é raramente mencionado quando falamos em títulos que revolucionaram os FPS na década de 90.

O estigma de clone, que marcou a maioria dos títulos lançados depois de DOOM, pode ter sido outro obstáculo na popularidade de PowerSlave, tal como o seu foco no lançamento em consolas – algo que raramente acontecia durante esta era dourada dos FPS –, mas espero que este relançamento coloque finalmente o título da Lobotomy Software no pedestal que merece. Apesar de não trazer grandes novidades no que toca ao design dos seus níveis e à forma como utiliza as mecânicas tradicionais do género, focando a ação em arenas e corredores restritos – e oferecendo um leque de armas e magias reminiscentes deste choque entre a cultura egípcia e as forças alienígenas que atacam o planeta Terra –, PowerSlave abraça uma estrutura mais aberta focada na aquisição de habilidades que desbloqueiam novos caminhos e oportunidades de combate.

É injusto comparar PowerSlave a um metroidvania, mas o ADN está lá, ainda que seja demasiado rudimentar. A campanha mantém-se maioritariamente linear, mas encontramos regularmente níveis com vários caminhos disponíveis, alguns interditos sem as habilidades certas. Desta forma, partimos à descoberta de novas armas e habilidades que nos permitem saltar mais alto, planar e resistir aos efeitos da lava, entre outras, permitindo-nos voltar atrás e descobrir segredos inalcançáveis e continuar a campanha através de caminhos anteriormente fechados. Esta aposta na exploração torna PowerSlave numa experiência muito mais fresca, mas igualmente moderna quando comparada aos seus rivais diretos, procurando adicionar à fórmula uma maior sensação de aventura para além do tradicional foco no combate entre inimigos dos mais variados formatos.

Não são todos os níveis que apresentam esta liberdade de escolha, daí continuarmos a sentir que a campanha é maioritariamente linear. A estrutura não procura ser inovadora, mas sim adaptar fielmente as temáticas de exploração e arqueologia que interligam a narrativa e a demanda de PowerSlave. Não quero, no entanto, desvirtuar o ritmo e combate de PowerSlave em prol da sua estrutura surpreendentemente mais moderna. O design dos níveis continua a ser um destaque, com zonas interligadas e com uma excelente foco na exploração e na descoberta de segredos, onde o posicionamento dos inimigos dá origem a surtos de ação que nos mantêm em alerta. O armamento é surpreendente devido à sua simplicidade e classicismo, mas também à forma como abraça a estética egípcia ao longo da campanha, apostando em armas nem sempre convencionais que obrigam os jogadores a repensar as suas estratégias entre níveis. É um FPS clássico em todos os sentidos e isso significa que as mecânicas estão limadas e muito focadas nesta combinação entre ação e aventura.

Apesar de não ser um jogo perfeito, pecando no design de alguns inimigos – como os escorpiões e pássaros, que seguem a temática de deserto até ao ponto de se tornarem desinteressantes – e no equilíbrio da dificuldade na reta final da campanha, PowerSlave Exhumed é obrigatório para todos os fãs do género. A nova versão inclui suporte para Widescreen, Antialiasing, Anisotropic texture filtering e interpolação suave para monitores com maior taxa de atualização, que dão origem a uma experiência mais suave e em alta definição, mas destaco, especialmente para quem jogar nas consolas, o esquema de controlos modernos para os comandos.

No fundo, é a melhor versão para um clássico que merece muito mais atenção pelos fãs do género e não só. Não percam a oportunidade.

Cópia para análise (versão PC) cedida pela UberStrategist.

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