Jurassic World Evolution 2 – Em busca do vale encantado

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Jurassic World Evolution 2 faz justiça enquanto sequela, expandindo a forma como interagimos com os dinossauros e nas oportunidades de criação de um parque de sonho, onde um pequeno erro pode resultar numa tempestade perfeita.

Depois de ter passado mais horas do que esperava em Jurassic World Evolution, percebi finalmente porque é que o género de gestão encaixava tão bem enquanto adaptação de Jurassic Park ao meio dos videojogos. À falta de outras experiências bem conseguidas, como jogos de aventura ou novelas gráficas interativas, Jurassic World Evolution, desenvolvido pela Frontier Developments, revelou-se um jogo apaixonante e com espaço para expandir e fugir da sua eventual monotonia.

Assim chega Jurassic World Evolution 2, uma sequela digna da sua nomenclatura numérica, que aproveita tudo o que o jogo anterior fez, acrescentando-lhe novas oportunidades de jogo deliciosas para os doidinhos dos dinossauros, ao mesmo tempo que pisca o olho ao futuro da saga cinematográfica, que irá regressar ao grande ecrã em 2022 com Jurassic World Dominion.  

Essencialmente, Jurassic World Evolution 2 funciona tal e qual como o antecessor. O nosso objetivo é criar um parque, contratar cientistas para fazerem expedições, incubar ovos, deixar os nossos animais confortáveis e, igualmente importante, os nossos visitantes felizes. Pois afinal de contas, os nossos bebés são também o nosso produto.

Manter tanto os dinossauros como humanos confortáveis, divididos por altas vedações e outras estruturas móveis (como os veículos que podem circundar as áreas de algumas criaturas menos violentas), é a nossa prioridade principal, ao mesmo tempo que mantemos o parque operável dentro de um determinado orçamento.

A sequela expande-se para lá da criação do parque, algo que aprendemos rapidamente na infelizmente muito curta campanha que serve de tutorial para o restante jogo, onde viajamos para várias regiões do mundo para tomar conta de parques de contenção e proteção animal, ao contrário dos parques mais comerciais.

A campanha inspira-se na premissa do futuro filme, onde os dinossauros estão à solta no mundo e cabe-nos a nós tentar criar espaços para que estes novos animais não causem danos à sociedade humana. Assim viajamos para várias regiões, construindo zonas já pré-preparadas, mas com a possibilidade de podermos também explorar várias regiões abertas para tirar fotos a criaturas (ao estilo de um Pokémon Snap) ou capturando-as.  

Apesar de me ter focado apenas na campanha, esta expansividade espalha-se no resto do jogo, nomeadamente no modo de desafios, onde o objetivo é criar parques que atinjam as cinco estrelas em diferentes biomas – no Canadá, Alemanha, Reino Unido e várias regiões dos EUA -, cada uma com diferentes tipo de criaturas e condições atmosféricas com impacto direto no bom funcionamento dos parques.

Apesar destas novidades principais, o que mais gostei de explorar foi o modo Chaos Theory, que nos dá a oportunidade de explorar cenários inspirados em cada um dos filmes, ao mesmo tempo que impedimos que os erros dessas histórias se repitam.

Com um número absurdo de dinossauros, Jurassic World Evolution 2, assim como o seu antecessor, prima por uma componente educativa, não só no que toca à pré-história, como a questões biológicas e até na gestão de custos e de recursos, com sistemas de poupança que ativamente colocamos à prova nas nossas vidas.

Apesar de Jurassic World Evolution 2 nos dar várias vezes as mãos, é um jogo desafiante graças aos recursos limitados que nos vai dando, fazendo que todas as decisões que tomemos sejam as mais importantes para o bom funcionamento do parque. Um pequeno erro é um bater de asas de uma borboleta que rapidamente se transforma num furacão, com finanças negativas, dinossauros à solta e baixas entre visitantes, levando-nos à inevitável missão falhada.

Entre tudo isto, o mais interessante deste jogo é a forma como nos coloca ao pé dos dinossauros, seja entre expedições na primeira pessoa, pelo seu modo fotografia ou, simplesmente, pelo processo de os ver crescer e viver no seu habitat controlado. Foram várias as sessões de jogo em que comecei a dar nomes a alguns animais e a preocupar-me com a sua saúde, quase como se fossem animais de estimação, ficando triste quando algo lhes acontecia ou terminava os objetivos daquela região.

Jurassic World Evolution 2 não é, certamente, um jogo para todos, mas um em que o mínimo de investimento pessoal resulta numa experiência fantástica e altamente nostálgica para malta como eu, que cresceu durante os anos 90 e ficou apanhadinho por dinossauros. É um jogo que, mesmo pela sua natureza satírica e capitalista, especialmente no que toca a gestão, guarda um carinho enorme pelo cinema e por estas majestosas criaturas que nunca iremos ver na vida real, mas que sabemos terem existido algures no tempo. É, sem dúvida, uma bela fantasia.

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Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela Heaven Media.

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