Análise – Inertial Drift

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Inertial Drift é um jogo estranhamente familiar que chega para contrariar a tendência do realismo nos videojogos, mantendo foco no pormenor.

Inertial Drift

Com grafismos animados (algo semelhantes a anime), baseados num passado mais distante do que parece, Inertial Drift capta na perfeição a aura da transição entre os anos 80 e 90, com o apogeu dos super-carros, da cor e da música. Tudo isto contido naquela máquina arcade, no canto do salão de jogos, em torno da qual todos os miúdos se reuniam aos domingos à tarde e derretiam moedas de 20 escudos como se não houvesse amanhã. Já devem estar a perceber o tipo de jogo que é e a nostalgia que traz.

Até a mecânica capta a essência dos jogos arcade, por ser muito característica e bem diferente relativamente àquela que os fãs de jogos de corridas estão habituados. Na verdade, vão precisar de fazer reset a tudo o que acham que sabem e re-aprender a conduzir, pois neste jogo a mudança de direção para pouco serve na hora de fazer curvas a mais de 180km/h. Isto porque é tudo em drift e os timings são a chave.

Inicialmente, posso dizer que vai reinar a estranheza pelo território incerto onde se está a entrar, mas, com um bocado de tempo, dedicação e sobretudo vontade, rapidamente é possível desbloquear o real potencial do jogo. E acreditem que, se gostam de jogos arcade, vão tirar bastante proveito deste jogo quando o dominarem – chega até a ser excitante se gostarem de “drift”.

À semelhança desses arcade dos salões de jogos, toda a interface do jogo é bastante simples e idêntica à dessas máquinas de jogo. Até o modo história é em formato arcade. Basicamente, o menu principal (único) divide-se nos essenciais e é bastante intuitivo. No topo está o Tutorial, que é por onde devem começar a vossa jornada neste jogo, pois ficam a conhecer os comandos (se se esquecerem podem ir a Options fazer uma consulta).

Inertial Drift

No que toca a modos de jogo rápido, há várias opções distintas. Com as Challenges, à medida que forem sendo completadas, é desbloqueado um carro novo. O modo Arcade, à semelhança das tais máquinas que falei anteriormente, permite optar entre vários tipos de corrida em todos os circuitos disponíveis no jogo e, à posteriori, publicar os resultados online e competir pelo melhor lugar possível nos leaderboards mundiais. O Grand Prix é um modo mais desafiante, onde se tem de completar uma série de desafios em várias pistas com cada carro disponível.

Para além destes modos, é ainda possível jogar contra outros jogadores, quer por Splitscreen com amigos (e inimigos), quer online contra jogadores de todo o mundo. Por último, mas não menos importante: o Story Mode.

O Story Mode é relativamente curto a nível de desafios e rapidamente fica concluído, pois é possível avançar no jogo sem vencer absolutamente nada, no entanto, se o fizerem, só fica 50% da história concluída. Isto é algo ortodoxo em qualquer jogo, porque é suposto ganhar para avançar, mas sendo que a mecânica de condução é fora do comum, percebo o intuito, pois acaba por evitar frustrações aos iniciantes (todos os jogadores, portanto).

Completando o modo história com a personagem escolhida inicialmente, é possível repeti-lo novamente com outras personagens. A primeira impressão que deixa é que é inútil fazê-lo, mas há um senão: todos os carros do jogo são únicos. Como tal, para obter resultados positivos, é preciso aprender a conduzi-los.

O facto de todos os carros serem muito diferentes entre eles e de como reagem aos comandos durante a condução é o grande trunfo deste jogo. Vai exigir paciência, capacidade de aprendizagem e adaptação e memória, de forma a ter avivado como é que têm se conduz cada um. Posto isto, todos os modos que referi até agora têm um desafio acrescido, que é serem completados com todos os carros.

Inertial Drift

A nível de mecânica de jogo, apesar de ser muito diferente do comum, as ações são bastante responsivas aos controlos. O maior desafio é mesmo saber como se comporta cada carro.
Os carros, quando competem entre si, assumem forma fantasma, isto é, nunca embatem, porque se atravessam. Pode parecer uma decisão algo polémica, mas faz todo o sentido, pois torna o jogo mais fluido, menos confuso e mais objetivo. Só precisamos de nos focar na nossa condução, o resto é ruído de fundo.

Em tom de conclusão, o jogo não vem inventar a roda, nem é revolucionário. No entanto, é um título refrescante pela simplicidade e mecânica fora do normal. Isto tudo complementado por um trabalho gráfico limpo e bem feito. Se calhar para Playstation não faz muito sentido comprar este jogo, a não ser que gostem particularmente do género, mas para a Switch é uma boa aposta. A diversidade de modos offline e modos de jogo curtos tornam este jogo ideal para passar tempo a jogar em viagens curtas, pausas de trabalho ou até salas de espera (sei que estou a ser muito específico, mas faz sentido).

O melhor de tudo é o facto do preço base do jogo ser 20€, sendo claro que há bom senso (coisa que faltou a Power Street Football) e noção do real valor do jogo. Comparando com jogos de 60€70€, Inertial Drift não passaria do “Bom” por ser simples demais, mas, sendo que se coloca num patamar bem abaixo a nível de custo benefício, é, na verdade, muito bom.

Nota: Muito Bom

Plataformas: PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch
Este jogo (versão Nintendo Switch) foi cedido para análise pela PQube.

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