Análise – Hitman 3 (Google Stadia)

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O verdadeiro Role Playing Game.

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Antes de se aventurarem num novo mundo de espionagem, heróis e assassinos com a série 007, a IO Interactive trouxe-nos em janeiro a última aventura do seu reboot de Hitman.

Hitman 3 fecha a trilogia iniciada em 2015 e, apesar do seu título numerad,o aparenta-se mais como uma expansão de altas produções, dando continuidade à história, objetivos, estrutura, mecânicas e até linguagem visual dos jogos que o antecederam.

Graças ao acesso ao Google Stadia, onde já tinha guardado os dois primeiros títulos, decidi aventurar-me na pele de Agent 47 pela primeira vez, numa jornada feita de altos e baixos, divertimentos e frustrações. No fim do dia, consegui absorver o que esta saga tem de tão brilhante.

O objetivo de missão para missão é quase sempre o mesmo – eliminar um ou mais alvos -, mas cabe-nos a nós descobrir como fazê-lo, que ferramentas usar ou que caminho tomar. E foi na segunda missão de Hitman 3 que descobri a sua genialidade.

Não tinha só que eliminar a matriarca Alexa Carlisle, como teria que o fazer sem que ninguém na sua família soubesse sequer que ela estava viva, ao mesmo tempo que tinha que recuperar um documento. O que Hitman 3 oferece numa situação destas não é um conjunto de objetivos delineados, onde todos os jogadores os cumprem da mesma maneira. Além de todas as aleatoriedades de um momento de combate ou da quantidade de inimigos que eliminamos durante sequências de ação furtiva, Hitman 3 oferece um leque de histórias e narrativas cruzadas dependentes dos itens que apanhamos, das portas que abrimos, das conversas que ouvimos e do papel que queremos tomar.

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Role Playing Games há muitos, sendo normalmente associados a histórias épicas, progressões de poderes e armaduras, combates sequenciais e escolhas narrativas, mas são jogos como Hitman 3 que levam à letra o significado do seu género. Foi por isso que, durante uma hora, sem conhecer muito bem as mecânicas, em vez do Agent 47, interpretei a pele de um investigador, num episódio saído de uma história de Agatha Christie.

Entre quartos e corredores de uma mansão, investiguei pistas que correlacionavam as relações entre suspeitos de um alegado assassinato, enquanto mantinha low profile e me aproximava do meu alvo que, no fim, lá me deu de bandeja o tal item necessário para a conclusão da missão, antes de o eliminar e, consequentemente, fechar o episódio.

Mas esta é apenas uma forma de concluir um simples nível. Foi a que achei mais divertida, pela primeira vez que a abordei, e também a mais imersiva, porque o jogo assim me o permitiu. Foi, por momentos, refrescante, e a possibilidade ínfima de completar objetivos, com contra-relógios e objetivos secundários propostos pelo jogo, oferecem uma longevidade a Hitman 3 muito maior do que aparenta com o seu número relativamente limitado de níveis. São seis localizações, altamente detalhadas, complexas e vivas graças aos fantásticos visuais e direção de arte da IO Interactive, que fazem de cada uma pequenos destinos de turismo virtual.

Contudo, Hitman 3 – os seus antecessores que podem ser rejogados com as melhorias gráficas deste terceiro capítulo – pode não ser do agrado de todos, em particular aqueles que procuram uma aventura mais explosiva e cheia de ação. Momentos desses são possíveis, mas requerem treino, sangue frio e alguma paciência a testar as águas e as possibilidades do jogo.

hitman 3 review echo boomer

A liberdade de ações narrativas, e até mesmo a diversão do jogo, também não é, infelizmente, constante, algo que comprovei logo no nível seguinte, onde Hitman 3 perde o foco, deixando o jogador perdido à procura de alvos no meio de multidões. Apesar de entender a ideia por detrás desta decisão, Hitman 3 passou de um jogo de predador vs presa à procura de uma agulha num palheiro. Uma quebra de ritmo que voltou a replicar-se noutras missões que tornaram a excelência do jogo em pequenos períodos de frustração.

Hitman 3 é um jogo bem seguro do que quer ser: é focado e desenhado para os verdadeiros fãs da série e do género da ação furtiva, com muitas mais horas de entretenimento do que aparenta. Não inova, nem evolui muito o género, e podia trabalhar melhor o lado mais narrativo e envolvente, (além das das breves cinemáticas entre missões facilmente descartáveis), motivando o jogador a ser o Agent 47 e não apenas um assassino virtual.

Com uma ótima base para o seu género, aguardo agora pelo tal projeto de 007, da IO Interactive, com a esperança que injetem tudo o que esta série de Hitman nos trouxe, nas missões mais frenéticas, bombásticas e cinemáticas de James Bond.

Nota: Muito Bom

Disponível para: PC, Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5 e Google Stadia
Jogado no Google Stadia
Cópia para análise cedida pela Google.

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