Análise – Final Fantasy XV Royal Edition e Royal Pack

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Quando um videojogo demora uma década a ser feito, é bom que não seja esquecido semanas depois do seu lançamento. Final Fantasy XV viu a luz do dia no final do ano de 2016 e, agora, um ano e meio depois, podemos dizer que o suporte que a Square Enix tem dado ao jogo tem sido, de alguma forma, exímio.

Na altura do seu lançamento, Final Fantasy XV foi muito bem recebido pela crítica e pelos jogadores, ainda que apresentasse algumas lacunas chatas. Ainda assim, foi a lufada de ar fresco que a série precisava.

Este é o primeiro jogo da linha principal que deixa para trás a jogabilidade por turnos e oferece uma ação mais direta e emocionante, ao mesmo tempo que abre a porta a novos jogadores que nunca pegaram na série até aqui. Na parte que me toca, posso dizer que me convenceu. Nunca tinha jogado um Final Fantasy, apesar de ter tido algum interesse. E foi esta mudança na jogabilidade que me convidou a entrar na série.

Surge então agora um relançamento do jogo, com o subtítulo Royal Edition, para as consolas, ou Windows Editionpara PC. Este relançamento é feito, também, com um pacote pago para jogadores que já têm o jogo, com a expansão Royal Pack.
Na sua nova edição, há muita coisa que podemos encontrar, mas, como já é tarde para voltarmos a analisar o jogo por completo, vamos apenas dar atenção a algumas das novidades incluídas nesta versão.

Há duas diferenças de conteúdo na Royal Edition e no Royal Pack. Enquanto que o Royal Pack apenas introduz as novidades e conteúdos recentes para quem já tem o jogo original, a Royal Edition inclui tudo o que foi lançando até agora, incluindo o Season Pack com os episódios extra, o modo multi-jogador, Comrades, e mais uns extras adicionais.

Ou seja, se a Royal Edition é o pacote mais completo que podemos encontrar neste momento, o Royal Pack é apenas conteúdo novo (que não inclui a Season Pass nem o modo multi-jogador).

Final Fantasy XV Royal Edition

Final Fantasy XV, com ou sem este pacote, encontra-se neste momento muito melhor do que quando foi lançado, especialmente a nível de desempenho e pequenas alterações mecânicas, que tornam a jogabilidade mais fluida e dinâmica. Ainda assim, existem problemas narrativos espalhados ao longo do jogo, como o infame capítulo 13. No fundo, esta edição encontra-se tecnicamente melhorada, sem alterar o que já estava estabelecido originalmente.

Uma das adições mais interessantes neste pacote é a introdução de um modo na primeira pessoa. Agora, com o pressionar de um botão, podemos navegar pelo mundo sob os olhos de Noctis e, até, entrar em batalhas neste modo.

Há, no entanto, algumas limitações e pormenores que poderão tornar este modo apenas numa opção, e não uma necessidade. A jogabilidade não é tão orgânica como encontramos num FPS tradicional, uma vez que aparenta fixar-se facilmente nas direções para onde apontamos; o corpo do nosso personagem simplesmente desaparece, parece que nos tornamos numa alma voadora; e, por fim, lutar com o modo FPS ativo pode ser demasiado caótico e confuso.

O melhor uso que podemos dar a este modo é nas situações de maior descontração, quando fazemos as ditas fetch quests, ou quando queremos admirar a paisagem com os nossos camaradas em passeios a pé pelo mapa. Olhar para as animações das outras personagens a passarem ao pé de nós e a interagirem com Noctis, nesta perspetiva, é bastante agradável, e dá para ter um novo olhar no nível de detalhe e na dedicação dada às animações das personagens e ao mundo.

Outra adição ao jogo bastante interessante é a possibilidade de usarmos o nosso barco, o Royal Vessel. Na versão original, a certa altura na história, teríamos que sair do nosso mapa normal para visitar uma nova cidade, Altissia. Até aqui, esta viagem só acontecia uma vez, num longo e entediante momento cheio de exposição. Agora, após isso, poderemos voltar ao barco, mas com total controlo.

É uma adição que poderá não ser muito importante, mas que nos permite explorar uma nova região de uma forma mais imersiva, sem usar o fast-travel, e dando uso a uma grande porção de área do jogo. Esta novidade também despoleta alguns eventos bastante interessantes em alto mar, além de nos permitir fazer o mini-jogo de pesca a partir do barco.

No que toca a conteúdo mais “valioso”, temos agora a área de City Ruins expandida, com mais locais e batalhas com bosses completamente novas. Não só aumentam o tempo de jogo na fase final da história, contextualizando um pouco melhor os momentos finais da jornada de Noctis, mas também oferecem novos desafios.

Contudo, não são propriamente as batalhas mais memoráveis do jogo, uma vez que parecem materiais retirados ao estilo de Deleted Scenes, e que agora surgem aprimoradas nesta versão. Ainda assim, os inimigos são diversos o suficiente para não cair em repetição.

No que toca a quests, há ainda uma pequena quest opcional para melhorar o nosso Regalia D-Type, mas nada que interfira com o jogo de maneira substancial.

Há ainda um novo tipo de ataque para o Noctis, chamado Armiger Unleashed. Neste ataque, usamos os poderes Reais de Noctis com uma sequência de ataques e combos para eliminar os inimigos com maior facilidade, e com muito mais estilo.
Para o podermos usar, há uma quest especial para encontrarmos um item especial, o King’s Sigil. Para o usar, basta equipar o item e, quando temos o nosso medidor do Armiger cheio durante batalha, usar a combinação de botões apresentada (na PlayStation 4 será o L1 e o R1).

Pode-se dizer que é apenas um ataque, mas é dos mais interessantes que a personagem acaba por ter, tornando Noctis num verdadeiro super-herói durante alguns momentos. É bastante satisfatório e torna o combate mais emocionante até o podermos usar.

Por fim, há ainda uma panóplia de conteúdo menor como elementos cosméticos para colecionar no jogo.

O Royal Pack, só por si, pode ficar um pouco aquém das expetativas naquilo que oferece, acabando por ser um pouco sobrevalorizado para os 14,99€ que custa. É um pacote recomendado apenas para quem já tem o jogo original com o Season Pass e que sente a urgência de querer ter tudo de Final Fantasy XV.

No entanto, a versão Royal Edition já se apresenta como uma opção a considerar para quem quer entrar no jogo pela primeira vez, ou mesmo quem só tem o jogo base. Por 49,99€ encontramos todo o conteúdo lançado até ao momento, como o Season Pass e a expansão Multijogador, opções anteriormente sobrevalorizadas.

Aliás, neste momento, até as lojas digitais facilitaram o processo de aquisição do jogo, reduzindo as opções de compra para a Royal Edition, Season Pass e Royal Pack.

Não há dúvida que a Royal Edition é a versão definitiva do jogo, e honestamente a que tem o melhor valor, sendo a derradeira porta de entrada para os novos jogadores. Para quem teve tudo até aqui e pondera agora sobre o Royal Pack, talvez seja melhor esperar mais uns tempos até que existam novas propostas, já que a Square-Enix tem previsto novos conteúdos até ao final de 2018, que não estão cobertos pelas opções atuais.

Final Fantasy XV Royal Edition e Royal Pack
Nota: 7/10

O jogo foi cedido para análise pela Ecoplay.

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