Crítica – CrossCode

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Um RPG de ação imperdível.

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Depois de um lançamento de sucesso no PC, CrossCode estreia-se finalmente nas consolas, dando aos fãs de RPGs de ação uma experiência tão tradicional como inovadora. Com inspirações em títulos como Trials of Mana, The Legend of Zelda e Chrono Trigger, o titulo da Radical Fish Games consegue surpreender constantemente pela positiva, apostando num sistema de combate profundo e num mundo que nos motiva, a cada nova zona, a explorar todos os seus segredos através de um sistema de navegação intuitivo e empolgante. É tão simples como complexo; tal como deve ser.

CrossCode transporta-nos para um universo virtual onde nada é o que parece. Dentro do MMO CrossWorlds, a aventura de Lea, a nossa avatar, leva-nos através de um enredo repleto de segredos, mistérios assustadores e vilões inesperados enquanto descobrimos mais sobre a nossa personagem e o seu papel no mundo virtual de CrossCode. Os clichés do género, como a personagem amnésica, são utilizados com orgulho e funcionam de uma forma meta, construindo um jogo dentro de um jogo, semelhante ao que vimos nas séries .Hack e Sword Art Online.

A narrativa pode não ser surpreendente, mas vale pelas suas personagens, pelo sentido de humor e boa disposição de esta viagem por o mundo dos videojogos nos transmite. Só não esperem ser surpreendidos.

O que me fez adorar CrossCode não é propriamente a sua estória, mas sim o seu mundo e a sua jogabilidade. Como um MMO, CrossWorlds – o jogo dentro do jogo – utiliza todos os clichés e filosofias de design do género, dividindo o mundo por zonas distintas e HUBs, em forma de cidades, onde encontramos várias fações, NPCs, missões secundárias e ainda um mercado protagonizado por outros jogadores, onde podemos trocar recursos por itens e equipamentos mais poderosos. A exploração é muito intuitiva e convidativa, apresentando cenários com caminhos alternativos e com uma aposta surpreendente nas plataformas, possibilitando Lea de saltar entre caixas e partes dos cenários para descobrirmos tesouros escondidos e novos caminhos.

CrossCode é impossível de pegar e largar, uma vez que há sempre algo para fazer e encontrar no seu mundo virtual. Apesar das missões secundárias serem um pouco repetitivas, focando-se muito na recolha de itens ou em confrontos contra monstros, o humor e boa disposição das personagens mantêm-nos agarrados ao jogo e à sua fórmula clássica. Com uma navegação tão intuitiva, rápida e variada, não nos importamos de visitar constantemente as mesmas zonas em busca de novos recursos ou de uma nova missão.

Esta aposta na mobilidade dá aso a uma estrutura interessante, no sentido em que CrossCode consegue equilibrar perfeitamente as suas várias faces numa campanha completa. Antes de falar sobre o combate e alguns dos aspetos mais importantes da jogabilidade, é necessário sublinhar a aposta refrescante – e algo clássica – em puzzles. O mundo de CrossCode está cheio de quebra-cabeças que têm de ser resolvidos, seja dentro ou fora das missões principais. Estes puzzles são, na maioria, intuitivos e requerem alguma destreza, focando-se em momentos de plataforma, na ativação de fichas e alavancas, mas também na navegação de zonas fechadas, em puzzles de lógica e na utilização de projéteis para chegar a botões distantes.

O melhor aspeto desta aposta nos quebra-cabeças é que nunca sentimos que o jogo nos está a obrigar a parar a ação da campanha, mas sim a exponenciá-la através de novos desafios. Na jogabilidade, a Radical Fish Games une todos estes elementos clássicos, e alguns mais atuais, para criar um RPG de ação que é absolutamente imperdível se forem fãs do género. Para além da navegação e da variedade de opções de mobilidade, junta-se um sistema de combate direto, mas igualmente profundo e desafiante. Lea é uma Spheromancer, uma das classes menos populares do MMO, mas que apresenta um enorme equilíbrio entre ataques físicos e a utilização de projéteis.

Isto significa que CrossCode divide-se em dois momentos de ação: um corpo a corpo, apresentando várias habilidades que permitem o controlo de grupos de inimigos – que podem ser desbloqueadas à medida que evoluímos de nível através de uma árvore de habilidades muito completa – e outro em ataques à distância, funcionando como um twin-stick shooter. A presença de vários tipos de inimigos, cada um com os seus pontos fracos, elevam a jogabilidade e obrigam-nos a mudar constantemente a abordagem e a manter-nos em movimento, seja pela utilização dos cenários a nosso favor ou pelo botão de desvio.

O combate é frenético, mas igualmente desafiante. CrossCode não é um jogo de ação desenfreado e requer alguma estratégia. Esta aposta no desafio é aparente pela presença de um leque interessante de inimigos. Alguns são fracos a ataques à distância e outros requerem que estejamos constantemente a atacar e o mais próximos possíveis para pararmos os seus ataques. Os bosses levam esta fórmula ao seu próximo patamar e exigem a utilização dos próprios cenários para conseguirmos atingir os seus pontos fracos.

Na sua génese, estão muito próximos do que vimos em The Legend of Zelda, Alundra, Secret of Mana, entre outros clássicos do género, onde os combates se dividem por fases, cada uma mais difícil que a anterior.

Como um RPG de ação, CrossCode dá-nos várias opções de personalização. Não só temos acesso a um sistema de evolução por níveis, influenciado por pontos de experiência, e a uma árvore de habilidades extensa, como temos a possibilidade de equipar várias peças de equipamento e armas. Mais uma vez, a Radical Fish Games manteve-se focada no lado mais clássico do género e no equilíbrio entre os vários elementos da jogabilidade. É tudo acessível, intuitivo e de fácil utilização. Apesar de não ser inovador, é um jogo que nos mantém motivados e que apresenta regularmente novos elementos que tornam a campanha mais empolgante.

A nível visual, temos uma aposta em sprites, em cenários coloridos e em modelos expressivos. As cores são mesmo um dos destaques e a sua aposta num design próximo dos clássicos 16bit dão a CrossCode uma sensação reconfortante de nostalgia. Não apreciei tanto os retratos das personagens durante os diálogos e a sua aposta em sequências quase estáticas, mas cumprem a sua função, especialmente pela presença de várias reações visuais para cada personagem. A banda sonora também mantém esta aproximação aos clássicos, com composições alegres, cheias de ritmo e com uma aposta na música eletrónica. Não é original, mas funciona perfeitamente.

CrossCode é um regresso ao passado e um exemplo perfeito da fórmula clássica a funcionar tal como devia. A sua aposta no combate, exploração e resolução de puzzles é imaculada, e existe muito para descobrir neste mundo virtual. O seu lançamento nas consolas é uma bênção, tal como um regresso a casa há muito esperado, e é um título altamente recomendado.

Nota: Muito Bom

Plataformas: PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch
Este jogo (versão PlayStation 4) foi cedido para análise pela DECK13.

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