Análise – Cotton Reboot! (PlayStation 4)

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Uma bruxa mal disposta é a heroína desta aventura clássica, agora em alta definição e com novos modos disponíveis.

Numa era de reboots e relançamentos, é difícil ficar surpreendido com o regresso de algumas séries clássicas, mas admito que não esperava que Cotton, a adorável bruxa que se estreou em 1991, fosse uma das escolhidas. Mas aqui estamos nós, em pleno 2021 e a jogar um reboot que mantém todo o charme do título original. Não é o lançamento mais entusiasmante desta vaga de arqueologia moderna, mas Cotton Reboot! é tão divertido, despretensioso e honesto que acaba por ser um título obrigatório para os fãs casuais de shoot’em ups.

O grande destaque da coleção vai para o Arrange Mode, uma remistura em jeito de toque de maquilhagem pela Rocket Engine, que transportou o original para a alta definição com modelos mais animados e coloridos. Para um shooter na horizontal, à semelhante de Gradius e Darius – tentem não se confundir com os nomes –, Cotton é tão simples, como confuso e intimidante, com os níveis coloridos e as animações, que apresentam a estória desta bruxa rabugenta em busca de mais doces – que recuperam o estilo dos animes em 1990 –, a darem lugar a uma cacofonia de tiros, projéteis, inimigos e poderes especiais que nem sempre facilitam a leitura dos obstáculos que temos de evitar. Antes pelo contrário, esta reedição livra-se da harmonia simplista do original para criar uma experiência focada em efeitos e multiplicadores invasivos.

A jogabilidade, no entanto, mantém-se fiel ao original e traz-nos um sistema construído em torno da utilização de magias. Cotton tem à sua disposição um tiro básico, que podemos melhorar à medida que evoluímos de nível, várias habilidades destrutivas e magias de diferentes elementos e padrões de ataque. Para acederem a estas magias terão, claro, de eliminar as hordas de inimigos e colecionar os cristais coloridos que estes deixam cair. Com os cristais poderão alternar o vosso armamento, mas também evoluí-lo ao longo da campanha – com o total de seis níveis e um boss final – para um poder de ataque ainda mais elevado. Estes cristais podem também ser utilizados para aumentar o multiplicador, que permite atacarem temporariamente os inimigos para uma maior pontuação, e servem de ricochete ao longo dos níveis, com os ataques de Cotton a serem convertidos ao chocarem com as gemas.

A confusão é tão elevada que demorei a compreender como funcionavam as suas engrenagens. Os níveis, os vários poderes, os ataques especiais e até o tipo e padrão de inimigos perdem-se por completo na chuva de efeitos e explosões que nascem até dos mais pequenos confrontos. No entanto, Cotton Reboot! é tão acessível, tão fácil de pegar e jogar que defendo que não precisam de dominar quaisquer das suas mecânicas. Se quiserem obter a melhor pontuação ou ganhar o tão cobiçado troféu de Platina, claro, terão de colocar em prática todas as estratégias possíveis, mas este relançamento é perfeito para os menos experientes.

Devido à sua facilidade, ainda que tenham vários níveis de dificuldade à disposição, Cotton Reboot! não é dado à longevidade, antes pelo contrário, é fácil de terminar em apenas um dia. No entanto, o Arrange Mode não é a única opção disponível e podem não só experimentar o título original, em toda a sua glória – e que servirá para perceberem em primeira mão como é menos caótico –, como jogar o clássico Time Attack, que se divide em modos de dois minutos e cinco minutos. Infelizmente, senti que eram modos descartáveis e meras curiosidades para os fãs da série. Têm também a possibilidade de jogarem com uma personagem adicional, a fada Silk, que apresenta ligeiras diferenças nos ataques e padrões – e quando digo ligeiras, quero reforçar que são mesmo ligeiras.

Cotton Reboot é uma das distrações mias divertidas deste início de verão e assume-se como um shoot’em up fácil, acessível e clássico que irá certamente fazer as delícias dos mais saudosistas. Peca pela ausência de desafio no modo normal e pelo caos visual constante que dificulta a navegação pelos níveis, tornando-se, inclusivamente, cansativo em partidas mais longas. Mas é divertido e traz consigo o original do computador Sharp X68000: o que podemos pedir mais?

Nota: Bom

Disponível para: PC, PlayStation 4 e Nintendo Switch
Jogado na PlayStation 4
Cópia para análise cedida pela PR Hound.

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