Análise – Battlefield V

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Existem vários elementos característicos da saga Battlefield. Conflitos de grande escala, batalhas épicas, coordenação e trabalho de equipa, elementos sempre acompanhados com as melhores tecnologias audiovisuais da indústria.

Battlefield V não é exceção e, este ano, a DICE apresenta-nos um jogo digno de se juntar à linha principal da série.

Battlefield V (ou Battlefield 5) não é o quinto jogo da série, uma vez que se aproxima mais de uma sequela do fantástico Battlefield 1 de 2016. A sua nomenclatura é complicada e difícil de perceber, mas o que importa é perceber que é um excelente passo na direção certa, dentro da sua linha principal.

Com o maior número de mapas lançados logo de início e com uma sólida variedade de modos de jogo onde se inclui uma pequena de campanha a solo, Battlefield V cumpre a promessa de nos fazer gastar imensas horas em recriações virtuais dos conflitos europeus durante a Segunda Grande Guerra, especialmente se tivermos paciência para morrer muitas vezes.

Ao todo, contamos com seis modos de jogo, todos eles com diferentes objetivos e de escalas diferentes. Vamos encontrar os modos tradicionais da série, como o Team Deathmatch, Domination ou Conquest, mas o verdadeiro destaque vai para o Grand Operations, que coloca à prova todas as capacidades e habilidades dos jogadores.

O modo Grand Operations é uma espécie de playlist, com matches de 16 minutos, que mistura elementos e objetivos dos outros modos, em diferentes localizações. Com um suporte narrativo, este modo começa com um salto de paraquedas, passa por conflitos bélicos de grande escala onde a cooperação é chave para cumprir os objetivos propostos, e termina em batalhas mais pessoais, onde os recursos são mais limitados e a ação é mais tensa.

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E tudo funciona mais ou menos bem, com diferentes classes à nossa escolha que, desta vez, não são tão proeminentes nas suas habilidades, como por exemplo a classe de médico, uma vez que todos os elementos podem curar outros camaradas antes de morrerem. Ainda assim, todas as classes fornecem o devido suporte aos restantes jogadores.

A cooperação revela-se mais importante do que nunca, desde o momento em que temos esta capacidade de ajudar diretamente todos os jogadores a nossa volta. Os combates épicos com dezenas de jogadores, juntamente com os objetivos propostos, obriga a que haja uma mobilidade conjunta com confrontos mais diretos, não havendo tantos jogadores perdidos e dispersos pelos campos de batalha.

A guerra é um inferno e entrar em Battlefield V pode ser bastante intimidante para o jogador mais casual, mas extremamente familiar para quem já segue a série de iterações passadas. No geral, a jogabilidade é muito semelhante a Battlefield One, com a adição de novas capacidades de mobilidade que tornam tudo mais fluido e livre.

Contudo, não nos livramos de um sistema de combate quase impiedoso, onde, muitas vezes, basta uma bala para cair ou deitar alguém ao chão, o que nos obriga a estar em constante movimento e procurar proteção ou kits de sobrevivência para viver mais uns minutos.

No geral, a mobilidade está muito bem conseguida. Os sprints, escorregadelas, saltos da janela de um prédio estão tão bem conseguidos e integram-se tão bem durante as batalhas que os matches com mais ação fazem-nos sentir os heróis de um filme. O sentimento de estarmos envolvidos em cenários de ação épicos não se reflete somente nas sequências em que temos tanques a passar ao nosso lado a abrir caminho ou aviões em combate por cima das nossas cabeças, mas também em combates mais íntimos entre ruas e edifícios, onde podemos espreitar por paredes e coberturas, criar barreiras e fazer parte de fantásticos tiroteios.

A velocidade de jogo é frenética e há sempre essa motivação para nos mexermos, além de que o sistema de respawn é também rápido o suficiente.

Uma vez que Battlefield V se encontra atualmente livre de microtransações e boosts pagos, isso faz com que o progresso seja mais ritmado, dando-nos uma sensação de recompensa honesta e substancial no final de cada match.

Dependendo do nosso desempenho por jogo, somos ainda recompensados com créditos e desbloqueio de níveis de armas e veículos que podemos atualizar, modificar e, até, decorar. No fundo, quanto mais jogamos, melhores armas podemos desbloquear e personalizar ao nosso gosto, dando-nos pequenas vantagens no campo de batalha com um novo arsenal.

Também na área da personalização temos elementos estéticos, como roupas, casacos, chapéus, cores de armas e pinturas faciais, onde podemos criar os nossos “avatares” de guerra, diferentes de todos os outros jogadores.

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Battlefield V volta a contar com uma série de missões a solo. As War Stories, que se estrearam em Battlefield 1, são , essencialmente, um modo de campanha. Tal como no jogo anterior, são apenas um extra. Para já, temos três historias, com uma a ser lançada em dezembro.

Apesar de serem menos histórias que no jogo anterior, cada episódio é mais longo e, felizmente, não dão a sensação de serem tutoriais do que podemos encontrar no modo multijogador. São episódios, com início, meio e fim, e objetivos bastante bem definidos que podem ser concluídos de diferentes maneiras e com diferentes abordagens. No entanto, em todos os episódios, particularmente no segundo, o jogo empurra-nos tendencialmente para uma abordagem mais furtiva.

Há alguma variedade. As histórias são simples, contam com personagens carismáticas e memoráveis e apostam em episódios da Segunda Grande Guerra menos conhecidos.

Infelizmente, as War Stories acabam por saber a pouco. Contam com alguns colecionáveis por apanhar, mas, uma vez concluídas, não há qualquer tipo de motivação para as repetir.

Como seria de esperar, Battlefield V conta com o melhor que as tecnologias dos videojogos têm para dar. O seu motor de jogo é flexível, leve e proporciona um grau de realismo visual incrível.

Os mapas são densos, atmosféricos e destrutíveis. Os pequenos detalhes como fagulhas, poeira no ar ou reflexos em lagos e poças ajudam a criar uma imersão imbatível no género.  Aos seus visuais, podemos juntar também as fantásticas animações dos personagens controlados pelos jogadores e os modos realistas como os veículos navegam pelos terrenos, com peso e agressividade.

E claro, não podemos ignorar o fantástico design de som, que nos atira para o meio da guerra de forma altamente eficaz, acrescentando uma camada de imersão incrível, seja pelo eco dos disparos e explosões entre as ruas de Roterdão ou pelo som ensurdecedor de um avião a despenhar-se nas montanhas de Narvik.

Contudo, Battlefield V não se livra de problemas, especialmente técnicos, que podem ser facilmente trabalhados. Há indicadores visuais dentro do HUD que desaparecem, há personagens que ficam presas nos cenários e, se não tivermos atenção, o jogo faz respawn no meio dos inimigos com alguma frequência, mas não o suficiente para nos estragar uma partida ou a experiência de jogo.

Livre de microtransações, passes de temporadas e de DLCs pagos, Battlefield V apresenta-se com um pacote completo e sólido, com espaço para integrar mais conteúdo ao longo dos próximos meses e com potencial para manter o jogo populado até ao próximo capítulo da série.

Battlefield V está disponível para PC, Xbox One e PlayStation 4.

Battlefield V
Nota: 8/10

Este jogo foi cedido para análise pela Electronic Arts.

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