Análise – Asus ROG Phone 5

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Jogos móveis, evoluídos.

Desde o seu lançamento no final de 2019 que não pegava em Call of Duty Mobile, uma vez que não sou grande fã do género, do seu formato e tão pouco da experiência “gaming” móvel para jogos tradicionalmente melhores no PC ou nas consolas. Ah, e também porque sou um nabo em títulos competitivos.

Após ter voltado a jogar Call of Duty Mobile no mais recente Asus ROG Phone 5, sinto que passei de nabo a pro, sem matches perdidos ou mortes na primeira meia dúzia de rondas, e com kill counts absolutamente ridículas.

Assim, se num primeiro contacto sinto que o Asus ROG Phone 5 eleva o nosso nível de eficiência nos jogos, a resposta é claramente positiva, mas de forma questionável.

Antes de comentar o que acho que o Asus ROG Phone 5 representa para os jogos, uma breve descrição do que ele é: É um smartphone topo de gama que possui dos melhores componentes encontrados em rivais. O modelo fornecido para testes pela Asus Portugal pode até ser dos mais “básicos”, mas ainda assim conta com características surpreendentes, desde o seu processador Snapdragon 888 5G, o seu GPU Aderno 660, passando pelos seus 12GB de memória RAM, 256 GB de armazenamento interno, bateria de 6000 mAh com Quick Charge, DAC áudio para os entusiastas de Hi-Fi, excelentes câmaras de 64, 13 e 5MP traseiras, entre muitas outras características e extras apenas conseguidos com estes componentes. É um smartphone completo e que pode ser muito bem explorado e utilizado durante os próximos anos.

Asus ROG Phone 5

A nível de design e função, o Asus ROG Phone 5 faz virar pescoços, pois é um smartphone bem grande e pesado. Estamos a falar num smartphone que pesa sensivelmente 240 gramas e que tem 10mm de espessura, isto sem falar do seu tamanho de 17cm de altura e 7,7cm de largura que ostentam um painel de 6.8 polegadas, numa disposição central e simétrica, com uma ligeira moldura na base e no topo, onde esconde as câmara frontal e as colunas.

É um smartphone até bastante elegante e que quase passa despercebido, não fosse, lá está, as suas dimensões e a sua traseira, com o design das câmaras com um look mais angular e a gigante “tatuagem nas costas” com LEDs que revelam o logo da ROG. É branding com uma execução interessante, mas excessiva.

Voltando a falar do ecrã, de 6.8 polegadas, possui cores vibrantes e carregadas, suporte de HDR 10+ e uma excelente iluminação, fazendo inveja ao meu Samsung Galaxy S20 FE. Apesar da sua resolução “1080p” (1080 x 2448 pixels), o painel impressiona de tal maneira, especialmente em jogos, que até ver as características para esta peça, estava convicto de que tinha resolução QHD ou maior. Isto acaba por fazer todo o sentido, uma vez que este é um ecrã de altíssima qualidade, altamente responsivo e capaz de atingir 144hz, que tem as suas vantagens e desvantagens, mas já voltamos a falar nisso.

Ainda no corpo, o Asus ROG Fone 5 tem algumas qualidades interessantes, como o jack áudio 3.5mm com DAC dedicado; uma segunda porta USB-C na lateral esquerda (para além da inferior), que permite o carregamento enquanto se joga ou consome conteúdos multimédia com o ecrã na horizontal; os seus incríveis auscultadores na parte superior e inferior que oferecem a experiência áudio mais imersiva e impressionante que já usei num smartphone; e por fim os também impressionantes “AirTriggers”, que já vou referir novamente.

É, numa primeira impressão, um smartphone incrível e de características aumentadas, que dão algo mais que os seus rivais, por isso levanta-se a questão: o que é que o Asus ROG Phone 5 inclui que o torna mais distinto com as características extra que oferece? E o quão otimizadas são para o público que quer jogar num smartphone?

O Asus ROG Phone 5 podia, como outros smartphones do género são, ser só “show-off”, um smartphone esteticamente alterado para agradar ao público gamer. Curiosamente, o que a Asus escolheu foi um equilíbrio interessante ao oferecer uma versão do Android 11 muito semelhante à stock. Aliás, durante a configuração, podemos mesmo escolher ter a experiência muito pura. Ainda assim, temos opções extremamente interessantes escondidas nas configurações para retirar o máximo partido do nosso smartphone, como é por exemplo o Cuidado da Bateria, que permite criar perfis de carregamento personalizados e onde podemos escolher quando carregar e os limites de carregamento. Com isto não só evitamos sobrecarregamentos ou ciclos completos, como aumentamos o tempo de vida útil da mesma, algo bastante interessante para um equipamento que, apesar de oferecer uma solução 6000 mAh, consome bastante energia numa utilização intensa, requerendo assim uma atenção redobrada.

No que toca à experiência gaming, o software mais importante que a Asus fornece é o Armoury Crate, uma espécie de posto de comando, que conta com um launcher de jogos e aplicações relacionadas com jogos (Google Stadia e Xbox Game Pass, por exemplo), mas onde também podemos controlar e otimizar o desempenho do smartphone em perfis gerais ou para cada aplicação/jogo, dando prioridade ao desempenho, à qualidade da experiência (seja visual ou de tempos de resposta), ou à saúde do equipamento (reduzindo desempenho para evitar sobreaquecimentos ou gastos de bateria exagerados). O software é extremamente personalizável e é lá que podemos também configurar os LEDs traseiros ou a velocidade dos dissipadores da Asus, compatíveis com este modelo.

Mas não é só aqui que está a aposta vencedora; está também no Game Genie. Trata-se de uma barra lateral muito semelhante aos menus das consolas, onde encontramos diferentes opções de desempenho bem úteis, como desligar alertas de mensagens, chamadas e outras notificações que possam afetar a nossa imersão nos jogos, capturar clipes e screenshots, otimizar o sistema, ter acesso a informações em tempo real de temperatura e framerate, a possibilidade de alterar o tempo de resposta dos jogos e, ainda, personalizar os AirTriggers.

Na minha opinião, os AirTriggers são a grande revelação do Asus ROG Phone 5 no que toca a videojogos. São apenas dois botões capacitivos na parte lateral direita do equipamento, ou superior se o tivermos na horizontal, que podemos programar em todas as aplicações.

Ou seja, um jogo de controlos complexos, com ações táteis, como por exemplo fazer zoom e disparar ou acelerar e travar, podemos simular os AirTriggers como toques nas regiões de ecrã dessas ações.

Graças a este pequeno “truque”, jogar um FPS como Call of Duty Mobile, que não suporta comandos, tornou-se extremamente intuitivo e fácil, pois só me tive que preocupar em apontar no ecrã (embora existam opções no jogo de auto aim e auto disparo), algo que pode ser transversal a qualquer outros jogos, incluído experiências em streaming, como o xCloud, com Xbox Game Pass, onde jogar Gears 5 ou Dirt 5 se tornou numa oportunidade de jogo quase tão interessante como a nativa.

Tudo isto funciona de forma excecional graças ao poder de processamento do Asus ROG Phone 5, que permite um ótimo desempenho em jogos nativos e na experiência via streaming, juntamente com a responsividade do toque no ecrã e a fluidez acrescida da experiência.

144Hz não quer dizer que todos os jogos e experiências passem miraculosamente a correr a 144FPS. Em alguns jogos onde a fluidez está desbloqueada é possível, noutros torna-se um problema (aumentando a velocidade de jogo, como é o caso de Trials Frontier, que corre a ritmo acelerado nesse modo), noutros jogos simplesmente estamos limitados pelo seu motor de jogo e, no que toca a streaming, a limitação é da transmissão. A grande vantagem dos 144Hz está nos tempos de resposta, na fluidez de menus do smartphone e na sensação de toque imediata durante os jogos, tornando-os mais responsivos e agradáveis, face a um smartphone com um ecrã de 60Hz ou 90Hz.

Não há praticamente um único jogo que corra mal no Asus ROG Phone 5, pelo menos os mais exigentes. Durante o meu test drive joguei Asphalt, Real Racing, Call of Duty, Fortnite, FIFA, Genshin Impact, Wild Rift, entre outros, para não falar de experiências streaming como Cyberpunk 2077 via Stadia ou Gears 5 e Forza Horizon 4 via xCloud. O Asus ROG Phone 5 oferece uma qualidade de experiência invejável, mas no fim do dia não consigo não ficar com questões.

A verdade é que muitos dos jogos disponíveis são limitados em opções de otimização, seja por fluidez, resolução ou qualidade; a seleção de jogos mais complexos é reduzida quando comparada com o que temos em consolas dedicadas; e a experiência via streaming, que promete ser o futuro, não é extraordinária quando comparada com um smartphone mais tradicional.

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A própria vantagem dos AirTriggers é questionável. Por um lado é fantástica, resultando de forma natural e orgânica. Já para jogos a solo e menos competitivos é um must have, mas quando entramos em Call of Duty ou Fortnite, a vantagem parece virar uma batota, porque eleva, de facto, as oportunidades de sair vencedor.

O Asus ROG Phone 5 é um excelente smartphone em todas as suas dimensões. O meu tempo com o dispositivo foi focado na experiência gamer, nas suas opções e vantagens, e não tanto naquilo que é possível fazer a nível multimédia e de consumo, que numa utilização mais casual é bastante positiva. Dito isto, o Asus ROG Phone 5, que surge por um preço recomendado a partir de 799€ (este modelo é de 899€), é um patamar difícil de justificar quando as vantagens do Asus ROG Phone 5 são focadas para um público muito específico e onde são encontradas limitações a nível de suporte, neste caso em jogos que tirem mesmo partido das capacidades do smartphone.

Ainda assim, não deixa de ser recomendado pelo pacote completo, pela versatilidade que promete e pelo seu lado future proof, tanto a nível de hardware, como pela aposta nas soluções streaming, que vão no futuro explodir com a chegada do 5G. E se for esse o intuito do jogador moderno, o Asus ROG Phone 5  é um vencedor.  

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Este dispositivo foi cedido para análise pela Asus Portugal.

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